terça-feira, 5 de outubro de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Três vezes Franchitti

Mais uma temporada encerra-se com muita emoção. Tivemos a disputa pelo título indefinida até as últimas voltas em Homestead. Um oitavo lugar bastou para que Dario Franchitti assegurasse o tricampeonato da Indy. Entretanto, o escocês quase perdeu o título, após quase se envolver num acidente com a estabanada Milka Duno. Novamente a dupla Ganassi e Penske dominou a temporada. E outra vez a equipe do Chip "Bolacha" Ganassi levou a melhor sobre a turma do Roger "Capitão" Penske. Enquanto a Ganassi estava com um acerto superior nas pistas ovais a Penske dominou na maioria dos mistos.

A maior esperança de vencer a competição residia nos ombros de Will Power que no derradeiro confronto sentiu a pressão de decidir o título com contra um adversário valente e experiente nos ovais. Pela impressionante recuperação a partir de Sonoma, Franchitti fez por merecer mais esse campeonato. Assim mesmo, não podemos negar que foi Power o piloto que mais se destacou durante todo o ano em virtude de sua total superioridade nos circuitos de rua e mistos. Além disso, ele que no início da temporada anterior estava desempregado e somente pelos problemas judiciais de Hélio Castro Neves conseguiu disputar algumas provas até sofrer um sério acidente nos treinos em Sonoma, e retornou em 2010 como um coadjuvante de Ryan Briscoe e de Castro Neves, mostrou seu valor ao desbancar a dupla na pista e conseguir unir toda a equipe ao seu redor.

Ao contrário de alguns críticos, defendo a manutenção da trinca de pilotos para 2011, principalmente porque teremos muito trabalho técnico e testes na tentativa de desenvolver o novo chassi, que dizem vai ter o desenho aerodinâmico feito pela própria Penske, além do retorno dos motores turbo, que serão fornecidos ao time pela Chevrolet, uma parceira histórica que está de volta a Indy. Todas essas mudanças visam ao campeonato de 2012.

Já pelos lados da Andretti Autosport a grande manchete foi à inesperada demissão de Tony Kanaan. Oficialmente, a razão foi que a 7-Eleven, rede de lojas de conveniência, não renovou o patrocínio ao carro de Tony para 2011. Então a Andretti achou melhor liberar o brasileiro para que pudesse negociar o quanto antes com outras equipes e diminuir as possibilidades de não voltar a correr. Outro que quase seguiu o mesmo rumo foi Ryan Hunter-Reay. Mas a vitória em Long Beach e o belíssimo desempenho em São Paulo garantiram a assinatura da renovação ainda em maio e dessa maneira o norte-americano ficará ainda mais duas temporadas com a Andretti.

O Tony carregou aquele time nas costas por quatro anos e ao que me parece os executivos da Andretti não queriam arcar com a multa contratual, pois eles ainda tinham dois anos pela frente, com salários anuais de US$ 3 milhões a serem pagos ao piloto. No momento não sabemos o que o futuro reserva ao brasileiro. Seria ótimo que ele fosse correr por uma equipe de ponta e dando uma resposta dentro da pista aos seus antigos aliados. Por consideração ao Michael ele perdeu uma oportunidade de correr pela Ganassi e como gratidão ele recebeu o bilhete azul. Não é de se admirar que eles tenham declinado tanto nas últimas temporadas.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

domingo, 3 de outubro de 2010

Dario Franchitti é tricampeão em noite de Dixon

Dario Franchitti fez o que tinha que fazer no Homestead Miami Speedway, última etapa da Fórmula Indy, para reivindicar o título de 2010 e uma premiação de U$S 1 milhão na noite de sábado do dia 2 de outubro. Infelizmente, para Will Power, as coisas não funcionaram como deveriam e assim ele viu suas chances de ser o novo campeão sumirem no escuro.

Em uma corrida cheia de tensão vencida pelo seu companheiro Scott Dixon, o escocês Franchitti conquistou o campeonato de Indy pela terceira vez, igualando-se a nomes consagrados como Al Unser, Rick Mears, Bobby Rahal e Sam Hornish Jr. Que noite fantástica tivemos. Um campeonato é decidido após 17 corridas em um duelo entre o melhor piloto em circuitos mistos e de rua contra o melhor nos ovais. Todos os ingredientes necessários estavam presentes para oferecer aos fãs uma corrida memorável. E no final das 200 voltas, o experiente Dario suplantou o jovem Power. Já na corrida quem ganhou as honras foi o segundo carro da equipe Ganassi com neozelandês conquistando sua terceira vitória da temporada.

Quando a bandeira verdade foi acionada, os companheiros de Ganassi mantiveram-se na frente, com Dixon servindo de escudo contra as investidas dos pilotos da Penske. Mas este domínio não durou muito tempo. Largando em oitavo no grid, Tony Kanaan veio abrindo caminho e logo ultrapassou Dixon. Enquanto isso, Will Power que vinha em quarto, perdia rendimento e logo caiu para nono. Na 35ª volta, Mário Moraes, que estava em oitavo, foi aos pits devido a um problema na coluna de direção. Quando retornou à pista, a coluna partiu, com seu carro indo de encontro ao muro.

Em seguida, ocorre a primeira janela de paradas para reabastecimento e troca de pneus. Nela, Kanaan errou ao colocar seu carro em ponto na saída da área de pits. Dessa maneira, caiu de segundo para quinto. Enquanto isso, Ryan Briscoe conseguiu sair de quarto para o segundo lugar graças ao excelente trabalho dos seus mecânicos, com Dixon se mantendo em terceiro. Power subiu duas posições, chegando à sétima posição.

A ação recomeça na 42ª volta, com o líder Franchitti acompanhando em seus espelhos as investidas de Briscoe. Por sua vez, Kanaan passa Dixon e Castro Neves e vai para terceiro. Power supera Viso e sobe para sexto. Três voltas depois, Bia Figueiredo encerrou prematuramente sua participação. Enfrentando problemas no câmbio, ela viu seu carro sair de traseira de repente e terminou no muro. A relargada movimentou o pelotão da frente: Briscoe, Kanaan e Dixon revezam-se na ponta. Contudo, em 14 voltas, Dario retornou a ponta. Nisso, Power já era o quarto. No entanto, nem mesmo se colocando nessa posição garantiria ao australiano o campeonato.



Quando Franchitti reassumiu a dianteira, foram 40 voltas sem grandes emoções. Nesse intervalo, o escocês aproveitou para garantir os dois pontos de bonificação por ter liderado o maior número de voltas na prova. No fim tamanha dedicação de Dario mostrou-se desnecessária. O motivo foi que Power, na 134ª volta, ao tentar superar o retardatário Ryan Hunter-Reay, deixou o carro escapar de frente e esfregar no muro da curva 4. Resultado: a suspensão traseira direita ficou torta, e ele teve de ir aos pits.

Imediatamente, seus mecânicos estavam ocupados no carro, e depois de substituir a barra estabilizadora da suspensão defeituosa, o australiano conseguiu voltar à pista. Entretanto, o sintoma ainda estava presente: o carro permanecia puxando para direita. Esse foi o fim das esperanças de título para Power que foi obrigado a desistir e ver seu rival das arquibancadas. Um momento cruel para o piloto que era o favorito ao título até alguns minutos antes.

Enquanto isso, Tony Kanaan, Bertrand Baguette e Ernesto Viso eram punidos por sair dos pits com o equipamento de reabastecimento ainda preso aos seus carros. Depois da longa bandeira amarela, mais uma interrupção, esta para retirar detritos. Com o rival fora da disputa, Franchitti passou a pilotar de maneira conservadora após retornar do reabastecimento. O resultado foi apenas uma formalidade para o escocês, exceto quando Milka Duno perdeu o controle do carro bem diante dos olhos do futuro tricampeão a 25 voltas da bandeirada.

No final da prova, Dixon e Kanaan vinham em primeiro e segundo, com Danica Patrick e Castro Neves no terceiro e no quarto lugares. Dixon e Hélio, por sua vez, tinham uma parada a menos. A piloto forçava muito para ultrapassar Kanaan, que dificultou a manobra ao máximo. Finalmente, na última volta, Danica conseguiu passar Tony. Na frente, continuou Dixon, completando a festa da Ganassi. Os dez primeiros lugares foram completados por Hélio Castro Neves, Ryan Briscoe, Vítor Meira, Marco Andretti, Dario Franchitti, Dan Wheldon e Graham Rahal. Raphael Matos, por sua vez, foi apenas o 17º colocado. Mário Moraes não completou a corrida. Enquanto aos estreantes, Alex Lloyd teve uma sólida atuação, levando a 12ª posição e o título de "Novato do Ano" em cima da suíça Simona Silvestro, que teve uma péssima corrida, completando o percurso na última posição.

GP de Miami
17ª etapa - 02/10/2010
Circuito oval de 1,502 milha
Homestead Miami Speedway - Homestead, Flórida (Estados Unidos)

1) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 200 voltas, em 2h04min04s4780
2) Danica Patrick (EUA/Andretti), 2s7587
3) Tony Kanaan (BRA/Andretti), 2s7698
4) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 3s7827
5) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 5s3324
6) Vítor Meira (BRA/Foyt), 7s2126
7) Marco Andretti (EUA/Andretti), 8s3637
8) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 11s1401
9) Dan Wheldon (ING/Panther), 22s2521
10) Graham Rahal (EUA/Newman Haas), 199 voltas
11) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 199 voltas
12) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 199 voltas
13) Ed Carpenter (EUA/ Panther Vision), 199 voltas
14) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 199 voltas
15) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), 199 voltas
16) Sebastian Saavedra (COL/Conquest), 199 voltas
17) Raphael Matos (BRA/De Ferran Dragon), 199 voltas
18) Takuma Sato (JAP/KV), 199 voltas
19) Ernesto Viso (VEN/KV), 198 voltas
20) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), 198 voltas
21) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 198 voltas
22) Sarah Fisher (EUA/Fisher), 197 voltas
23) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 197 voltas
24) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 170 voltas
25) Will Power (AUS/Penske), 143 voltas
26) Bia Figueiredo (BRA/Dreyer & Reinbold), 42 voltas
27) Mário Moraes (BRA/KV), 25 voltas

A classificação final da Indy após dezessete etapas
1) Dario Franchitti (Ganassi), 602 pontos
2) Will Power (Penske), 597 pontos
3) Scott Dixon (Ganassi), 547 pontos
4) Hélio Castro Neves (Penske), 531 pontos
5) Ryan Briscoe (Penske), 482 pontos
6) Tony Kanaan (Andretti), 453 pontos
7) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 445 pontos
8) Marco Andretti (Andretti), 392 pontos
9) Dan Wheldon (Panther), 388 pontos
10) Danica Patrick (Andretti), 367 pontos
11) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 361 pontos
12) Vítor Meira (Foyt), 310 pontos
13) Alex Tagliani (Fazzt), 302 pontos
14) Raphael Matos (De Ferran Dragon), 290 pontos
15) Mário Moraes (KV), 287 pontos
16) Alex Lloyd (Dale Coyne), 266 pontos
17) Ernesto Viso (KV), 262 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas), 250 pontos
19) Simona de Silvestro (HVM), 242 pontos
20) Graham Rahal (Newman Haas), 235 pontos
21) Takuma Sato (KV), 214
22) Bertrand Baguette (Conquest), 213
23) Milka Duno (Dale Coyne), 184
24) Mário Romancini (Conquest), 149 pontos
25) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
26) Sarah Fisher (Fisher), 92 pontos
27) Paul Tracy (Dreyer & Reinbold), 91 pontos
28) Ed Carpenter (Vision Panther), 90 pontos
29) Tomas Scheckter (Conquest), 89 pontos
30) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 55 pontos
31) Jay Howard (Fisher), 44 pontos
32) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
33) Sebastian Saavedra (Conquest), 29 pontos
34) Davey Hamilton (De Ferran Dragon), 26 pontos
35) J.R. Hildebrand (Dreyer & Reinbold), 26 pontos
36) Adam Carroll (Andretti), 26 pontos
37) Francesco Dracone (Conquest), 24 pontos
38) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
39) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos
40) Roger Yasukawa (Conquest), 12 pontos

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Expresso japonês

No Twin Ring Motegi esperava mais disputas na pista. Ao invés disso, tivemos mais uma pilotagem sem a agressividade de Will Power num oval, diferente do que o momento do campeonato exige. Ainda faltou uma estratégia de equipe mais eficiente por parte da Penske que até o momento não conseguiu deter o avanço espetacular de Dario Franchitti nas últimas três provas.

Motegi teoricamente permite a formação de uma linha de até quatro carros perfilados de uma vez. Entretanto, a corrida foi decidida quando ainda faltavam 33 voltas para o final, no momento que os primeiros colocados completaram sua parada de reabastecimento definitiva. Daí para frente uma procissão motorizada se seguiu. Novamente uma corrida sonolenta na Terra do Sol Nascente. Façamos justiça: este ano tivemos outros ovais que nos apresentaram um espetáculo igualmente pobre.

Caso realmente se confirme o retorno de Fontana ao calendário da Fórmula Indy no próximo ano, após muito tempo nós teremos uma autêntica corrida em oval para fazer frente em emoção e disputas aos circuitos de Indianápolis e do Texas. É impossível não se recordar da vitória de Adrián Fernández em 1999 quando falamos do Auto Club Speedway. Naquela ocasião, o simpático mexicano era piloto do time dirigido por Pat Patrick e que utilizou o sofrível chassi Swift 010.c na maior parte das etapas do ano. Não tinha modo de fazer aquela “coisa” andar. Então o Jim McGee, brilhante engenheiro que estava no time naqueles tempos, resolveu tomar uma atitude corajosa: ele misturou peças do carro titular com o Reynard reserva com duas temporadas de uso.

Como o motor Ford XF era muito potente com o carro construído por Adrian Reynard e os ajustes para ovais médios da Patrick eram absurdamente bons, não deu outra. Foi um susto para todos os demais. Contam as más línguas que foi naquela corrida que o Carl Haas decidiu abandonar o projeto Swift, o que ocorreu no final do ano, e concentrou todas as atenções para a Lola, um caso de amor antigo.

Um acordo de patrocínio assinado entre Apex-Brasil, representando os produtores brasileiros, e Indy Racing League dará o nome de "Cafés do Brasil Indy 300" à última etapa da Fórmula Indy, que será realizada no dia 2 de outubro em Homestead, na Flórida (Estados Unidos). O objetivo dessa ação mercadológica é aumentar a visibilidade no mercado daquele país, atualmente dominado pelos produtores colombianos.

Então, confesso, que às vezes, ficou em dúvida, como o também manifestou o Blog GP, qual seria a melhor estratégia à Apex-Brasil: apoiar um piloto durante uma temporada completa ou patrocinar um Grande Prêmio? A questão é se realmente temos bons pilotos brasileiros querendo correr na Indy necessitando dessa verba. Os nossos bons pilotos estão com o orçamento definido, enquanto os demais... Melhor deixar para lá!

Com as mudanças orquestradas pelos dirigentes no calendário da categoria vejo grandes possibilidades de sucesso para Indy daqui para frente. Apenas lamento a saída de Watkins Glen. Sempre gostei dessa pista e a achava importante estrategicamente por ser próxima a uma das mais importantes cidades do mundo: Nova Iorque.

Aproveito para dedica essa coluna a Cristiane, esposa do Christian Fittipaldi. A pequena Manoela chegou à semana passada e desejo toda a felicidade do mundo ao amigo Christian e sua família que cresceu. De minha parte, digo que sofro uma grande pressão para que eu entre definitivamente no time dos "homens sérios", mas no momento estou avaliando cuidadosamente algumas propostas... (risos)

Grande abraço a vocês amigos leitores. Estarei de volta após a decisão no Homestead-Miami Speedway, quando saberemos quem abocanhou o título.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Hélio vence em Motegi e adia decisão‎

O brasileiro Hélio Castro Neves, da Penske, venceu o GP de Motegi, 16ª etapa da temporada 2010 da Fórmula Indy, disputado no oval Twin Ring Motegi, Japão. Após vencer duas semanas atrás no Kentucky, graças a uma surpreendente estratégia de paradas, ele desta vez teve uma atuação combativa desde o começo. Depois de largar da pole, liderar 153 das 200 voltas da prova e assinalar a melhor volta, ele literalmente desapareceu na frente, colocando quase cinco segundos à frente dos seus mais próximos perseguidores.

"A equipe está de parabéns e essa vitória é especial, para ser festejada por todos nós", disse Castro Neves. "O carro esteve muito bem acertado o final de semana todo e deu para andar num ritmo bem forte. Nos pits, meu pessoal foi ótimo", completou. O único problema relatado por ele foi numa das relargadas, quando saiu de traseira e perdeu posição para Ryan Briscoe e Dario Franchitti. Na recuperação, conquistou uma posição na pista e superou o companheiro de equipe nos pits.

Dario Franchitti, da Ganassi, terminou em segundo, seguido por Will Power, da Penske, o terceiro. Ryan Briscoe, da Penske, concluiu em quarto, enquanto a norte-americana Danica Patrick, da Andretti, que já venceu no oval japonês e fez uma prova de recuperação, veio logo a seguir. O sexto lugar ficou com o neozelandês Scott Dixon, que viu suas remotas chances de ser campeão acabarem. Tony Kanaan foi o sétimo, enquanto o norte-americano Graham Rahal, da Newman Haas, foi o oitavo, seguido por seu compatriota Ryan Hunter-Reay, da Andretti, e pelo inglês Dan Wheldon, da Panther, depois de uma boa disputa entre os três nas voltas finais.

Quanto aos pilotos japoneses, Takuma Sato, da KV, conseguiu terminar uma prova em circuito oval pela primeira vez na temporada num razoável décimo segundo lugar, seu melhor resultado este ano. Hideki Mutoh, da Newman Haas, ficou com décima quarta posição. Roger Yasukawa, da Conquest, por sua vez completou em vigésimo. Vítor Meira, da Foyt, não passou da 17ª posição. Raphael Matos, da De Ferran Dragon, que apostou numa estratégia diferente, ficou em décimo oitavo. Mário Moraes, da KV, abandonou antes de percorrer metade do percurso.

A corrida começou sem incidentes, mas já na segunda volta o belga Bertrand Baguette, da Conquest, bateu na curva 2, ao perder o controle de seu carro em virtude dos pneus ainda frios, ocasionando a primeira bandeira amarela. Na 44ª volta, Alex Lloyd rodou e o diretor de prova paralisou a corrida pela segunda vez. Mário Moraes bateu violentamente na 68ª volta entre as curvas 1 e 2, quando teve uma falha na suspensão traseira esquerda. Moraes foi levado para o Hospital Saiseikaie onde passou por uma avaliação médica, pois se queixava de dores nas costas. O piloto foi liberado pouco depois.



A única ocasião em que Castro Neves viu sua vitória ameaçada foi durante a terceira bandeira amarela quando Hideki Mutoh e Raphael Matos ficaram na pista, enquanto o resto do pelotão voltou para os pits. No recomeço, Hélio passou por algumas dificuldades graças ao assédio de Briscoe, da Penske, e Franchitti, da Ganassi. Esse último chegou a passar Castro Neves. Contudo, não demorou muito para que os dois companheiros na Penske dobrassem Franchitti e fossem em busca dos dois ponteiros. Neste momento, Briscoe conseguiu abrir uma vantagem de três segundos sobre Castro Neves, mas ao ficar com pista "livre", o brasileiro encostou rapidamente e pressionava o australiano. Com as paradas de Matos e Mutoh, Briscoe ficou em primeiro, com Hélio em segundo e Dario em terceiro.

Na 116ª volta, ocorria mais a quarta amarela quando Paul Tracy, da Dreyer & Reinbold, esfregou seu carro no paredão da curva 4. A maioria dos pilotos parou para reabastecer, com Castro Neves ultrapassado Briscoe e retornando a primeira posição. O australiano teve uma péssima relargada e perdeu o segundo lugar para Franchitti. Alex Lloyd causou a quinta interrupção na 148ª volta, quando quebrou a suspensão dianteira direita de seu Dallara e bateu no muro da curva 2. O carro do inglês começou a se incendiar, entretanto o piloto não teve ferimentos.

Os pits eram abertos pela última vez. Hélio manteve a ponta, com Franchitti logo atrás trazendo junto Briscoe. Power se recuperou do péssimo começo de prova e era o quarto. O reinício definitivo ocorreu na 168ª volta, com Castro Neves ainda na ponta, Franchitti em segundo e Power acabou ultrapassando Briscoe, passando a terceira colocação. Estes quatro mantiveram suas posições até o final. Desta maneira, Power perdeu a oportunidade de conquistar o título por antecipação. Franchitti diminuiu novamente a diferença que os separa na tabela de classificação, levando a decisão do campeonato para Homestead, que vai receber a Indy pela última vez. A diferença entre eles é de apenas 12 pontos, com 53 pontos em disputa.

GP de Motegi
16ª etapa - 18/09/2010
Circuito oval com 1,549 milha
Twin Ring Motegi - Motegi, Tochigi (Japão)
1) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 200 voltas, em 2h04min04s4780
2) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 4s5746
3) Will Power (AUS/Penske), 5s0743
4) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 6s4825
5) Danica Patrick (EUA/Andretti), 7s6057
6) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 8s3641
7) Tony Kanaan (BRA/Andretti), 9s4093
8) Graham Rahal (EUA/Newman Haas), 11s7163
9) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 12s2125
10) Dan Wheldon (ING/Panther), 12s4720
11) Marco Andretti (EUA/Andretti), 15s5007
12) Takuma Sato (JAP/KV), 16s0693
13) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 17s6774
14) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), 18s2811
15) Ernesto Viso (VEN/KV), 18s7349
16) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 19s4293
17) Vítor Meira (BRA/Foyt), 20s1047
18) Raphael Matos (BRA/De Ferran Dragon), 21s2346
19) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 197 voltas
20) Roger Yasukawa (EUA/Conquest), 195 voltas
21) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 131 voltas
22) Paul Tracy (CAN/Dreyer & Reinbold), 114 voltas
23) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 85 voltas
24) Mário Moraes (BRA/KV), 66 voltas
25) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), 1 volta

A classificação da Indy após dezesseis etapas
1) Will Power (Penske), 587 pontos
2) Dario Franchitti (Ganassi), 575 pontos
3) Hélio Castro Neves (Penske), 501 pontos
4) Scott Dixon (Ganassi), 497 pontos
5) Ryan Briscoe (Penske), 450 pontos
6) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 426 pontos
7) Tony Kanaan (Andretti), 418 pontos
8) Dan Wheldon (Panther), 366 pontos
9) Marco Andretti (Andretti), 366 pontos
10) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 349 pontos
11) Danica Patrick (Andretti), 327 pontos
12) Alex Tagliani (Fazzt), 286 pontos
13) Vítor Meira (Foyt), 282 pontos
14) Raphael Matos (De Ferran Dragon), 277 pontos
15) Mário Moraes (KV), 277 pontos
16) Ernesto Viso (KV), 250 pontos
17) Alex Lloyd (Dale Coyne), 248 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas), 238 pontos
19) Simona de Silvestro (HVM), 230 pontos
20) Graham Rahal (Newman Haas), 215 pontos
21) Takuma Sato (KV), 202
22) Bertrand Baguette (Conquest), 198
23) Milka Duno (Dale Coyne), 172
24) Mário Romancini (Conquest), 149 pontos
25) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
26) Paul Tracy (Dreyer & Reinbold), 91 pontos
27) Tomas Scheckter (Conquest), 89 pontos
28) Sarah Fisher (Fisher), 80 pontos
29) Ed Carpenter (Vision Panther), 73 pontos
30) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 45 pontos
31) Jay Howard (Fisher), 44 pontos
32) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
33) Davey Hamilton (De Ferran Dragon), 26 pontos
34) J.R. Hildebrand (Dreyer & Reinbold), 26 pontos
35) Adam Carroll (Andretti), 26 pontos
36) Francesco Dracone (Conquest), 24 pontos
37) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
38) Sebastian Saavedra (Herta), 15 pontos
39) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos
40) Roger Yasukawa (Conquest), 12 pontos

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Twin Ring Motegi

O GP de Motegi, a 16ª etapa da Fórmula Indy, é a penúltima da série final de circuitos ovais da temporada. Serão 200 voltas, com a largada ocorrendo às 01h00min na madrugada de sábado para domingo (horário de Brasília). A prova final ocorre em Homestead (Estados Unidos), no dia 02 de outubro. O Twin Ring Motegi, construído pela Honda Motor Company, foi inaugurado em 1998, com um circuito trioval com 1,549 milhas (2,493 km) e 2,983 milhas (4,801 km) no traçado misto.

Esse complexo fica distante uma hora e meia de Tóquio. Em seu ano de inauguração recebeu uma corrida de exibição da Nascar. O autódromo está localizado na região de Motegi, na província de Tochigi, no Japão. A pista oval possui inclinações de 10 graus nas curvas, na reta principal e na reta oposta e capacidade para receber 68 mil espectadores.

Com suas curvas rápidas, com uma largura maior que outros ovais similares, o circuito proporciona emoção e perigo aos pilotos nas ultrapassagens. Alguns pilotos a consideram uma das mais difíceis do calendário. Mesmo sendo um dos mais bem estruturados autódromo do mundo, existindo até escadas rolantes nas arquibancadas, Motegi possui alguns pontos negativos quanto à visibilidade dos espectadores, pois o oval atrapalha a visão do misto. Outros problemas são: a dificuldade de acesso e de hospedagem.

O traçado representa um grande desafio para equipes e pilotos. O carro é difícil de ser controlado em alguns pontos. As curvas 3 e 4 são muito técnicas, enquanto as curvas 1 e 2 são bem mais fáceis. A curva 1 possui o raio aberto, possibilitando quando o carro está bem acertado, fazê-la com aceleração total, enquanto na curva 2, os pilotos reduzem uma marcha, freiam e aceleram. Mesmo com essa redução de marcha e a freada eles alcançam uma média acima de 200 milhas por hora nesse trecho. Ela também representa um tremendo desafio para os engenheiros quanto à definição o melhor acerto aerodinâmico.

Raramente teremos um carro ideal em todas as curvas, já que elas são totalmente diferentes, num asfalto bastante liso. Ali não é o tipo de lugar onde se costuma perdoar erros, sempre ocorrendo espetaculares acidentes nos treinos e na corrida. Por essa característica peculiar, as equipes preferem conseguir um bom equilíbrio para a prova somente nas curvas 3 e 4, sendo fundamentais para se andar na frente.

Também é muito importante ter belo ajuste para andar no tráfego. O vácuo vai ser muito importante e quem saber aproveita-lo poderá apresentar uma grande vantagem nos tempos de volta. Outra preocupação é com o instável clima na região de Motegi, que por duas vezes atrasou o início da corrida por conta da chuva.

A primeira vez que a Indy esteve no Japão foi no ano de 1966, no Fuji Speedway, em evento organizado pela Usac. Em 9 de outubro, Jackie Stewart, escocês tricampeão de Fórmula 1, pilotando um Lola Ford da equipe Mecom, venceu as 200 milhas de Fuji, corrida de exibição que não valeu pontos para o campeonato daquele ano. A Usac nunca mais retornaria à Ásia.

Por um curto período, entre o final de 1980 e o início de 1990, a Cart analisava a possibilidade de realizar uma corrida no Japão. Suzuka, Fuji e talvez um circuito de rua em outra cidade eram os possíveis locais onde a corrida seria disputada. A FIA se opôs, alegando conflitos com a Fórmula 1 entre outros interesses. Além disso, as regras vigentes na época exigiam que qualquer corrida da Indy fora da América do Norte seria realizada em um oval. Apesar das pressões, a Cart fez sua primeira viagem ao Oceano Pacífico em 1991, ao colocar em prática uma corrida de rua em Surfer's Paradise, na Austrália. Os planos para se ter a prova japonesa foram esquecidos.

Em 1994, a Honda ingressou na Indy, e dois anos depois foi campeã com a equipe Ganassi. Então o interesse em disputar uma corrida no Japão ressurgiu, e após a conclusão do Twin Ring Motegi, a primeira corrida foi realizada em 1998, sem objeção da FIA. Até 2002 que realizava o evento era a Cart. De 2003 em diante, a Honda aliou-se a IRL, e a corrida mudou de organizador. Entre 2003 a 2006, ela era a última prova antes das 500 milhas de Indianápolis, no final de semana antes ou depois da Páscoa. A partir de 2007 a corrida no Kansas Speedway passou a ter esse privilégio.

Em 2008, após a reunificação da Indy, ela foi uma das duas corridas disputadas num mesmo fim de semana, ambas válidas pelo campeonato, em razão dos compromissos assumidos com os organizadores das provas de Long Beach e Motegi, que não puderam ser transferidos para outras datas por conta da demora em se definir o acordo entre Champ Car e IRL. Para 2009, numa tentativa de adequar o calendário, a corrida foi transferida para outubro.



Will Power e Dario Franchitti escreverão um novo capítulo na sua batalha pelo título. Líder com 17 pontos à frente, Power necessita de uma grande resultado para chegar à última corrida em Miami sem estar muito pressionado. Em uma pista que ele pouco conhece, o australiano vai contar com a experiência de seus companheiros para ajudá-lo a dominar esse complicado oval. Pois após do péssimo resultado em Kentucky, Power não tem mais direito de errar, especialmente agora que Franchitti vem em ótima fase. O escocês é atualmente o melhor piloto no oval da Indy e espera vencer no Japão depois do segundo lugar no ano passado.

Mais do que os dois candidatos para a coroa, as maiores atenções vão estar voltadas para o ídolo japonês Takuma Sato. Até agora seu desempenho é decepcionante, apesar de sua comprovada velocidade, o ex-piloto de Fórmula 1 não terá direito de cometer erros na frente do seus apaixonados fãs que não o vê em ação desde 2007, em sua última aparição em seu país durante GP do Japão de Fórmula 1. Está corrida terá um sabor especial para um segundo piloto japonês. Hideki Mutoh irá correr sob os olhos atentos de seu pai que pela primeira vez acompanhará seu filho na pista em uma corrida da Indy.

Finalmente, ainda teremos a participação de um terceiro corredor com sangue nipônico circulando pelas veias. Trata-se de Roger Yasukawa, que fará seu regresso ao banco de um carro de Fórmula Indy neste fim de semana. Como no ano passado, o nipo-americano vai estar junto com a equipe Conquest para ajudar o novato Bertrand Baguette. Motegi também terá a presença do veterano Paul Tracy na equipe Dreyer & Reinbold e a volta de Graham Rahal a Newman Haas.

Os maiores vencedores em Motegi são o mexicano Adrian Fernández e o inglês Dan Wheldon com duas vitórias. Três brasileiros também venceram no Japão: Bruno Junqueira, Hélio Castro Neves e Tony Kanaan. A única vitória de uma mulher na categoria ocorreu no ano passado e a autora da façanha foi a norte-americana Danica Patrick, que liderou somente a volta final, após ultrapassar Castro Neves, que tinha sérios problemas de combustível.

Confira a programação para o GP de Motegi, décima sexta etapa da temporada de 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (17/09)
21h30min - treino livre

Sábado (18/09)
00h30min - treino livre
03h30min - treino classificatório

Domingo (19/09)
01h00min - GP de Motegi (200 voltas)

Vencedora em 2009: Scott Dixon (NZL)
Pole em 2009: Scott Dixon (NZL)

domingo, 5 de setembro de 2010

Castro Neves escala a grade no Kentucky

O brasileiro Hélio Castro Neves, da Penske, venceu o GP de Kentucky, 15ª etapa da temporada 2010 da Fórmula Indy, disputado no Kentucky Speedway, trioval com 1,5 milha. Hélio, que fez sua última parada para reabastecimento quando ainda faltavam 53 voltas para o final, herdou a liderança quando os líderes tiveram que colocar um pouco de etanol na fase final da corrida e assim venceu sua segunda corrida dessa temporada da Fórmula Indy. A vitória na 200ª corrida da história da Indy Racing League (IRL) pegou o tricampeão das 500 milhas de Indianápolis desprevenido. Tudo porque ele parou pela última vez na 147ª volta, duas depois de todo pelotão da frente, sendo capaz de ter mais autonomia que os corredores em sua frente, os quais precisaram de um "splash and go" nas voltas finais.

"Vocês deveriam entrevistar o Tim Cindric (estrategista da Penske)", falou um emocionado Hélio. "Ele ganhou a corrida para nós esta noite, foi uma decisão certa. Nós não tínhamos muito a perder, portanto, o risco foi menor. Depois da minha última parada, eu só seguia suas instruções. Estava bem posicionado no meio do pelotão principal, economizando combustível, quando os líderes tiveram que parar mais uma vez. Ficamos numa boa", comentou. "Infelizmente, tivemos um problema com nosso pit stop, mas mantivemos os pés no chão e a cabeça focada", disse. "Tentei me manter firme e economizar combustível. De repente, ele (Cindric) disse: "Tente fazer este tempo." Eu falei algo do tipo, "Isso vai ser impossível, cara", concluiu.



O pole Ed Carpenter terminou em segundo lugar nessa pista pelo segundo ano consecutivo trazendo ao seu lado no pódio Dan Wheldon, seu companheiro de Panther, que foi o terceiro. Tony Kanaan, da Andretti, largou em penúltimo e concluiu em quarto, enquanto Dario Franchitti (Ganassi), que reduziu a diferença na classificação em relação ao líder Will Power para 17 pontos, foi o quinto. Marco Andretti (Andretti) terminou em sexto, seguido de Scott Dixon (Ganassi) e Will Power (Penske). Danica Patrick (Andretti) e Bertrand Baguette (Conquest), em sua melhor atuação no ano, fecharam o grupo dos dez primeiros colocados. Raphael Matos (De Ferran Dragon) terminou em décimo sexto. Mário Moraes (KV) chegou em décimo oitavo. Vítor Meira (Foyt) não teve sorte: se envolveu em um acidente e abandonou.

A primeira bandeira amarela ocorreu logo na primeira volta, quando o estreante Takuma Sato rodou e bateu no muro de proteção da curva 4. Por pouco Kanaan também quase esteve envolvido nesse acidente. Surpreendido, Ryan Hunter-Reay perdeu o controle de seu carro ao tentar desviar de Sato, contudo conseguiu manter-se na pista sem avariar seu equipamento. Na 10ª volta, tivemos a relargada, com Dan Wheldon assumindo a liderança, sendo acompanhado de perto por Ed Carpenter, Will Power, Scott Dixon e Marco Andretti.

Até o primeiro período de paradas as posições mantiveram-se inalteradas. No retorno dos pit stops, Power era o primeiro, seguido por Dixon. Wheldon que havia caído para terceiro, logo pressionaria o neozelandês, efetuando a ultrapassagem. Franchitti era o quarto, Andretti o quinto e Kanaan, numa impressionante recuperação, vinha em sexto. Novamente a corrida era interrompida na 79ª volta, quando a retardatária Simona Silvestro atinge o carro de Vítor Meira quando esse lhe colocava uma volta. Para completar, a piloto suíça ainda envolveu Ryan Briscoe, e assim os eles bateram com violência no muro da curva 3. Briscoe parecia ligeiramente desnorteado, mas inicialmente não tinha ferimentos como às outras duas vítimas do acidente.

Com os pits liberados, todos aproveitaram a oportunidade para realizar a segunda parada. Power manteve a ponta com Wheldon em segundo, Dixon em terceiro, Franchitti em quarto e Kanaan em quinto. Na 142ª volta, Power iniciou a terceira rodada de pit stops. O australiano demorou mais do que o normal e no retorno a pista, com pneus frios, por muito pouco ele acertaria o muro da curva 4, perdendo ainda mais tempo. Power ainda quase tocou o muro na curva quatro e foi obrigado a desacelerar. Dessa maneira, Wheldon era o primeiro com Franchitti em segundo e Andretti logo atrás em terceiro enquanto o australiano caiu para quarto. Logo após essa segunda janela de pit stops, Castro Neves voltou ao seu boxe e colocou mais combustível.

No fim, os ponteiros precisaram fazer um "splash and go" para terminar a corrida. Alheio a isso, Castro Neves, que parecia sem chances na nona posição, assumiu a ponta faltando apenas três voltas. Depois da bandeirada, ele rumou para torcida e fez sua tradicional comemoração, escalando o alambrado da reta de chegada, fazendo valer seu apelido de Homem-Aranha. Foi a sua 24ª vitória na carreira, a segunda nesta temporada. Hélio tem agora o mesmo número de conquistas que o tricampeão Bobby Rahal.

GP do Kentucky
15ª etapa - 04/09/2010
Circuito oval com 1,500 milha
Kentucky Speedway - Esparta, Kentucky (Estados Unidos)
1) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 200 voltas, em 1h41min50s0059
2) Ed Carpenter (EUA/Vision Panther), 13s1597
3) Dan Wheldon (ING/Panther), 13s9214
4) Tony Kanaan (BRA/Andretti), 13s9931
5) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 14s1968
6) Marco Andretti (EUA/Andretti), 14s5669
7) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 15s1025
8) Will Power (AUS/Penske), 15s6142
9) Danica Patrick (EUA/Andretti), 15s8494
10) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), 199 voltas
11) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 199 voltas
12) Paul Tracy (CAN/Dreyer & Reinbold), 199 voltas
13) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 199 voltas
14) Tomas Scheckter (AFS/Conquest), 199 voltas
15) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 199 voltas
16) Raphael Matos (BRA/De Ferran Dragon), 199 voltas
17) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), 199 voltas
18) Mário Moraes (BRA/KV), 198 voltas
19) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 195 voltas
20) Graham Rahal (EUA/Fisher), 195 voltas
21) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 174 voltas
22) Sarah Fisher (EUA/Fisher), 134 voltas
23) Vítor Meira (BRA/Foyt), 79 voltas
24) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 79 voltas
25) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 78 voltas
26) Ernesto Viso (VEN/KV), 45 voltas
27) Takuma Sato (JAP/KV), 0 volta

A classificação da Indy após quinze etapas
1) Will Power (Penske), 552 pontos
2) Dario Franchitti (Ganassi), 535 pontos
3) Scott Dixon (Ganassi), 469 pontos
4) Hélio Castro Neves (Penske), 448 pontos
5) Ryan Briscoe (Penske), 418 pontos
6) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 404 pontos
7) Tony Kanaan (Andretti), 392 pontos
8) Marco Andretti (Andretti), 347 pontos
9) Dan Wheldon (Panther), 346 pontos
10) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 335 pontos
11) Danica Patrick (Andretti), 297 pontos
12) Vítor Meira (Foyt), 269 pontos
13) Alex Tagliani (Fazzt), 269 pontos
14) Raphael Matos (De Ferran Dragon), 265 pontos
15) Mário Moraes (KV), 265 pontos
16) Alex Lloyd (Dale Coyne), 236 pontos
17) Ernesto Viso (KV), 235 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas), 222 pontos
19) Simona de Silvestro (HVM), 218 pontos
20) Graham Rahal (Fisher), 191 pontos
21) Bertrand Baguette (Conquest), 188 pontos
22) Takuma Sato (KV), 184 pontos
23) Milka Duno (Dale Coyne), 160 pontos
24) Mário Romancini (Conquest), 149 pontos
25) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
26) Tomas Scheckter (Conquest), 89 pontos
27) Sarah Fisher (Fisher), 80 pontos
28) Paul Tracy (Dreyer & Reinbold), 79 pontos
29) Ed Carpenter (Vision Panther), 73 pontos
30) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 45 pontos
31) Jay Howard (Fisher), 44 pontos
32) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
33) Davey Hamilton (De Ferran Dragon), 26 pontos
34) J.R. Hildebrand (Dreyer & Reinbold), 26 pontos
35) Adam Carroll (Andretti), 26 pontos
36) Francesco Dracone (Conquest), 24 pontos
37) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
38) Sebastian Saavedra (Herta), 15 pontos
39) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Erro decisivo

A falha na estratégia da Penske em Chicago pode ter custado o título para Will Power desta temporada. Assim, a Ganassi é a favorita ao tricampeonato. Mesmo com Power tendo uma atuação destacada, com o grid de largada tendo três carros da Penske entre os quatro primeiros, e mesmo com o time dominando as ações nas primeiras voltas, no momento da quadriculada, quem comemorou foi o Chip Ganassi e o Dario Franchitti. Não tem como tirar os méritos do velho Chip. Em matéria de ousadia, ele sempre foi fantástico. Não como piloto, medíocre que era, mas em suas facetas de empresário, chefe de equipe e estrategista.

As três corridas finais serão em ovais. Então, a tendência é que a Penske esteja em maus lençóis em relação à rival histórica. Nessas, Power ainda não possui a quilometragem necessária para se destacar, ao contrário de Franchitti. Graças a sua experiência, aliada ao comando firme de Chip, o escocês levará grande vantagem em relação ao time comandado por Roger Penske. Entretanto, não devemos duvidar da capacidade de reação do Roger e sua turma, liderada pelo competente Tim Cindric. Aguardem, pois teremos emoções garantidas até a última volta em Miami.

Gostaria de comentar dois assuntos destacados nos últimos dias. Primeiramente, uma grande notícia. A alta cúpula diretiva da IRL rumou para Europa, com objetivo de apresentar em reuniões reservadas, com as principais montadoras e equipes do Velho Continente, além da Dallara, fornecedora dos chassis da Indy, as novas diretrizes e regulamentos da categoria a partir de 2012.

A esperança é que em breve nomes tradicionais do automobilismo estejam envolvidos com a Indy de alguma maneira. Mais uma demonstração de visão empresarial avançada do atual presidente da IRL, bem diferente do estrelismo exacerbado e ignorante do antigo mandatário Tony George, que tanto mal fez a automobilismo dos Estados Unidos.

Outra informação positiva veio de Dennis Reinbold, proprietário de equipe, afirmando que os todos estão atuando em conjunto e sem revanchismo com a direção da categoria, opinando nos assuntos tecnológicos e essencialmente nos financeiros. Isso é muito bom, pois o que não se quer são mais briguinhas estúpidas. Até porque a Indy Car Series não sobreviveria a uma nova cisão como aquela ocorrida em 1996.

Bem diferentes foram os boatos que diziam que os times estariam insatisfeitos com a atual presidência argumentando que não teriam sido consultados sobre o projeto do novo escolhido. Uma parcela diminuta de chefes de equipe, alinhadas com Tony George, ainda torce o nariz para Randy Bernard, o vaqueiro que lotou as arenas de rodeio pelos Estados Unidos, ser o todo-poderoso de uma problemática empresa familiar que quer se tornar uma companhia lucrativa.

Outro assunto chato é a briga velada entre Terry Angstadt e a Penske. Quem acompanha a Indy com certo tempo, sabe o que acontece com burocratas que batem de frente com poderosos chefes de equipe como Roger Penske. Espero que a influência negativa de Angstadt, uma semente ruim plantada faz algum tempo na Indy por Bobby Rahal e Pat Patrick e regada com carinho por Tony George, não se dissemine nesse novo ambiente que está sendo formado. Esses, dentre tantos outros, foram nocivos demais para a categoria. Que fiquem onde estão sem atrapalhar o crescimento da Indy.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Kentucky Speedway

Uma semana depois da emocionante corrida em Chicago, chega à vez do Kentucky, segundo dentre os quatro ovais médios que encerram a temporada 2010 da Fórmula Indy. Nesse sábado à noite, teremos a disputa da 15ª etapa, no Kentucky Speedway, trioval de 1,500 milha, localizado na região centro-norte do Estado de Kentucky, próximo à cidade de Esparta. Serão 200 voltas, totalizando 300 milhas de extensão.

Com uma configuração semelhante à oferecida no Chicagoland Speedway, não é preciso dizer que os postulantes a vitória serão os mesmos vistos na semana passada. No entanto, devido às pequenas diferenças existentes entre os principais times, não é improvável de que teremos um briga ferrenha pelas cinco primeiras colocações. A pista foi inaugurada em 2000, possuindo curvas com inclinações de 14 graus, com uma volta sendo percorrida em torno de 25 segundos durante a corrida. A classificação para o grid de largada será definido com a média das duas voltas cronometradas de cada piloto.

O brasileiro Tony Kanaan, da Andretti, alerta sobre as alterações que sofre a pista. "Kentucky muda a cada ano. Devido às condições climáticas que tem durante o inverno, fica mais instável a cada temporada. Tem mudanças de asfalto nas diferentes linhas da pista", afirma. Segundo Kanaan, o oval do Kentucky lembra muito o de Chicago, contudo "é muito mais desafiador. Precisa ter um carro com melhor equilíbrio para vencer esta corrida", acredita.

Derrotado em Chicago, Will Power, que já ganhou o Troféu Mario Andretti este ano, espera ter a mesma velocidade demonstrada na última etapa. Dessa vez ele quer sair na primeira fila, para poder ter mais controle sobre sua estratégia de corrida. Até agora aquele um erro no reabastecimento na semana passada ainda assombra as mentes dos membros da Penske, que perdeu o campeonato do ano passado justamente por conta de um erro nos boxes (em Motegi, Ryan Briscoe bateu no muro após fazer seu pit stop). Para o australiano, que lidera o campeonato desde a primeira corrida em São Paulo, outro erro desses está proibido e agora terá muita pressão sobre os seus ombros.

E o responsável por essa pressão atende pelo nome de Dario Franchitti. Depois da vitória em Chicago, o escocês se aproximou ainda mais do líder Power, aparecendo apenas 23 pontos atrás. O atual campeão da Indy vive um grande momento. Ele é o líder do Troféu A.J. Foyt, oferecido ao melhor piloto em ovais. Franchitti sabe que ele é superior a Power neste tipo de pista. Isso lhe dá uma confiança extra que pode fazer a diferença em seu favor.

A Indy comemora neste fim de semana em Kentucky a marca de 200 corridas organizadas pela Indy Racing League (IRL) desde a criação da entidade em 1994. Nas 199 provas disputadas até o momento, 86 viram o vencedor ganhar por menos de um segundo de diferença. A primeira prova realizada pela IRL foi disputada em 27 de janeiro de 1996, no Walt Disney World Speedway (Buzz Calkins foi o vencedor). A centésima corrida ocorreu em 29 de agosto de 2004 no Nazareth Speedway (com vitória de Dan Wheldon).



Será a décima primeira que a corrida será realizada. Os maiores vencedores são Buddy Lazier (2000 e 2001) e Sam Hornish Jr. (2003 e 2006). Em 2002, o brasileiro Felipe Giaffone alcançou a sua única vitória na categoria, enquanto Sarah Fisher obteve a primeira pole de uma mulher na Indy (três anos depois, Danica Patrick repetiu a façanha). A outra conquista brasileira nessa pista foi com Tony Kanaan, em 2007, quando ele largou na pole position e liderou a maior parte das 200 voltas.

Temos também duas novidades: Paul Tracy está de volta à Dreyer & Reinbold após correr com eles em Watkins Glen. O canadense agora competirá em Kentucky e Motegi. Além de Watkins Glen, Tracy também competiu nesse ano em Toronto e Edmonton, pela KV, terminando em décimo terceiro e sexto, respectivamente. Já Graham Rahal voltará a ser piloto da Fisher. O norte-americano correu pela equipe em São Petersburgo, Alabama e Long Beach, no começo da temporada. Além da Fisher, Rahal disputou corridas nesse ano pela Rahal Letterman, Dreyer & Reinbold e Newman Haas.

Simona de Silvestro tem um motivo especial para lutar ainda mais por bons resultados em Kentucky. A piloto comemorou na última quarta-feira 22 anos. A suíça estreou este ano na Indy e disputa com Alex Lloyd o título de Estreante do Ano. Ela está 11 pontos atrás do rival. Simona correu por duas temporadas na Fórmula Atlantic, conseguindo cinco vitórias. No ano passado, ela terminou esse campeonato na terceira posição.

Confira a programação para o GP do Kentucky, décima quinta etapa da temporada de 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (03/09)
12h15min - treino livre
15h30min - treino classificatório
20h00min - treino livre

Sábado (04/09)
21h45min - GP do Kentucky (200 voltas)

Vencedor em 2009: Ryan Briscoe (AUS)
Pole em 2009: Scott Dixon (NZL)