George e Kalkhoven, na coletiva que oficializou a unificação em fevereiro.
Por Wallace Michel
Após alguns anos de muita especulação e informações desencontradas, finalmente ocorreu à tão esperada reunificação da Fórmula Indy (Champ Car) com a IRL (dissidência da Indy criada por Tony George, dono do circuito de Indianápolis em 1994). Como poderia esperar de um processo feito às pressas e sem o planejamento necessário, por conta da necessidade urgente de reunir essas categorias rivais sob o risco de extinção de ambas, vemos o retorno de uma única categoria de Indy com sérios problemas estruturais e a falta de uma divulgação ao público do que vai mudar nessa nova (por enquanto uma IRL com um grid maior) fase do automobilismo de monoposto nos Estados Unidos.
Os pontos positivos é a volta das equipes que estavam fora do circuito de Indianápolis nos últimos anos retornando a disputar uma temporada regular sob o regulamento regido pelo IMS (Indianapolis Motor Speedway), como é o caso do tradicional time Newman Haas Lanigan, sem contar com uma leva de pilotos de um nível bem superior a média dos últimos grids da IRL como é o caso de Will Power, Oriol Servia, Graham Rahal, Justin Wilson e Bruno Junqueira, incluindo também os novatos Enrique Bernoldi, Franck Perera e Ernesto Viso. Com isso teremos um campeonato com mais disputas e emoção nos circuitos mistos e de rua.
O que preocupa é a falta de organização da nova categoria (agora administrada somente por Tony George e o IMS) que não conseguiu acomodar algumas provas da Champ Car que já estavam definidas e com contratos de patrocínio assinados fazendo com que a etapa de Long Beach seja realizada com uma diferença de menos de um dia em relação à corrida de Motegi no Japão. A solução nesse caso foi dividir o grid para que o pessoal que formava a IRL corre na Ásia enquanto o pessoal da antiga Champ Car dispute a etapa da Califórnia, contado pontos para o campeonato. Já a etapa da Austrália, por força de uma cláusula que assegurava que a corrida de Chicago fechasse a temporada, não contará pontos para o campeonato. Enquanto isso, ninguém sabe qual será a data da etapa de Edmonton no Canadá. Outra preocupação é a falta de adaptação das equipes da Champ Car aos ovais, pois as equipes da IRL já utilizam a cinco temporadas o mesmo chassi, pneu e motor, sendo muito difícil recuperar essa diferença absurda no curto prazo.
Fazem-se necessárias mudanças no regulamento técnico e desportivo, para que o talento dos melhores pilotos apareça ao contrário de disputas falsas criadas por motores de rotação limitada e a inexistência de um peso mínimo do conjunto piloto/carro padronizando (quesito que todas as outras categorias de destaque do automobilismo fazem).
Nesse contexto os favoritos ao título são os pilotos que correm pelas equipes de ponta da antiga IRL: Andretti Green, Ganassi e Penske nessa ordem. Os nomes mais fortes entre esses são os dos brasileiros Hélio Castro Neves (Penske) e Tony Kanaan (Andretti Green). O primeiro venceu por duas vezes as 500 milhas de Indianápolis e quer finalmente vencer um campeonato em sua vitoriosa carreira, já o campeão da IRL em 2004 busca a vitória da Indy 500, conquista de escapou de suas mãos nos últimos anos.
Mais do que a disputa pelas vitórias, em 2008 está em jogo à sobrevivência das categorias de monoposto na América do Norte. É torcer para que o período do amadorismo e das brigas inúteis tenha chegado ao fim.
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