sexta-feira, 3 de julho de 2009

Irmãs afastam Tony George

Reprodução/Gary Varvel/Indy Star
Tony George está fora do negócio da família, e a mesma coisa acontece em relação à Indy Racing League. Na terça-feira George foi afastado do seu posto como presidente e CEO do Indianapolis Speedway Corp. Ele também renunciou oficialmente ao seu cargo como CEO da IRL, de modo que agora o seu papel na Fórmula Indy tem limitações importantes. A Indy Racing League, fundada por George há 14 anos, terá de sobreviver por sua própria conta e se tornar economicamente viável sem o generoso apoio financeiro do IMS (Indianapolis Motor Speedway).

As três irmãs de George, todas elas membros do conselho diretivo do IMS, votaram em ele ser destituído de suas funções. Ele segue sendo parte da mesa diretora, porém sem o mesmo poder. Deixou de conduzir o barco. Agora, não controla mais o dinheiro gerado pelo IMS, advindo das 500 milhas, da Moto GP e da corrida de Nascar, que ele ajudou a trazer para a Indy em 1994. Parte desses ganhos (algumas estimativas falam em algo em torno de 600 milhões de dólares) foi utilizada para financiar a IRL enquanto George travava na guerra contra a extinta Champ Car (antiga Cart).

Este conflitou chegou ao fim com a reunificação do ano passado. De modo que as irmãs de George acreditavam que era hora para a IRL passar a funcionar sem o dinheiro da fortuna conquistada pela família vinda da Hulman & Co. e do IMS. A IRL nunca deu lucro, por isso este é um momento decisivo para a continuidade da Indy. A mudança de liderança no IMS foi noticiada pela primeira vez no mês passado, mas George tinha desmentido publicamente a informação.

O chocante da notícia de terça-feira foi que ele não se tornou o presidente do conselho, em substituição de sua mãe, Mari Hulman George. Era esperado que ela se afastasse em favor do filho, mas isso não aconteceu. Tirar Tony George da cadeira de presidente de certa maneira salvaria sua pele junto a restante do conselho por apoiar por anos as decisões do filho. De todo modo, George perdeu o controle sobre os fundos do IMS.

Naturalmente, todos os envolvidos estavam sorridentes na terça, explicando que a decisão era benéfica ao campeonato e para o autódromo. Talvez, em longo prazo, realmente seja. Entretanto, foi muito estranho à maneira como ocorreu o rompimento entre George, a IRL e o Indianapolis Motor Speedway. O antigo todo poderoso de Indiana segue como proprietário da equipe Vision na Indy, agora sem subsídios da família. Sua posição oficial como chefe da IRL mudou, mas o campeonato continua sendo um filho querido. Mesmo com menos poderes, vai continuar a trabalhar para equilibrar as finanças do campeonato. Mais do que um desejo, é uma necessidade para sobreviver.

Esta decisão levará os participantes da Indy a se perguntar qual vai ser o rumo a seguir. Todos os proprietários de equipes assinaram um documento no mês passado, expressando apoio incondicional a George. Esta mudança trás muitas incertezas sobre o futuro. Por enquanto, Jeff Belskus, funcionário do grupo desde 1987, será o comandante do lendário oval. Enquanto a IRL será administrada pelos diretores Brian Barnhart, Terry Angstadt, Joie Chitwood e Charlie Morgan.

Desde 1996, após o rompimento de Indianápolis com a Cart (antiga gestora da Indy), a categoria, que na época chegou a incomodar a Fórmula 1, aos poucos foi encolhendo de tamanho, com sucessivas perdas de patrocinadores, público nos autódromos e audiência da televisão. Justamente durante a gestão de George, sempre empenhado em acabar com a Cart, mesmo destruindo a credibilidade da Fórmula Indy.

O excesso de vaidade, unido com a pouca habilidade administrativa, derrubaram um outrora gigante do automobilismo norte-americano. A falta de profissionalismo, estratégias para crescimento, aliada a crise econômica, abalaram a Indy. Mais do que dinheiro, a salvação está na adequação de interesses para que voltemos a ter um campeonato que mereça respeito dos aficionados no esporte a motor.

2 comentários:

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