quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Galeria da Fama: Paul Tracy (parte 2)


Tracy teve uma temporada de extremos em 1997. O começo foi arrasador, pois venceu três etapas consecutivas, em Nazareth, Rio de Janeiro e Madison, e assumiu a liderança, com 18 pontos sobre o segundo colocado, Alessandro Zanardi. A partir de Detroit sua sorte mudou, quando foi vetado pelo diretor médico da Cart, Steve Olvey, e não pôde disputar o Grande Prêmio em razão de dores agudas na coluna cervical depois de sentir vertigens já no treino de sábado e passou mal novamente durante o warm up no domingo. A partir de Mid-Ohio, não pontuou mais, caindo para o quinto lugar na tabela de pontuação geral do campeonato. Tornou-se o sétimo piloto a ganhar três corridas seguidas em uma mesma temporada e o primeiro a não conquistar o título após chegar a essa marca. Paul Tracy conseguiu ainda a 99ª vitória da Penske na Indy. A equipe teve de esperar por mais três anos para chegar à marca centenária, feito atingido pelo brasileiro Gil de Ferran em Nazareth.

Fez, em 1998, sua pior temporada na Indy, no seu primeiro ano como piloto da Green. Terminou somente três provas entre os cinco melhores, enquanto seu companheiro de equipe, Dario Franchitti, conquistou três vitórias. Para piorar, foi o piloto mais indisciplinado que a categoria já teve em um só campeonato. Foi culpado por vários acidentes, recebendo diversas penalidades. Em Detroit, foi multado em 20 mil dólares e foi desclassificado em Portland. Em Elkhart Lake, terminou seu período de observação, porém foi multado em 5 mil dólares na corrida seguinte em Houston, em conseqüência do empurrão que aplicou no seu patrão, Barry Green nos boxes, quando ele fez um gesto indicando que o piloto deveria usar a cabeça, após tentar uma ultrapassagem impossível sobre o líder da corrida e seu parceiro, Dario Franchitti, que saiu ileso do acidente, mas o carro de Tracy teve a suspensão dianteira direita quebrada.

Mas a maior confusão ficou para Surfer's Paradise, envolvendo seu antigo desafeto Michael Andretti, que bloqueou as rodas numa tentativa de ultrapassagem e jogou Tracy longe. O canadense deu uma fechada no norte-americano na reta, mas levou a pior: recebeu um toque na traseira, decolou na zebra e teve um pneu furado e a suspensão e os freios traseiros quebrados. Andretti fez então um protesto formal a Wally Dallenbach, chefe dos comissários. O dirigente examinou o vídeo da batida, punido o canadense com uma corrida de suspensão, que foi cumprida somente na prova inaugural da próxima temporada, no oval de Homestead. E se a situação estava ruim, ficou ainda pior. Tracy liderava a última prova do ano, em Fontana, quando a cinco voltas do fim, rodou na curva 2 e parou na grama, quando parecia com a vitória nas mãos. Terminou o campeonato em 13º.


Embora não tenha disputado a primeira corrida, Paul teve uma das melhores temporadas de sua carreira em 1999. Conquistou duas vitórias e ficou em terceiro no campeonato, com 161 pontos, após disputar 19 corridas, igualando seus melhores resultados de 1993 e 1994, quando ainda estava na Penske. Foi um dos quatro pilotos a vencer mais de uma prova naquele ano, triunfando em Milwaukee e Houston, e subindo ao pódio por sete vezes, com dois segundo lugares (Toronto, Detroit e Mid-Ohio) e duas terceiras posições (Nazareth e Michigan). Depois de pontuar em somente duas, entre as cinco primeiras provas que disputou, terminou onze vezes nos pontos nas 14 corridas restantes. Foi quatro pódios seguidos (Toronto, Michigan, Detroit e Mid-Ohio), a maior quantidade durante a temporada, e pontuando em oito eventos consecutivos, desde Milwaukee até Mid-Ohio.

Novamente outro campeonato de sucesso para Tracy em 2000, quando venceu em Long Beach, Elkart Lake e Vancouver e fez uma pole position em Michigan (sua primeira desde Milwaukee em 1997). Terminou o ano em quinto, marcando pontos em onze das vinte corridas. Liderou a competição desde a segunda corrida, em Long Beach, até a sétima, em Detroit, disputando o título até na última etapa, no oval de Fontana, quando abandona, com apenas 23 voltas completadas, por problemas de motor.

Um dos piores anos na carreira ocorreu em 2001, na sua quarta temporada junto a Green. O começo parecia animador, pontuando nas três primeiras corridas, sempre entre os quatro melhores: foi terceiro em Monterrey, quarto em Long Beach, e finalmente terceiro em Nazareth. Mas depois, só pontuou em outros três eventos. Perdeu cinco pontos, em duas punições, por aprontar bastante na maioria das provas, classificando-se no campeonato apenas em 14º, com 73 pontos.



Com a Green, Tracy retornou as 500 milhas de Indianápolis em 2002, onde correria pela primeira vez desde 1995. Só não venceu de maneira triunfante, porque depois de assumir a ponta, ao ultrapassar Hélio Castro Neves quando faltavam apenas duas voltas para o final, os comissários descobriram que o canadense tinha feito a manobra depois de a bandeira amarela ter sido acionada, em virtude do acidente entre Laurent Rendon e Bubby Lazier.

Alguns acreditam que Tracy foi prejudicado por ser um piloto de uma equipe que disputava na época a Indy, organizada pela Cart, rival da dissidente IRL, comandada pelo proprietário do circuito de Indianápolis, Tony George. Como nos dois anos anteriores a vitória tinha ficado com equipes da Cart, não era interessante uma terceira conquista consecutiva deles. Uma semana depois, venceu em Milwaukee, já pelo campeonato da Indy, e conquistou mais três pódios. Ainda foi pole em Toronto, Vancouver e Milwaukee, terminado em 11ª no campeonato.



Finalmente, em 2003, Paul Tracy conquista o título da Fórmula Indy, ao se transferir da Green (que passou a se chamar Andretti Green e mudou para IRL) para Forsythe durante os testes da primavera, fazendo uma das melhores campanhas de um campeão na história da categoria. Tornou-se o primeiro a vencer em 32 anos as três primeiras corridas de uma temporada, com vitórias em São Petersburgo, Monterrey e Long Beach. Suas outras conquistas ocorreram em Toronto (sua melhor atuação na temporada e em sua carreira, quando largou da pole, e liderou todas as 112 voltas, não perdendo a primeira posição nem durante os pit stops), Vancouver, Mid-Ohio e Cidade do México. Liderou 658 voltas, fez seis poles, e dez pódios.

Com a proibição da propaganda de cigarros no Canadá, a sua equipe perdeu o seu principal patrocinador para a temporada seguinte. Ao mesmo tempo, a Cart faliu e os seus bens foram leiloados pela Corte de Falências de Indiana. A série foi comprada por Kevin Kalkhoven, Paul Gentilozzi e Gerald Forsythe, dono da equipe de Tracy. A falta de patrocínio atrapalhou o desempenho da equipe nas pistas, e Tracy não foi capaz de defender seu título em 2004, que foi conquistado pelo então novato Sebastien Bourdais. Terminou em quarto, com vitórias em Long Beach e Vancouver e poles em Vancouver, Cleveland e Surfer's Paradise.

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