quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Surfer's Paradise - Queensland


Com um intervalo de um mês e meio, a Fórmula Indy retorna neste final de semana para a realização de uma corrida extra-campeonato. Continuando a tradição das corridas de Indy, a série retorna para Austrália, no tradicional e desafiador circuito montado nas ruas de Surfer's Paradise. A Gold Coast tem sido um grande ponto de encontro, com uma atmosfera festiva que figura entre os melhores eventos do automobilismo. É o lugar adequado para se realizar um evento histórico, comemorativo a bem-sucedida reunificação da Indy.

O evento acontecerá como parte das negociações para que o circuito acerte seu retorno ao calendário oficial da Indy pelo menos até 2013. Apesar de não contar pontos para o campeonato, que teve em no oval de Chicago o neozelandês Scott Dixon como campeão. Mesmo tendo um caráter festivo, os pilotos vão encarar a corrida como fazem com todas as outras do campeonato. Todos se esforçarão para atingir o melhor resultado no tradicional circuito australiano.

O processo de logística começou imediatamente após a etapa final disputada em Chicago no dia 9 de setembro. Uma semana depois, eram transportados quase 500 pneus, 90 de barris de etanol e três carros da equipe de segurança da Indy. Saíram de Los Angeles para Sydney, enviados pelo oceano. O restante da estrutura só foi enviado no último final de semana.

Após uma viagem de 15.000 km, os 36 carros das equipes chegaram em Surfer's Paradise, Austrália. Para realizar o transporte da maior quantidade de carros inscritos para a prova desde 2001, foi necessário dois Boeing 747. Além disso, parte dos equipamentos foi enviada de navio no mês passado.

Os números são impressionantes: 180.000 kg de material deixado pelos Boeing da Air New Zealand e da Atlas Air, percorrendo a rota Indianápolis-Brisbane. Eles fizeram escalas em Los Angeles, Honolulu e Fiji aonde chegaram ao sábado. As principais equipes da Indy só começaram a chegar a Surfer’s Paradise na terça-feira.

Montado em uma das mais belas regiões de um país fascinante, o circuito de rua com 4,497 metros de extensão e características únicas, possibilita aos pilotos andar muito rápido em meios aos muros, além de um público apaixonado que lota todos os espaços disponíveis. Motivos suficientes para que os pilotos aguardem com ansiedade a visita anual da categoria à Oceania.

A prova será marcada por mudanças de pilotos em algumas equipes. O inglês Dan Wheldon, que deixou a Ganassi, faz sua estréia na Panther, com o carro que era de Vítor Meira. O brasileiro, por sua vez, vai substituir o inglês Darren Manning na Foyt. Alex Tagliani volta a assumir o posto de Enrique Bernoldi, machucado, na Conquest. Ao passo que o campeão da IRL em 2007, o escocês Dario Franchitti, volta à categoria para tentar outra conquista e esquecer a fracassada temporada na Nascar.

A disputa começa nessa quinta-feira com os primeiros treinos livres. Confira a programação para o GP de Surfer's Paradise, etapa extra-campeonato da temporada de 2008 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Quinta-feira (23/10)
20h00 - treino livre
23h20 - treino livre

Sexta-feira (24/10)
21h50 - treino livre

Sábado (25/10)
01h10 - treino classificatório
20h35 - warm up

Domingo (26/10)
00h40 - GP de Surfer's Paradise (60 voltas)

Vencedor em 2007: Sebastien Bourdais (FRA)
Pole em 2007: Will Power (AUS)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Indy 2008: 17ª etapa - Chicago



17ª etapa - GP de Chicago
Mesmo com vitória histórica de Castro Neves, Dixon é bicampeão
Neozelandês fatura segundo título em chegada emocionante com brasileiro no oval de Chicago

De maneira espetacular, Hélio Castro Neves superou Scott Dixon para vencer em Chicago, por apenas um milésimo de segundo, mas foi Dixon, que confirmou o título da Fórmula Indy. Embora o sistema de cronometragem indicasse que o piloto da Ganassi vencera o rival da Penske por 10 milésimos de segundo. Depois ficou comprovado na análise das imagens transmitidas pela televisão que o bico do carro de Castro Neves cruzara primeiro a linha de chegada, ficando com ele a vitória na última etapa de 2008 - embora o segundo lugar fosse suficiente para que o neozelandês ficasse com o bicampeonato.

A ótima atuação da Penske foi complementada pelo terceiro lugar conseguido pelo australiano Ryan Briscoe. Tony Kanaan terminou em quarto para a Andretti Green, com Will Power da KV em quinto. Mesmo tendo brigado pela liderança durante grande parte da corrida, Dan Wheldon ficou somente em sexto lugar. Enquanto Darren Manning (Foyt), Marco Andretti (Andretti Green,), Ryan Hunter-Reay (Rahal Letterman) e Danica Patrick (Andretti Green,) preencheram o restante das dez melhores posições.

Largando na última posição do grid (entre 28 pilotos) por conta de uma punição sofrida no treino classificatório. Castro Neves ultrapassou cinco carros logo na primeira volta, e nas dez seguintes já se encontrava na 13ª colocação. Depois da primeira parada nos pits foi para oitavo e finalmente, na 77ª volta, assumiu espetacularmente a liderança. Antes Ryan Briscoe e Tony Kanaan foram líderes.

A disputa decisiva entre Castro Neves e Dixon apresentou inúmeras variáveis inclusive, em determinado momento da prova, colocaram o brasileiro como campeão. No final, a estratégia de corrida e paradas nos pits da Ganassi deixou Dixon entre os ponteiros, dando-lhe oportunidade de lutar pela vitória em Chicago, contrariando o pensamento de que o neozelandês faria uma corrida conservadora, somente para pontuar.

Com o brasileiro na frente, a Penske utilizou uma rara estratégia em se tratando de corridas da Indy, mas muito comum na Fórmula 1: o jogo de equipe. Para ser campeão não bastava para Hélio somente ficar em primeiro. Dixon deveria ser no máximo o nono colocado. Então o australiano Briscoe se intrometeu na disputa do título, segurando Dixon e andando em um ritmo mais lento para que os outros pilotos pudessem ultrapassar o neozelandês e assim beneficiar Hélio. Assim, formou-se um grupo com 12 carros que alternavam suas posições. Comprovando a eficácia do plano em determinado momento Dixon chegou a estar em décimo. A situação permaneceu assim por 30 voltas, quando o espelho do monoposto de Oriol Servia se solta, provocando a terceira bandeira amarela em Chicago.

Aproveitando a oportunidade, a Ganassi reagiu. Na parada nos pits, alterou as configurações no carro de Dixon, que assim voltou a andar forte e recuperar posições.

As últimas 50 voltas foram emocionantes, com os carros de Penske e Ganassi nas quatro primeiras posições. Hélio liderava e dessa vez era Dan Wheldon, o segundo colocado, que executava um jogo de equipe em favor do companheiro Dixon. O inglês pressionava Castro Neves para fazê-lo aumentar o seu consumo de etanol. Atrás deles vinham Dixon e Briscoe.

Na 182ª volta, o estreante Mario Moraes, que largara em penúltimo, e ocupava uma surpreendente sexta posição, bateu na curva 3 por causa de um pneu furado. "Foi uma pena, pois, no último pit stop, a equipe optou por não trocar pneus, já que perdemos muito tempo e posições nos boxes por causa da lentidão dos mecânicos, e isso custou a prova, pois o pneu acabou, estourou, e não consegui segurar o carro", disse.

Então ocorreu a parada definitiva nos pits, com Dixon assumindo a liderança, seguido por Hélio. Ainda ocorreu mais uma bandeira amarela, dessa vez por conta de Graham Rahal.

Na última relargada, faltando sete voltas, Castro Neves vai à caça de Dixon e emparelhou quando os dois receberam a sinalização que haviam entrado na volta final. Ao cruzarem lado a lado na linha de chegada, a cronometragem apontou vitória de Dixon. Porém as imagens da televisão comprovaram que o brasileiro havia cruzado a linha de chegada em primeiro. Depois de meia hora, a direção da prova homologa o resultado oficial: vitória fica com Hélio Castro Neves por 0s003.

"Estou sem palavras, para ser honesto. Fui saber que tinha vencido apenas no pódio, na hora da premiação. A Penske trabalhou muito para isso, e o Ryan me ajudou muito. Não tinha dúvidas de que tinha um ótimo carro. Foi uma corrida muito disputada, estou muito feliz com a minha atuação. Infelizmente o Scott também estava no páreo, e preciso dar os parabéns à Ganassi, foi um ótimo final. Estou certo de que o próximo ano será muito divertido também, então mal posso esperar por 2009", comentou Hélio.

Apesar de perder a vitória em Chicago, Dixon nem se importou muito. "Tentamos ficar onde precisávamos e creio que fui um pouco complacente no meio da corrida. Alguns pilotos estavam bem rápidos, alguns que eu não esperava que estivessem. Não consigo acreditar que conquistamos o título. Perdemos terreno para Hélio no fim, mas foi um dia sensacional", disse o bicampeão.

GP de Chicago
17ª etapa - 07/09/2009
Circuito oval com 1,500 milha
Chicagoland Speedway - Joliet, Illinois (Estados Unidos)

1) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 200 voltas
2) Scott Dixon (NZL/Ganassi), a 0s0033
3) Ryan Briscoe (AUS/Penske), a 0s0778
4) Tony Kanaan (BRA/Andretti Green), a 0s6095
5) Will Power (AUS/KV), a 1s3580
6) Dan Wheldon (ING/Ganassi), a 1s8729
7) Darren Manning (ING/Foyt), a 2s3224
8) Marco Andretti (EUA/Andretti Green), a 2s4627
9) Ryan Hunter-Reay (EUA/Rahal Letterman), a 2s7993
10) Danica Patrick (EUA/Andretti Green), a 2s9276
11) Justin Wilson (ING/Newman Haas Lanigan), a 3s0218
12) Alex Tagliani (CAN/Conquest), a 4s2072
13) A.J. Foyt IV (EUA/Vision), a 1 volta
14) Milka Duno (VEN/Dreyer & Reinbold), a 1 volta
15) Franck Perera (FRA/Foyt), a 2 voltas
16) Marty Roth (CAN/Roth), a 3 voltas
17) Oriol Servia (ESP/KV), a 4 voltas
18) Jaime Câmara (BRA/Conquest), a 13 voltas
19) Graham Rahal (EUA/Newman Haas Lanigan) a 14 voltas
20) Bruno Junqueira (BRA/Dale Coyne), a 16 voltas
21) Mário Moraes (BRA/Dale Coyne), a 19 voltas
22) Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green), a 23 voltas
23) Ernesto Viso (VEN/HVM), a 64 voltas
24) Sarah Fisher (EUA/Fisher), a 84 voltas
25) Buddy Rice (EUA/Dreyer & Reinbold), a 90 voltas
26) Tomas Scheckter (AFS/Luczo Dragon), a 113 voltas
27) Vitor Meira (BRA/Panther), a 126 voltas
28) Ed Carpenter (EUA/Vision), a 164 voltas

A classificação final da Indy
1) Scott Dixon (Ganassi) 646 pontos
2) Hélio Castro Neves (Penske) 629 pontos
3) Tony Kanaan (Andretti Green) 513 pontos
4) Dan Wheldon (Ganassi) 492 pontos
5) Ryan Briscoe (Penske) 447 pontos
6) Danica Patrick (Andretti Green) 379 pontos
7) Marco Andretti (Andretti Green) 363 pontos
8) Ryan Hunter-Reay (Rahal Letterman) 360 pontos
9) Oriol Servia (KV) 358 pontos
10) Hideki Mutoh (Andretti Green) 346 pontos
11) Justin Wilson (Newman Haas Lanigan) 340 pontos
12) Will Power (KV) 331 pontos
13) Vitor Meira (Panther) 324 pontos
14) Darren Manning (Foyt) 323 pontos
15) Ed Carpenter (Vision) 320 pontos
16) Buddy Rice (Dreyer & Reinbold) 306 pontos
17) Graham Rahal (Newman Haas Lanigan) 288 pontos
18) Ernesto Viso (HVM) 286 pontos
19) A.J. Foyt IV (Vision) 280 pontos
20) Bruno Junqueira (Dale Coyne) 256 pontos
21) Mário Moraes (Dale Coyne) 244 pontos
22) Enrique Bernoldi (Conquest) 220 pontos
23) Jaime Câmara (Conquest) 174 pontos
24) Marty Roth (Roth) 166 pontos
25) Milka Duno (Dreyer & Reinbold) 140 pontos
26) Townsend Bell (Dreyer & Reinbold) 117 pontos
27) Mario Dominguez (Pacific Coast) 112 pontos
28) Jay Howard (Roth) 72 pontos
29) Franck Perera (Conquest) 71 pontos
30) John Andretti (Roth) 71 pontos
31) Tomas Scheckter (Luczo Dragon) 66 pontos
32) Alex Tagliani (Conquest) 54 pontos
33) Paul Tracy (Vision) 51 pontos
34) Sarah Fisher (Fisher) 37 pontos
35) Roger Yasukawa (Beck) 16 pontos
36) Davey Hamilton (Kingdom) 16 pontos
37) Buddy Lazier (Hemelgarn) 13 pontos
38) Alex Lloyd (Rahal Letterman) 10 pontos
39) Jeff Simmons (Foyt) 10 pontos