sábado, 31 de maio de 2008

The Milwaukee Mile


Encerrada as 500 milhas de Indianápolis, menos de uma semana depois a Fórmula Indy retorna as disputas, desta vez no tradicional oval de uma milha de Milwaukee, prova que tradicionalmente ocorre após Indianápolis. São traçados muito diferentes. Enquanto Indianápolis possui 2,5 milhas de extensão médias horárias superiores aos 350 km/h, o centenário oval localizado na cidade de West Allis no estado de Wisconsin é bem mais curta (uma milha), possui menos inclinação nas curvas, sendo percorria em menos de 20 segundos.

Desde 1903, a Milha de Milwaukee é considerada uma das principais sedes do automobilismo dos Estados Unidos. É a mais antiga pista oval em operação no mundo, enquanto o Indianapolis Motor Speedway teve seu primeiro evento em 1911. No século passado, o circuito teve um papel primordial no surgimento das legendas do automobilismo da América do Norte. A Milha de Milwaukee sediou uma intimidade de eventos automobilísticos, entre eles competições de longa duração da AAA (American Automobile Association), provas da Fórmula Indy e mais tarde corridas da Nascar Nationwide Series.

A lista de vencedores do lendário oval da América é uma verdadeira seleção das grandes legendas histórias das competições automobilísticas, incluindo nomes como de Barney Oldfield, Rex Mays, Parnelli Jones, A.J. Foyt, Jim Clark, Tom Sneva, Rick Mears, Nigel Mansell, Al Unser, Bobby Unser, Al Unser, Jr., Mario Andretti, Michael Andretti e Dale Earnhardt Jr. O único brasileiro a vencer aqui foi o baiano Tony Kanaan em 2006 e 2007.

A partir de 1954 a pista foi asfaltada. Antes era um circuito oval de terra, um dirt-track. Milwaukee é o único circuito que permaneceu no calendário durante as cinco administrações da categoria (AAA, Usac, Cart, Owrs e IRL).

Esse venerável palco de emocionantes corridas sofreu algumas melhorias durante os anos, incluindo a reforma das arquibancadas com capacidade para 40.000 lugares, uma nova mureta dos pits, a inclusão de uma placar eletrônico, um recapeamento completo do piso, além da construção de uma nova torre de controle. A área do paddock foi ampliada para poder receber com mais conforto as equipes e pilotos.

A expectativa é que ao contrário de Indianápolis, as equipes oriundas da antiga Champ Car dessa vez possam dar mais trabalho às equipes da antiga IRL em comparação as outras corridas de oval disputadas nessa temporada, pois ao contrário delas, as ex-equipes da Champ Car conhecem muito bem Milwaukee, que era um traçado que fazia parte do calendário da categoria, prometendo assim uma disputa bem mais intensa, sem o monopólio das equipes Ganassi, Andretti Green e Penske. Hoje, às 16h45 (horário de Brasília), após duas sessões de treinos livres, ocorre a qualificação que define as posições de largada para a corrida de domingo.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Indy 2008: 5ª etapa - Indianápolis


5ª etapa - 500 milhas de Indianápolis
Scott Dixon absoluto do início ao fim
Neozelandês fatura a segunda no ano, em dia de Vitor Meira, que consegue o segundo lugar

O neozelandês Scott Dixon, da Ganassi, finalmente entrou para a galeria dos vencedores das 500 milhas de Indianápolis ao dominar essa 92ª edição desde os treinos de classificação, ao garantir a pole position sem grandes sobressaltos. Dixon sempre esteve na briga pela vitória, sendo um dos mais rápidos durante todo o tempo, numa prova em que liderou 115 entre 200 voltas e teve oito bandeiras amarelas por 69 voltas. Ele agora é o líder da Fórmula Indy com 191 pontos, enquanto Hélio Castro Neves caiu para segundo no campeonato, com 176 pontos.

"Que dia! Eu não posso acreditar nisso. Nós tínhamos um bom carro e precisávamos ficar na frente quando houvesse as relargadas. E foram muitas bandeiras amarelas. Foi difícil pegar ritmo", explicou Dixon. "Eu fui tentando economizar combustível, e tentava ver o quanto o carro ia com tráfego. Nós tentamos trabalhar nisso o tempo todo. No final, conseguimos pular na frente dos caras, e não acho que alguém conseguiria nos passar. O pessoal da equipe fez um trabalho fantástico", comemorou o neozelandês.

O grande destaque da corrida foi sem dúvida o brasileiro Vítor Meira, da Panther, que chegou numa incrível segunda colocação. Largando na oitava posição, Meira caiu para o 13º no começo da prova. Então, ajustando a configuração do seu carro durante as paradas nos pits, se recuperou, até chegar à liderança por 12 voltas quando foi ultrapassado por Dixon no último pit stop. Seu grande momento foi à fantástica ultrapassagem em uma mesma manobra sobre Scott Dixon e Ed Carpenter para conquistar a primeira posição antes da última rodada de pits. Nas voltas finais defendeu-se com maestria dos ataques de Marco Andretti da Andretti Green, que terminou em terceiro.

A primeira metade da disputa foi totalmente dominada pela equipe Ganassi, que largou com seus dois carros na primeira fila, com o inglês Dan Wheldon sendo o escudeiro de Dixon até ter problemas na parte traseira direita do seu carro, perdendo rendimento e terminando somente em 12º.

Tony Kanaan, da Andretti Green, assumindo a liderança na 94ª volta, após deixar para trás os pilotos da Ganassi, porém, 12 voltas depois ele acabaria se envolvendo em um acidente com o seu companheiro de equipe Marco Andretti com que disputava a posição. Tony, ao passar a retardatária Sarah Fisher pela parte de dentro do traçado, perdeu velocidade e Dixon aproveitou para passá-lo por fora. Ao mesmo tempo, Andretti fazia o mesmo pela parte de dentro. Kanaan não percebeu a manobra arriscada de Marco até ser tarde demais, sendo obrigado a ir para a parte suja da pista, batendo no muro e na volta acertando em Fisher, com ambos abandonando e o brasileiro culpando Marco pelo ocorrido.

Após o acidente Dixon, Andretti e Tomas Scheckter, da Luczo Dragon, disputavam a ponta, com Meira se unindo a eles voltas depois. O brasileiro Hélio Castro Neves, da Penske, teve sua corrida prejudicada por conta de uma parada não programada nos pits para trocar o bico do carro, caindo para a 12ª posição, fez uma corrida de recuperação, chegando num excelente quarto lugar. Ed Carpenter, da Vison, foi o quinto, na melhor corrida de sua carreira.

Danica Patrick, da Andretti Green, e Ryan Briscoe, da Penske, saíram da disputa depois de se envolverem em um acidente na área de pits. O australiano perdeu o controle sobre a traseira do seu carro, espremendo a norte-americana contra o muro, com isso, os dois abandonaram. Essa foi à justificativa para um ataque que estrelismo da primeira mulher a vencer na Indy, que foi até o pit lane de Briscoe para tirar satisfações, sendo impedida por um segurança.

Entre os estreantes, destaque para o norte-americano Ryan Hunter-Reay, da Rahal Letterman, que chegou em sexto. O japonês Hideki Mutoh, da Andretti Green, também fez uma boa corrida de estréia, sendo o sétimo. Buddy Rice, da Dreyer & Reinbold, vencedor da corrida em 2004, ficou em oitavo. Darren Manning, da Foyt, foi nono. O décimo foi para Townsend Bell, da Dreyer & Reinbold.

O melhor colocado entre os pilotos da antiga Champ Car foi o espanhol Oriol Servia, da KV, que completou em décimo primeiro. Entre os outros brasileiros, Enrique Bernoldi, da Conquest, teve um desempenho consistente, apesar das limitações do equipamento, após largar em 29º lugar, terminando em décimo quinto. Mário Moraes, da Dale Coyne, foi o décimo oitavo enquanto seu companheiro de equipe Bruno Junqueira, que ficou 15 voltas nos pits para substituir um espelho retrovisor, chegou em vigésimo. Jaime Câmara, da Conquest, sofreu um acidente ao escapar na curva 1, quando ainda faltava 121 voltas para o fim, indo de encontro ao muro e abandonando.

500 milhas de Indianápolis
5ª etapa - 25/05/2008
Circuito oval com 2,500 milha
Indianapolis Motor Speedway - Indianápolis, Indiana (Estados Unidos)
1) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 3h28min57s6792
2) Vitor Meira (BRA/Panther), a 1s7498
3) Marco Andretti (EUA/Andretti Green), a 2s3127
4) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), a 6s2619
5) Ed Carpenter (EUA/Vision), 6s5505
6) Ryan Hunter-Reay (EUA/Rahal Letterman), a 6s9894
7) Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green), a 7s8768
8) Buddy Rice (EUA/Dreyer & Reinbold), a 8s8798
9) Darren Manning (ING/Foyt), a 9s2019
10) Townsend Bell (EUA/Dreyer & Reinbold), a 9s4567
11) Oriol Servia (ESP/KV), a 22s4966
12) Dan Wheldon (ING/Ganassi), 30s7090
13) Will Power (AUS/KV), a 31s6666
14) Davey Hamilton (EUA/Vision), a 32s0084
15) Enrique Bernoldi (BRA/Conquest), a 32s1075
16) John Andretti (EUA/Roth), a 1 volta
17) Buddy Lazier (EUA/Hemelgarn Johnson), a 5 voltas
18) Mario Moraes (BRA/Dale Coyne), a 6 voltas
19) Milka Duno (VEN/Dreyer & Reinbold), a 15 voltas
20) Bruno Junqueira (BRA/Dale Coyne), a 16 voltas
21) A.J. Foyt IV (EUA/Vision), a 20 voltas
22) Danica Patrick (EUA/Andretti Green), a 29 voltas
23) Ryan Briscoe (AUS/Penske), a 29 voltas
24) Tomas Scheckter (AFS/Luzco Dragon), a 44 voltas
25) Alex Lloyd (ING/Rahal Letterman), a 49 voltas
26) Ernesto Viso (VEN/HVM), a 61 voltas
27) Justin Wilson (ING/Newman Haas Lanigan), a 68 voltas
28) Jeff Simmons (EUA/Foyt), a 88 voltas
29) Tony Kanaan (BRA/Andretti Green), a 95 voltas
30) Sarah Fisher (EUA/Sarah Fisher), a 97 voltas
31) Jaime Câmara (BRA/Conquest), a 121 voltas
32) Marty Roth (CAN/Roth), a 141 voltas
33) Graham Rahal (EUA/Newman Haas Lanigan), a 164 voltas

A classificação da Indy após cinco etapas
1) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 188 pontos
2) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 176
3) Dan Wheldon (ING/Ganassi), 156 pontos
4) Tony Kanaan (BRA/Andretti Green), 139 pontos
5) Marco Andretti (EUA/Andretti Green), 130 pontos
6) Danica Patrick (EUA/Andretti Green), 122 pontos
7) Ed Carpenter (EUA/Vision), 120 pontos
8) Will Power (AUS/KV), 114 pontos
9) Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green), 113 pontos
10) Oriol Servia (ESP/KV), 112 pontos
11) Ryan Hunter-Reay (EUA/Rahal Letterman), 105 pontos
12) Enrique Bernoldi (BRA/Conquest), 99 pontos
13) Graham Rahal (EUA/Newman Haas Lanigan), 98 pontos
14) Vitor Meira (BRA/Panther), 98 pontos
15) Ernesto Viso (VEN/HVM), 93 pontos
16) A.J. Foyt IV (EUA/Vision), 92 pontos
17) Darren Manning (ING/Foyt), 92 pontos
18) Buddy Rice (EUA/Dreyer & Reinbold), 88 pontos
19) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 84 pontos
20) Justin Wilson (ING/Newman Haas Lanigan), 81 pontos
21) Bruno Junqueira (BRA/Dale Coyne), 69 pontos
22) Mario Moraes (BRA/Dale Coyne), 65 pontos
23) Jay Howard (ING/Roth), 62 pontos
24) Franck Perera (FRA/Conquest), 56 pontos
25) Townsend Bell (EUA/Dreyer & Reinbold), 52 pontos
26) Marty Roth (CAN/Roth), 50 pontos
27) Milka Duno (VEN/Dreyer & Reinbold), 38 pontos
28) Mario Dominguez (MEX/Pacific Coast), 35 pontos
29) Tomas Scheckter (AFS/Luczo Dragon), 24 pontos
30) Jaime Câmara (BRA/Conquest), 22 pontos
31) Roger Yasukawa (EUA/Beck), 16 pontos
32) Davey Hamilton (EUA/Kingdom), 16 pontos
33) John Andretti (EUA/Roth), 14 pontos
34) Buddy Lazier (EUA/Hemelgarn) 13 pontos
35) Alex Lloyd (ING/Rahal Letterman) 10 pontos
36) Jeff Simmons (EUA/Foyt) 10 pontos
37) Sarah Fisher (EUA/Fisher) 10 pontos

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O grid para as 500 milhas de Indianápolis



A definição do grid de largada para a 92ª edição das 500 milhas de Indianápolis ocorreu no último domingo (18), durante o Bump Day, último dia de treinamentos. Sete pilotos viveram a expectativa de participar da mais importante corrida de monopostos da América do Norte, com quatro desses falhando em seu objetivo de assegurar um lugar nesse grandioso evento.

Quem estava comemorando no final daquela tarde eram o norte americano A.J. Foyt IV, da Vision, que no sábado havia batido em sua primeira tentativa de se classificar e ficou na 31ª posição, e o vencedor da corrida em 1996, Buddy Lazier da Hemelgarn e Marty Roth, que corre em sua própria equipe, sendo eles os donos das últimas duas vagas.

Quem viveu a maior decepção do dia foi o mexicano Mario Dominguez da Pacific Coast, perdendo a oportunidade de disputar a sua primeira prova em Indianápolis. Ele em sua última tentativa ficou próximo de tomar a posição de Roth, virando tempos suficientes para realizar a meta, então subitamente bate no muro em sua segunda volta rápida. Max Papis da Sam Schmidt teve problemas no seu carro, e Phil Giebler da American Dream, bateu forte no sábado e por isso não participou do Bump Day.

No total, teremos a participação de sete brasileiros: Hélio Castro Neves, Tony Kanaan, Vitor Meira, Bruno Junqueira, Enrique Bernoldi, Mario Moraes e Jaime Câmara Neto. Os próximos treinos livres ocorrem no dia 23, no Carb Day, quando pilotos e equipes terão uma hora para fazem os últimos ajustes para a maratona de domingo, a partir do meio-dia (horário de Brasília).

Segundo a meteorologia, a chuva que caiu diversas vezes durante o mês de preparação, atrapalhando a programação de testes e classificação, não deve ocorrer durante a prova, à previsão indica sol e calor, com temperatura na casa dos 28 graus Celsius e possibilidade de chover próxima de zero. As 500 milhas de Indianápolis acontecem neste domingo, dia 25, às 14h00 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelos canais Band e Bandsports.

Grid de largada
1) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 2min39s0348
2) Dan Wheldon (ING/Ganassi), 2min39s2143
3) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 2min39s2358
4) Hélio Castro Neves (BRAPenske), 2min39s4806
5) Danica Patrick (EUA/Andretti Green), 2min39s8601
6) Tony Kanaan (BRA/Andretti Green), 2min40s1463
7) Marco Andretti (EUA/Andretti Green), 2min40s4155
8) Vitor Meira (BRA/Panther), 2min40s4663
9) Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green), 2min40s7952
10) Ed Carpenter (EUA/Vision), 2min40s8324
11) Tomas Scheckter (AFS/Luczo Dragon), 2min41s0767
12) Townsend Bell (EUA/Dreyer & Reinbold),2min41s7693
13) Graham Rahal (EUA/Newman Haas Lanigan), 2min41s7753
14) Darren Manning (ING/Foyt), 2min41s8486
15) Bruno Junqueira (BRA/Dale Coyne), 2min41s9214
16) Justin Wilson (ING/Newman Haas Lanigan), 2min41s9676
17) Buddy Rice (EUA/Dreyer & Reinbold), 2min42s0885
18) Davey Hamilton (EUA/Kingdom), 2min42s1498
19) Alex Lloyd (ING/Rahal Letterman), 2min42s3171
20) Ryan Hunter-Reay (EUA/Rahal Letterman), 2min42s4701
21) John Andretti (EUA/Roth), 2min42s4913
22) Sarah Fisher (EUA/Sarah Fisher), 2min42s7146
23) Will Power (AUS/KV), 2min42s7956
24) Jeff Simmons (EUA/Foyt), 2min42s8204
25) Oriol Servia (ESP/KV), 2min43s0682
26) Ernesto Viso (VEN/HVM), 2min43s3720
27) Milka Duno (VEN/Dreyer & Reinbold), 2min43s4095
28) Mario Moraes (BRA/Dale Coyne), 2min43s8482
29) Enrique Bernoldi (BRA/Conquest), 2min44s0676
30) Jaime Câmara (BRA/Conquest), 2min44s1248
31) A.J. Foyt IV (EUA/Vision), 2min44s2458
32) Buddy Lazier (EUA/Hemelgarn), 2min44s3720
33) Marty Roth (CAN/Roth), 2min44s4096

sábado, 17 de maio de 2008

O fracasso da Penske em Indianápolis


Emerson não marca tempo e fica fora das 500 milhas, prova que ganhou duas vezes.

Por Vanderson Castilho

Todos sabem que a equipe Penske é uma referência na Fórmula Indy e que inclusive chegou a disputar a Fórmula 1 na década de 1970. No vitorioso currículo constam 14 vitórias nas 500 milhas de Indianápolis (1972, 1979, 1981, 1984, 1985, 1987, 1988, 1991, 1993, 1994, 2001, 2002, 2003 e 2006) além de 11 títulos da Indy (1977, 1978,1979, 1981, 1983, 1985, 1988, 1994, 2000,2001 e 2006).

Entretanto, no meio de várias conquistas, 1995 foi um ano terrível para na Penske. A equipe fracassou na tentativa de classificar seus carros para as 500 milhas de Indianápolis, algo inimaginável. Para analisar os fatos desse fracasso retumbante, teremos que voltar um ano antes para entender esse retrocesso.

Naquela época, a equipe monta um verdadeiro "time dos sonhos". Três pilotos de ponta com o objetivo de trucidar mesmo a concorrência e derrotar Nigel Mansell e seu Lola Ford da Newman Haas, campeões de 1993. A Penske contrata Al Unser Jr. para manter a tradição do clã Unser de sempre ser campeão com a Penske (Al Unser e Bobby Unser também correram para Roger Penske) e se junta aos pilotos que já estavam lá: o bicampeão das 500 milhas Emerson Fittipaldi e a revelação canadense Paul Tracy, rápido, mas inconstante.

Com um conjunto Penske Ilmor, a equipe fatura 12 das 16 vitórias desta temporada (oito com Unser, uma com Emmo e três com Tracy), garantindo ao trio as três primeiras posições do campeonato, e ainda a vitória nas 500 milhas de Indianápolis de 1994 com um potentíssimo motor Mercedes Benz que tinha comando de válvulas por varetas, garantindo a esses pelo regulamento da Indy 500, a pressão de 55 bar para competir contra os motores Ford Cosworth e Honda que usavam pressão de 45 bar.

Al Jr. chegou a vitória depois de herdar a ponta de Emerson Fittipaldi, que bateu no muro a 14 voltas do fim quando tentava aplicar uma volta em cima do seu companheiro de equipe. Com uma poderosa estrutura dessas, ninguém iria imaginar que a Penske ficaria de fora da tradicional corrida em 1995. Mas o que deu errado afinal?

O primeiro fator foi o motor Mercedes Benz usado na corrida de 1994. A chiadeira dos adversários foi tamanha por conta da superioridade do motor que a Usac (órgão que controlava a Indy 500 na época) acabou cedendo as pressões e decretou ilegal os motores com comando de válvulas por varetas a partir de 1995. Essa medida acabou atrapalhando as equipes que usariam motores Mercedes Benz, que tiveram que apelar para o motor utilizado nas outras etapas do calendário, mas que ainda estava no início de seu desenvolvimento, uma vez que a Mercedes Benz estreou na Fórmula Indy em 1994 só nas 500 milhas e em 1995 faria a programação para toda a temporada.

O segundo fator eram os adversários. Os motores Ford e Honda mostraram-se inferiores ao Ilmor (que antes preparava motores para a Chevrolet, que tinha deixado a Indy em 1993) em 1994 e como não tinham condições de bater os Ilmor naquela ocasião, focaram o desenvolvimento para 1995. Ocorreu a mesma coisa em relação aos chassis. A Penske não teve concorrência porque a Lola não fabricou uma unidade confiável e a Reynard estava estreando na Indy, ou seja, aquele ano era de adaptação a competição. Para piorar, a Firestone anunciou sua volta à Fórmula Indy depois de muitos anos de monopólio da Goodyear.

Enquanto as equipes que usavam chassis Lola e Reynard recuperavam da fraca temporada anterior, a Penske acomodava. A equipe dispensou Paul Tracy devido a atritos com Al Unser Jr. e Roger Penske ficou apenas com Unser e Fittipaldi. A Penske vencera as duas últimas provas (em Long Beach, com Al Unser Jr. e com Emerson Fittipaldi em Nazareth) disputadas em um circuito de rua e num oval curto. Muita gente pensava que a equipe vinha com tudo para faturar mais uma vitória nas 500 milhas.

Nos treinos livres, o inferno se revelou dentro para Penske. Os carros mal conseguiam atingir 221 mph, enquanto que seus adversários atingiam 227 mph em média. Algo estava errado e era preciso descobrir o que era. Uma revisão feita na sede da Penske constatou que os chassis tinham uma falha na estrutura que comprometia a pressão aerodinâmica do carro, fazendo-o perder velocidade nas retas. Além disso, o motor Mercedes Benz não era potente como o usado em 1994, sendo um problema enfrentado também por outras equipes com motores Mercedes que possuíam chassis Reynard e Lola.

Sem conseguir classificar seus dois carros na primeira semana, a Penske tentou de tudo: pegou os carros do ano anterior, mas também tinham falhas na pressão aerodinâmica, que foram mascaradas pelo potente motor com comando acionado por varetas. Usaram as unidades Ilmor de 1994, também sem sucesso. Então não restou alternativa a não ser apelar para outras marcas de chassis.

Mas havia um empecilho: não poderia ser utilizada uma configuração composta pelos motores Ford ou Honda, tampouco os pneus Firestone (que estavam mais rápidos que os Goodyear) por questões contratuais. A Penske adquiriu dois Reynards Mercedes da equipe Hall de Gil de Ferran e dois Lolas Mercedes da equipe Rahal, que devolvia a gentileza do ano anterior. Na edição de 1994, sem competitividade nos carros Lola com motores Honda, Roger Penske emprestou dois Penske Ilmor de 1993 para a equipe de Bobby Rahal se classificar e com o mesmo carro que Emerson tinha vencido as 500 milhas de 1993, Bobby Rahal chegou em 3º na edição de 1994.

Emerson Fittipaldi imediatamente abandonou o chassi Penske e utilizou o Lola Mercedes reserva de Bobby Rahal e passou a girar na casa das 227,814 mph (366,552 km/h), média que se mantida, lhe garantiria a classificação. "Agora está bem melhor. Possivelmente, fico com esse carro mesmo", disse Emerson. "Serão as quatro voltas mais importantes da minha carreira", completou. à véspera da classificação, Al Unser Jr. ainda tentava acertar o Penske Mercedes, mas a melhor média horária que conseguiu foi a de 219,085 mph (352,507 km/h), não conseguia progredir.

No sábado, durante o penúltimo treino, Fittipaldi entre na pista com o Lola e faz a primeira volta em 224,955 mph, a segunda em 225,445 mph e a terceira em 226,097 mph. Contudo, na última volta, Roger Penske mostra bandeira amarela ao brasileiro, abortando assim a tentativa, por temer que a marca fosse superada no último treino no domingo. Teoricamente, se Emerson continuasse no mesmo ritmo, chegaria a uma média próxima das 225,9 mph, o que lhe garantiria a vaga.

Veio o domingo e todo aquele alvoroço para sortear a ordem do Bumping Day, última tentativa de classificação. Já estavam 31 carros com tempo garantido. Então restavam as duas últimas posições. Scott Sharp consegue seu lugar e resta uma vaga só. Emerson Fittipaldi vai para a pista e marca somente 224 mph. Caso a equipe tivesse mantido Emerson na pista no sábado, teria feito 226 mph, mais que suficiente para conseguir a classificação e ainda teria sete carros mais lentos que ele.

Mesmo assim Emerson pegou a sua vaga, mas seu tempo era superior somente ao de Franck Freon no grid. Era preciso torcer contra os outros. Al Unser Jr. fracassa com o Lola Mercedes reserva de Raul Boesel e ficava fora do grid. Logo depois, Davy Jones desclassifica Franck Freon, e para piorar, fica com um tempo melhor que o do Emerson. Ou seja, Emerson passaria a ser o último colocado, o homem a ser expulso do grid.

Mas a cinco minutos do fim, Stefan Johanson cravou um tempo melhor que Davy Jones, superando Emerson e tirando a Penske do grid de largada. E que ironia do destino: Johansson usou um Penske Ilmor de 1994, o mesmo que a equipe dominou a temporada anterior e que abandonou naquele mês alegando falta de competitividade. Ninguém conseguiu acreditar no que ocorria. A poderosa equipe Penske estava fora das 500 milhas.

Na coletiva, a imagem de Roger Penske abatido e humilhado, contrastando com a serenidade dos seus pilotos, que tentaram explicar o inexplicável: “Roger é o melhor chefe de equipe do mundo”, disse Emerson, mas ele naquele dia falhou. A Penske arrumou suas coisas e foi para Milwaukee para a etapa seguinte às 500 milhas, arrasada e abatida.

Depois do fracasso de Indianápolis, a equipe buscou soluções para os problemas e por pouco não venceu as 500 milhas de Michigan e Al Unser Jr. disputou o título contra Jacques Villeneuve, perdendo na última etapa. Para 1996, a Penske trouxe de volta Paul Tracy e “empurrou” Emerson Fittipaldi para a equipe Hogan, junto com um chassis Penske de cortesia.

Emerson perdeu motivação e sofreu um acidente grave em Michigan que encerrou sua carreira. Al Unser Jr. e Paul Tracy ainda tentaram lutar contra a falta de competitividade dos carros Penske em 1996 e 1997, ano da última vitória da equipe até então. Em 1998, a Penske demite Paul Tracy e contrata André Ribeiro. Os resultados pioram cada vez mais e em 1999. Decadente, a equipe usa apenas um carro durante boa parte da temporada. Quando utiliza o segundo carro a Penske apela para “pilotos tampão” como Alex Barron, Tarso Marques e Gonzalo Rodriguez (que morre na curva Saca Rolha de Laguna Seca), algo inimaginável para uma equipe que se orgulhava de manter um padrão alto e chamar sempre os melhores pilotos.

Então Roger Penske resolveu dar a volta por cima, fechando o departamento de construção de chassis e passou a comprar unidades da Reynard e motores Honda, o melhor conjunto naquele período. Gil de Ferran e Greg Moore são os pilotos incumbidos nessa missão de trazer a Penske de volta às conquistas.

A morte de Greg Moore em Fontana na sua despedida da Forsythe parecia que iria abalar novamente a Penske. Mas imediatamente chamou Hélio Castro Neves. Com a dupla brasileira, a Penske ganhou “quase tudo”. De 2000 até agora, foram 2 títulos da Champ Car (2000 e 2001) além de 4 vitórias na Indy 500, a primeira em 2001, retornando depois de 7 anos afastada, com Hélio Castro Neves vencendo e com Gil de Ferran em segundo. Hélio venceria novamente em 2002 e em 2003 Gil de Ferran faturaria a vitória com Hélio Castro Neves chegando em segundo lugar. Ainda faltava o título na IRL. Quem consegue essa façanha é Sam Hornish Jr. em 2006, que ainda consegue vencer pela primeira vez em Indianápolis, superando o novato Marco Andretti metros antes da bandeirada final, confirmando o favoritismo demonstrado nos treinos.

domingo, 11 de maio de 2008

Ganassi faz dobradinha no Pole Day

Dixon (dir.) lidera dobradinha da Ganassi no grid em Indianápolis.

A estratégia foi quase tão importante quanto à velocidade nesse sábado para que o piloto neozelandês Scott Dixon conquistasse a primeira posição no grid de largada para as 500 milhas de Indianápolis com uma grande jogada de sua equipe, a Ganassi.

Dixon e seu companheiro de equipe Dan Wheldon, que foi o segundo colocado, aproveitaram o formato peculiar da classificação em Indy, na qual permite que cada corredor tenha até três tentativas em cada um dos quatro dias de treinos oficiais. A primeira fila será completada por Ryan Briscoe.

O melhor brasileiro no Pole Day foi Hélio Castro Neves, da Penske, duas vezes vencedor das 500 milhas e pole position no ano passado, ocupou o quarto lugar na classificação com 2min39s4086. Tony Kanaan, da Andretti Green, foi o sexto mais rápido, enquanto Vitor Meira, da Panther, o oitavo, encerrava a cota de brasileiros entre os onze classificados.

A lista se completa com os outros pilotos da Andretti Green: Danica Patrick em quinto, Andretti é o sétimo, e o japonês Hideki Mutoh ficou em oitavo. Ed Carpenter (Vision), décimo e finalmente Tomas Scheckter (Luczo Dragon) em décimo primeiro.

Dixon, que já chegou três vezes em os cinco primeiros na Fórmula Indy nessa temporada, foi o principal beneficiado pela tática definida pela sua equipe, melhorando em mais de oito décimos de segundo seu tempo em sua última tentativa terminando com o tempo de 2min39s0348 no oval de 2,500 milhas (cerca de 4 quilômetros) e recebendo um cheque de 100 mil dólares oferecido pela organização do evento.

Dixon admitiu que estava preocupado com a performance de seu companheiro de Ganassi, Dan Wheldon. "Eu estava realmente preocupado com o meu companheiro de equipe. Além disso, o time fez um trabalho fantástico", comentou. "Acho que fui à pista no momento certo, especialmente porque o vento mudou de direção. Fora isso, eu só posso dizer que os carros são bastante similares", finalizou.

A tentativa que deu a pole a Dixon ocorreu quando faltava mais de duas horas para o término da sessão e alguns instantes após Ryan Briscoe, o primeiro piloto a tentar se classificar ontem, alcançar o primeiro posto em um esforço que de dar a equipe Penske o recorde de 15 poles em Indianápolis. O australiano terminou em terceiro com 2min39s2358, na frente de seu parceiro Castro Neves.

"A questão é que quando seus carros são bons e seus pilotos são bons, fica fácil tomar essas decisões que é necessário arrojo", disse Ganassi, que como proprietário de equipe já venceu as 500 milhas de Indianápolis com Emerson Fittipaldi em 1989 e com o piloto colombiano Juan Pablo Montoya em 2000.

Nenhuma ex-equipe da Champ Car se classificou no primeiro dia. Entre os nomes excluídos estão os dos brasileiros Bruno Junqueira e Mário Moraes, da Dale Coyne, Jaime Câmara e Enrique Bernoldi, da Conquest. O único acidente dessa sessão ocorreu com o norte-americano Ryan Hunter-Reay (Rahal Letterman), que bateu no muro da curva 3 faltando pouco menos de 40 minutos para o fim das atividades. Hoje será definido o meio do grid, entre 12ª e 22ª posições, a partir das 13h, no horário de Brasília.

Grid de largada, Pole Day
1) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 2min39s034
2) Dan Wheldon (ING/Ganassi), 2min39s214
3) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 2min39s235
4) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 2min39s480
5) Danica Patrick (EUA/Andretti Green), 2min39s860
6) Tony Kanaan (BRA/Andretti Green), 2min40s146
7) Marco Andretti (EUA/Andretti Green), 2min40s415
8) Vitor Meira (BRA/Panther), 2min40s466
9) Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green), 2min40s795
10) Ed Carpenter (EUA/Vision), 2min40s832
11) Tomas Scheckter (AFS/Luczo Dragon), 2min41s076

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O Retorno dos Grandes Clãs


Graham Rahal (Newman Haas Lanigan).


A.J. Foyt IV (Vision).


Marco Andretti (Andretti Green).

Por Wallace Michel

Andretti, Foyt e Rahal são sinônimos de 500 milhas de Indianápolis, e pela primeira vez desde 1992 todos os três grandes clãs do automobilismo norte-americano de monoposto serão representados, ao mesmo tempo, no Indianapolis Motor Speedway graças à reunificação da Fórmula Indy.

Marco Andretti (Andretti Green), A.J. Foyt IV (Vision) e Graham Rahal (Newman Haas Lanigan) começaram os treinos qualificatórios para a 92ª edição das 500 milhas no dia 6 de maio. Em 1992, Jeff, John, Mario e Michael Andretti competiram ao lado de A.J. Foyt e Bobby Rahal na pista. Naquela oportunidade, Rahal, Foyt e John Andretti finalizaram entre os dez melhores na corrida.

Marco é filho de Michael e neto de Mario, enquanto Graham é filho do vencedor das 500 milhas de 1986 Bobby – eles competiram entre si, recentemente, em 2005 pela Fórmula Mazda. Rahal foi ao pódio em seis de doze eventos, vencendo em Portland, , se tornando o piloto mais jovem a vencer na categoria aos 16 anos, e terminou aquela temporada na quarta colocação. Andretti ficou três vezes entre os cinco primeiros nas corridas e seu melhor resultado foi o segundo lugar em Sonoma sendo o quinto na classificação final. Nesse mesmo ano competiu em seis corridas na Indy Pro Series, vencendo e largando na pole em São Petersburgo e mais vitórias em Indianápolis e Sonoma.

Um ano antes, Rahal recebeu uma autorização especial para aos 15 anos poder disputar a Fórmula BMW norte-americana. Andretti sagrou-se campeão da Skip Barber National, da Skip Barber Formula Dodge Southern Series com onze vitórias, e da Fórmula TR Pro Series, conquistando oito vitórias naquele mesmo ano.

"As disputas entre os Rahals e os Andrettis marcaram as corridas de Indy por mais de duas décadas, e estou animado sobre reviver-la, mas com toda sinceridade, Marco é somente um entre vários pilotos que eu tentarei vencer", diz Rahal, que foi aprovado no Programa de Orientação para Novatos no dia 4 de maio, avaliação em que são realizadas quatro seqüências de dez voltas com velocidade crescente.

Integram essa atividade pilotos que ainda não competiram em nenhuma edição das 500 milhas de Indianápolis. Eles são então avaliados pelos comissários e equipe técnica da Indy, que determinam se os corredores estão aptos tecnicamente a participar dos treinos de classificação. "Vai ser legal competir contra o Marco novamente, mas meu foco está 100% em vencer, e não somente em correr contra alguém em especial".

Há um mês, Rahal tornou-se o mais jovem vencedor de uma corrida da Indy, suplantado Andretti (Sonoma, 2006). Também em 2006, Andretti terminou em segundo lugar em Indianápolis, sendo superado na linha de chegada por Sam Hornish Jr., além de levar o título de Novato do Ano. Foyt, neto do tetracampeão das 500 milhas de Indianápolis A.J. Foyt, é o veterano do trio. Piloto do carro número 2 da equipe Vision, ele vai tentar qualificar pela quinta vez para a Indy 500.

No primeiro dia de treinos livres, Marco Andretti, foi o piloto mais rápido, depois de completar 25 voltas, sendo a melhor delas em 39s7177. Já Graham Rahal, foi o décimo nono com 40s4399 em 64 voltas, e A.J. Foyt IV fez o vigésimo quarto tempo com 40seg6110 e 24 voltas. Essa disputa em famílias promete ser uma das grandes atrações do evento, complementando o ambiente da competição, que é a maior corrida de automóveis dos Estados Unidos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Foto da Semana

Nome do piloto: Cristiano da Matta
Data: 30/07/2000
Local: Chicago Motor Speedway
Motor: Toyota
Equipe: Arciero Wells
O fato: o mineiro vence pela primeira vez na Indy.

Indy 2008: 4ª etapa - Kansas


4ª etapa - GP de Kansas
Dan Wheldon é o primeiro a vencer duas vezes em Kansas
Líder é o brasileiro Hélio Castro Neves (Penske), que ficou em quarto colocado e agora soma 144 pontos

O inglês Dan Wheldon foi beneficiado na quarta e última parada nos pits para se tornar no primeiro piloto a vencer duas vezes o GP do Kansas, corrida realizada em circuito oval, válida pela quarta etapa da Fórmula Indy. O evento foi completamente dominado pela equipe Ganassi. Os concorrentes somente aproximavam dos pilotos da equipe em momentos como paradas nos pits e nas bandeiras amarelas.

Seu companheiro de equipe na Ganassi, o neozelandês Scott Dixon, seguia absoluto na frente, sem ser incomodado pelos adversários. Dixon controlou as primeiras 145 voltas da prova. Foi então que Buddy Rice (Dreyer & Reinbold) perdeu o controle do seu carro e foi ao encontro do muro.

O neozelandês antecipou sua última entrada nos pits para a 154ª volta. E graças ao acidente de Rice, que criou uma bandeira amarela com cerca de 20 voltas, acabou perdendo a vitória certa. Caiu para a sétima posição e com vários retardatários em sua frente.

Dixon ainda se recuperou ao reconquistar quatro colocações, porém tinha perdido o contato com Wheldon e o brasileiro Tony Kanaan (Andretti Green) para tentar um ataque definitivo. Graças ao excelente acerto do seu carro, Wheldon apenas controlava as investidas de Kanaan para receber novamente a bandeira quadriculada na frente em Kansas com 2s1778 de vantagem sobre o brasileiro. Essa foi seu décimo quarto triunfo em um campeonato de Indy (Indy Car, Champ Car ou IRL).

O brasileiro Hélio Castro Neves (Penske) teve um trabalho para completar em quarto, depois de superar o norte-americano Marco Andretti (Andretti Green) pouco metros antes da linha de chegada. Hideki Mutoh (Andretti Green) foi o sexto colocado, seguido por Ryan Briscoe (Penske).

Bruno Junqueira (Dale Coyne), 15º e Mario Moraes (Dale Coyne), 17º, foram outros brasileiros a terminarem ao percurso. Enquanto isso o estreante Jaime Câmara (Conquest) teve sua corrida prejudicada, perdendo várias voltas e foi 21º. Enrique Bernoldi (Conquest) rodou na primeira volta, e Vitor Meira (Panther) bateu nos pits. Foi um acidente esquisito, pois ele acertou uma pilha de pneus da equipe Dreyer & Reinbold, torcendo a suspensão de seu carro, e conseqüentemente abandonando.

Em Kansas foi quatro bandeiras amarelas, a primeira provocada pela rodada de Bernoldi. Na 23ª volta, o australiano Will Power (KV) chocou-se contra o muro para não colidir no inglês Darren Manning (Foyt). O venezuelano Ernesto Viso (HVM) tocou no sul-africano Tomas Scheckter (Luczo Dragon), que andou em segundo no início da prova, e ambos rodaram.

Antes Scheckter havia tido problemas na sua primeira parada: o canadense Marty Roth (Roth) acertou um dos mecânicos da equipe do sul-africano, o que prejudicou sua saída e o fez cair para a 22ª colocação. Por causa da barbeiragem, Roth levou bandeira preta. A última interrupção, a mais longa delas, foi para limpar os destroços do carro de Buddy Rice.

Dan Wheldon depois da corrida confessou que venceu porque Scott Dixon liderou boa parte da prova. "Fui capaz de esperar atrás de Dixon, e economizei um pouco mais de combustível", disse o inglês. "Ele fez tudo que podia. Estávamos com a mesma quantidade de combustível, e eu podia vê-lo ficando mais leve. Quando você está atrás, pode economizar um pouco mais, e isso pode ter feito a diferença", agradeceu.

Dixon disse que cometeu um erro. "Definitivamente, perdi a corrida sozinho", reclamou. "Pelo menos um carro da Ganassi ganhou. Dan foi inteligente, e economizou combustível. É uma estratégia que devemos estudar", completou.

Com um desempenho abaixo das expectativas durante a classificação de sábado, Tony Kanaan conseguiu a reviravolta durante a prova. "Pelo início que tivemos aqui, com certeza foi um ótimo resultado", comemorou. "Fizemos uma corrida dura no início até chegar aos carros da Ganassi. Minha equipe esteve fantástica nos pit stops. No final, tentei ao máximo ultrapassar Dan, mas infelizmente não tinha mais nada a fazer", concluiu.

GP de Kansas
4ª etapa - 27/04/2008
Circuito oval com 1,500 milha

Kansas Speedway - Kansas City, Kansas (Estados Unidos)
1) Dan Wheldon (ING/Ganassi), 200 voltas
2) Tony Kanaan (BRA/Andretti Green), 200 voltas
3) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 200 voltas
4) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 200 voltas
5) Marco Andretti (EUA/Andretti Green), 200 voltas
6) Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green), 200 voltas
7) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 200 voltas
8) A.J. Foyt IV (EUA/Vision), 200 voltas
9) Justin Wilson (ING/Newman Haas Lanigan), 199 voltas
10) Ed Carpenter (EUA/Vision), 198 voltas
11) Oriol Servia (ESP/KV), 198 voltas
12) Graham Rahal (EUA/Newman Haas Lanigan), 198 voltas
13) Jay Howard (ING/Roth), 197 voltas
14) Ernesto Vizo (VEN/HVM), 197 voltas
15) Bruno Junqueira (BRA/Dale Coyne), 196 voltas
16) Milka Duno (VEN/Dreyer & Reinbold), 195 voltas
17) Mario Moraes (BRA/Dale Coyne), 193 voltas
18) Ryan Hunter-Reay (EUA/Rahal Letterman), 169 voltas
19) Danica Patrick (EUA/Andretti Green), 156 voltas
20) Buddy Rice (EUA/Dreyer & Reinbold), 150 voltas
21) Jaime Câmara (BRA/Conquest), 103 voltas
22) Vitor Meira (BRA/Panther), 101 voltas
23) Tomas Scheckter (AFS/Luczo Dragon), 96 voltas
24) Darren Manning (ING/Foyt), 76 voltas
25) Enrique Bernoldi (BRA/Conquest), 54 voltas
26) Marty Roth (CAN/Roth), 41 voltas
27) Will Power (AUS/KV), 22 voltas

A classificação da Indy após quatro etapas
1) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 144 pontos
2) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 138 pontos
3) Dan Wheldon (ING/Ganassi), 135 pontos
4) Tony Kanaan (BRA/Andretti Green), 129 pontos
5) Danica Patrick (EUA/Andretti Green), 110 pontos
6) Will Power (AUS/KV), 97 pontos
7) Marco Andretti (EUA/Andretti Green), 95 pontos
8) Oriol Servia (ESP/KV), 93 pontos
9) Ed Carpenter (EUA/Vision), 90 pontos
10) Graham Rahal (EUA/Newman Haas Lanigan), 88 pontos
11) Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green), 87 pontos
12) Enrique Bernoldi (BRA/Conquest), 84 pontos
13) Ernesto Viso (VEN/HVM), 83 pontos
14) A.J. Foyt IV (EUA/Vision), 80 pontos
15) Ryan Hunter-Reay (EUA/Rahal Letterman), 77 pontos
16) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 72 pontos
17) Justin Wilson (ING/Newman Haas Lanigan), 71 pontos
18) Darren Manning (ING/Foyt), 70 pontos
19) Buddy Rice (EUA/Dreyer & Reinbold), 64 pontos
20) Jay Howard (ING/Roth), 62 pontos
21) Vitor Meira (BRA/Panther), 58 pontos
22) Bruno Junqueira (BRA/Dale Coyne), 57 pontos
23) Franck Perera (FRA/Conquest), 56 pontos
24) Mario Moraes (BRA/Dale Coyne), 53 pontos
25) Marty Roth (CAN/Roth), 40 pontos
26) Mario Dominguez (MEX/Pacific Coast) 35 pontos
27) Townsend Bell (EUA/Dreyer & Reinbold), 32 pontos
28) Milka Duno (VEN/Dreyer & Reinbold), 26 pontos
29) Roger Yasukawa (EUA/Beck Motorsport), 16 pontos
30) Jaime Câmara (BRA/Conquest), 12 pontos
31) Tomas Scheckter (AFS/Luczo Dragon), 12 pontos

Curiosidades sobre as 500 milhas de Indianápolis



As 500 milhas de Indianápolis é a próxima prova do calendário da Fórmula Indy a ser disputada no dia 25 de maio. Confira algumas curiosidades sobre a tradicional prova:

- A primeira edição da prova aconteceu em 1911, sendo o norte-americano Ray Harroun o campeão.

- Desde que começou a ser realizada, as 500 milhas só não correram em 1917 e 1918, por causa da 1ª Guerra Mundial e entre 1942 a 1945 em conseqüência da 2ª Guerra Mundial.

- A prova consiste em 200 voltas em um circuito oval.

- Tendo decidido em concentrar em apenas um grande evento ao invés de várias pequenas corridas, Carl Fisher e seus parceiros visionaram um evento que viesse a interessar o público por durar aproximadamente 7 horas entre o meio da manhã ao final da tarde. A distância de 500 milhas foi escolhida.

- A distância de uma volta é de 2,5 milhas. O Indianapolis Motor Speedway tem quatro curvas distintas e retas, o formato do circuito que não mudou desde sua inauguração em 1909.

- Os pilotos que venceram o maior número de vezes foram três, com quatro vitórias cada um: A.J. Foyt (1961, 1964, 1967, 1977), Al Unser (1970, 1971, 1978, 1987) e Rick Mears (1979, 1984, 1988, 1991).

- O piloto mais novo a vencer em Indianápolis é o norte-americano Troy Ruttman que tinha 22 anos e 80 dias na 36ª edição do evento, disputada no dia 30 de maio de 1952.

- O mais velho piloto a vencer é Al Unser que tinha na ocasião 47 anos e 360 dias na 71ª edição, realizada no dia 24 de maio de 1987.

- O nome do troféu entregue ao vencedor é o Borg-Warner, que é oferecido pelo Grupo Automotivo Borg-Warner sediada em Auburn Hills, Michigan, nos Estados Unidos. Louis Meyer foi o primeiro a receber o troféu em 1936.

- O tricampeão Louis Meyer tinha o costume de beber leite para se refrescar e fez isso novamente quando estava no Círculo da Vitória na vitória de 1936. Um dos executivos da Milk Foundation viu a foto deste momento na seção de esportes de um jornal no dia seguinte, e a partir daquele dia a tradição vem sendo repetida todos os anos. Entre os anos 1947 e 1955, o leite não foi oferecido durante a cerimônia de vitória, mas retornou em 1956 e permaneceu desde então.

- Cinco mulheres já competiram em Indianápolis: Janet Guthrie (1977-1979), Lyn St. James (1992-1997 e 2000), Sarah Fisher (2000-2004 e 2007), Danica Patrick (2005-2007) e Milka Duno (2007).

- Oito pilotos novatos venceram as 500 milhas de Indianápolis: Ray Harroun (1911, na inauguração da pista), Jules Goux (1913), Rene Thomas (1914), Frank Lockhart (1926), George Souders (1927), Graham Hill (1966), Juan Montoya (2000) e Hélio Castro Neves (2001).

- Cinco pilotos venceram por duas vezes consecutivas: Wilbur Shaw (1939-1940), Mauri Rose (1947-1948), Bill Vukovich (1953-1954), Al Unser (1970-1971) e o Brasileiro Hélio Castro Neves (2001-2002). Ninguém chegou por enquanto a três conquistas seguidas.

- Juan Pablo Montoya é o único piloto a participar das 500 milhas, da Brickyard 400 e do GP dos Estados Unidos de Fórmula 1 todas realizadas no Indianapolis Motor Speedway.

- Treze estreantes estarão no grid da prova deste ano, maior número desde 1997, quando os 13 novatos incluíam Kenny Brack, Greg Ray e Sam Schmidt. Oito estreantes venceram a prova, inclusive Hélio Castro Neves em 2001.

- Em conjunto, 11 pilotos que disputarão a prova têm 996 voltas de liderança em Indianápolis: Dan Wheldon (204), Tony Kanaan (202), Hélio Castro Neves (162), Tomas Scheckter (148), Buddy Rice (91), Buddy Lazier (70), Bruno Juqueira (50), Scott Dixon (32), Danica Patrick (19), Marco Andretti (15) e Vitor Meira (3).

- Graham Rahal (19 anos e 142 dias) será o quinto mais jovem a participar da prova na história caso se classifique. O mais jovem foi A.J. Foyt IV (19 anos).

- Buddy Lazier será o único a largar em todas as 500 milhas desde 1995.

Fonte: Site RPMotors e Tazio

sábado, 3 de maio de 2008

Vídeo do Dia: Indianápolis 1990

Enquanto a maioria dos especialistas apontava para uma vitória esmagadora de Emerson Fittipaldi, que dominou todos os treinos, o resultado final foi surpreendente. Após seis anos e 76 GPs de tentativas e insucessos, vencia o holandês Arie Luyendyk, a sua primeira de duas conquistas em Indianápolis. O grande mérito dessa conquista foi da brilhante estratégia traçada pela equipe Shierson, que ao contrário da Penske e da Galles, times de Emerson e Al Unser Jr. respectivamente, utilizou um composto de pneu apropriado para as altas temperaturas registradas no dia da corrida, em comparação aos dias nublados e frios dos treinos classificatórios. Por isso Emerson, o pole position e líder em 128 voltas, e Al Jr. foram obrigados a fazer um pit stop extra por conta do elevado desgaste dos pneus, entregando a corrida nas mãos da zebra holandesa, que ainda por cima bateu o recorde de vencedor com a maior média horária que pertencia ao norte-americano Bobby Rahal - que terminou essa edição em segundo -, estabelecido em 1986.

Vencedor: Arie Luyendyk (HOL)
Pole Position: Emerson Fittipaldi (BRA), 39s786
Voltas Lideradas: Emerson Fittipaldi (BRA) 128, Bobby Rahal (EUA) 37 e Arie Luyendyk (HOL) 35.
Tempo de Prova: 2h41min18s404

Isto é Indianápolis



Por Vanderson Castilho

Finalmente estamos em maio. Este é o mês das mães, das noivas, do trabalhador etc. E no automobilismo, esse mês é lembrado pelo maior evento mundial da modalidade: as 500 milhas de Indianápolis.

O que existe de especial nessa corrida? São mais de 250 mil de torcedores que comparecem no último domingo de maio para verem 33 pilotos e seus carros, tratando-os como heróis, lutando pela glória máxima de cruzar em primeiro lugar ao fim de 200 voltas e levar o belíssimo troféu "Borg & Warner", para ter seu rosto eternamente estampado nele.

Só para se ter uma idéia da importância desse evento, pilotos de todos os cantos do mundo sonham com um lugar no grid, como se estivessem em uma peregrinação de um mês inteiro à procura do Santo Graal nas Colinas de Golan. Mas aqui, as Colinas de Golan não ficam na Palestina ocupada, e sim, no estado de Indiana, nos Estados Unidos, e o Santo Graal é o troféu, onde o cálice é a garrafa de leite que o piloto bebe para saborear o gosto da vitória nas 500 milhas.

Essa busca, porém, já foi muito mais frenética do que é atualmente, devido a algumas mudanças de regulamento que se revelaram catastróficas. A edição deste ano, porém terá um número de inscritos superior ao visto nas últimas. Com a inclusão do mexicano Mario Dominguez junto com a equipe Pacific Coast, temos até o momento, 40 carros inscritos, o maior número desde que Tony George criou a IRL em 1996.

A corrida existe desde 1911, mas o Brasil só foi participar da festa em 1984, quando Emerson Fittipaldi alinhou seu March Cosworth número 47 na vigésima terceira posição do grid, um carro branco com detalhes roxo e rosa. No mesmo ano, uma Boy Band que estava arrebentando nas paradas norte-americanas, mas ainda desconhecida do público brasileiro, criou uma música chamada "Indianápolis", ressaltando o clima e a festa que é a corrida. O nome da banda? Menudos.

Depois de Emmo, vieram outros brasileiros, mas só em 1989, naquela vitória inesquecível de Emerson, com Al Unser Jr. parando no muro, é que o Brasil finalmente se renderia ao charme da corrida. Outros pilotos de nacionalidades diferentes vieram e passaram a duelar contra os heróis locais. Os norte-americanos passaram a acostumar com nomes diferentes. Só o Brasil teve mais quatro vitórias depois dessa conquista de Emerson e três poles positions na corrida.

Mas o que leva o piloto e o público a idolatrar uma corrida que só acontece uma vez por ano? As populações locais, que faturam com lembranças, cervejas, aluguéis de suas casas. Atrações diversas, como mulheres exibindo seus seios e intercâmbios de torcedores de diversas nacionalidades. Os pilotos, talvez não tão badalados aqui como os pilotos da Fórmula 1, lá eles são verdadeiros reis, cujos carros são ornamentados como antigas carruagens romanas. Mas por que então esses pilotos não são tão badalados fora dos Estados Unidos? Buddy Lazier, ao vencer a edição de 1996, tentou explicar: "Indianápolis é um local único. Não precisa de astros!". Talvez porque a corrida já fabrique seus próprios astros.

Mas uma coisa é certeza: não importa o vencedor, o público sempre repetirá esse ciclo, lotando o autódromo para ver 33 pilotos e suas respectivas máquinas acelerando para chegar à glória máxima de vencer a maratona com mais de três horas de corrida. Porque isto é Indianápolis.

Vencedores das últimas edições das 500 milhas de Indianápolis
1995 - Jacques Villeneuve (CAN/Reynard Ford Cosworth)
1996 - Buddy Lazier (EUA/Reynard Ford Cosworth)
1997 - Arie Luyendyk (HOL/G-Force Aurora)
1998 - Eddie Cheever (EUA/Dallara Aurora)
1999 - Kenny Brack (SUE/Dallara Aurora)
2000 - Juan Pablo Montoya (COL/Dallara Oldsmobile)
2001 - Hélio Castro Neves (BRA/Dallara Oldsmobile)
2002 - Hélio Castro Neves (BRA/Dallara Chevrolet)
2003 - Gil de Ferran (BRA/G-Force Toyota)
2004 - Buddy Rice (EUA/G-Force Honda)
2005 - Dan Wheldon (ING/Dallara Honda)
2006 - Sam Hornish Jr. (EUA/Dallara Honda)
2007 - Dario Franchitti (ESC/Dallara Honda)