quarta-feira, 23 de junho de 2010

Kanaan comanda dobradinha brasileira no Iowa

Numa espetacular recuperação, depois de largar na 15ª posição, o brasileiro Tony Kanaan, da Andretti Autosport, venceu o GP do Iowa, 8ª etapa da Fórmula Indy, nas últimas 11 voltas, num duelo com Hélio Castro Neves, da Penske, seu maior adversário desde os tempos do Kart. A largada teve de ser antecipada em 15 minutos devido ao risco de chuva durante o período da corrida. Esta é a quinta dobradinha de Kanaan com Castro Neves na Indy. Todas aconteceram em circuitos ovais. Com o resultado no Iowa, o campeão de 2004 tem agora três vitórias contra duas do tricampeão das 500 milhas de Indianápolis. Foi sua primeira vitória no ano, a 15ª na categoria.

"Tenho que agradecer minha equipe que me deu um excelente carro. Foi uma corrida bem divertida. Estava morrendo de saudade de comemorar novamente aqui no pódio. No Brasil, hoje é dia de festa pela seleção, e acho que contribuí para aumentar a alegria. Sou brasileiro e não desisto nunca", falou Kanaan.

Diante de uma boa presença de público, mesmo com a estabilidade do tempo, Will Power, da Penske, partiu da pole position, tendo Scott Dixon, da Ganassi, ao seu lado. Então, ainda na primeira volta, a bandeira amarela era acionada. Justin Wilson, da Dreyer & Reinbold, perdeu a traseira de seu carro na entrada da curva 4. Na sequência, o inglês acertou Mário Moraes que também atingiu a parede externa.

Após 12 voltas em ritmo lento, a corrida recomeçou com Power em primeiro, seguido por Dixon, Marco Andretti, Dario Franchitti, Hélio Castro Neves, Alex Tagliani. Takuma Sato e Ryan Briscoe. Numa grande largada, Sato, da KV, emparelhou seu carro com o de Franchitti, mas não conseguiu ultrapassar.

Enquanto isso, Andretti conseguiu superar Dixon e foi ameaçar a liderança de Power. O norte-americano começou a atacar o piloto da Penske a partir da 18ª volta. Impondo um ritmo forte, além de utilizar os retardatários, ele assumiu a ponta treze voltas depois. Neste momento, a diferença entre os dez primeiros girava em torno de apertados quatro segundos.

Na 45ª volta, Franchitti toma o comando pela primeira vez na corrida, trazendo o companheiro Dixon. Neste momento, a dupla da Ganassi, que se distanciava cada vez mais de Andretti. Já Power, que despencava na classificação, atingiu a traseira de Bertrand Baguette. Felizmente não houve nenhum problema mais sério para esses pilotos. Castro Neves ganhava posições, assim como Kanaan. Tony primeiro foi para 12º, depois era oitavo após a amarela e agora disputava a quinta colocação.

Ocorreu outra interrupção, dessa vez devido a detritos na pista, na 54ª volta. Exceto por Graham Rahal todos os pilotos fizeram a primeira parada. Franchitti saiu na frente acompanhado por Kanaan, Castro Neves e Dixon. Na relargada, Franchitti toma a ponta de Rahal, graças aos seus pneus novos. Dixon aproveitou a oportunidade para tomar o segundo lugar de Rahal. No pelotão intermediário, a luta era intensa entre Castro Neves e Sato pelo quinto lugar. Dixon passou seu companheiro de equipe na 73ª volta e assumiu a primeira posição. Agora os dez primeiros eram Dixon, Franchitti, Kanaan, Hunter-Reay, Sato, Rahal, Castro Neves, Viso, Andretti e Power.

Rahal foi aos pits na 92ª volta para fazer sua primeira parada. Nisso o norte-americano perdeu duas voltas. Para seu azar ocorreu a segunda paralisação alguns minutos depois, por conta do acidente de Sarah Fisher na curva 3, encerrando com suas chances de disputar a vitória. A segunda janela de paradas começa e Castro Neves, graças ao eficiente trabalho dos mecânicos da Penske, aproveita para tomar a quinta posição de Sato.



Na 113ª volta, a bandeira verde é acionada, com 15 carros na mesma volta que o líder Franchitti. Na parte inferior da classificação, Simona de Silvestro recebe uma penalidade por ter atropelado o pé de um dos seus mecânicos. Enquanto isso, Dixon deu o troco e novamente pulou para a ponta. A corrida ficou emocionante com a disputa entre os pilotos da Ganassi com os da Andretti. Então, na 120ª volta, Kanaan passa Dixon e finalmente chegou à liderança. Ele é imitado por Hunter-Reay, que coloca seu carro na terceira posição. Neste momento, a Andretti ditava o ritmo. Na 136ª volta, Franchitti superou o brasileiro, reassumindo a primeira posição. Dixon fez o mesmo com Hunter-Reay e tomou o terceiro lugar. Um pouco mais atrás, Castro Neves apenas acompanhava os ponteiros. Kanaan não desistiu e foi buscar por Franchitti, lhe dando o troco na 161ª volta.

Sato definitivamente estava à vontade em Iowa. Entrou em disputa pelo quarto lugar com Hunter-Reay e saiu vitorioso. Nas arquibancadas, Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven apreciavam a atuação do seu piloto, mas com discrição. Ela se mostrou justificada, pois a última bandeira amarela da corrida foi justamente causada pelo japonês, que bateu na curva 4, quando era terceiro.

Todos os carros foram aos pits para a parada definitiva. Franchitti surgiu em primeiro. Castro Neves era o segundo, seguido por Kanaan e Viso. Kanaan foi atrapalhado pelo colega Ryan Hunter-Reay, o que deixou Castro Neves na frente dele A relargada veio na 192ª volta e imediatamente Hunter-Reay estava cumpriu sua pena após o incidente nos pits. Mas quando tudo parecia sorrir Franchitti, o destino decidiu ser caprichoso. O escocês abandona por um problema na transmissão.

Agora Castro Neves liderava sem ser muito pressionado e acreditava que poderia vencer em grande estilo. Kanaan pensava diferente. Dirigindo um carro perfeitamente equilibrado ele incomodaria o carro da Penske na parte final. E aconteceu o que tinha de acontecer. Faltando dez voltas, e graças ao "push to pass", Kanaan atacou Castro Neves pelo lado de dentro e partiu para a vitória. O brasileiro era tão superior aos seus perseguidores que ele ampliou sua vantagem para 1,5 segundos em três voltas.

Kanaan cruzou linha de chegada após 250 voltas na primeira posição e quebrou dois tabus, pois ele nunca não havia terminado nenhuma prova no Iowa e desde o GP de Richmond, em 2008, não comemorava uma vitória. "Abrimos a porteira agora, então, vamos com muita vontade para uma nova sequência de circuitos mistos", falou o brasileiro, que dividiu com Castro Neves e Ernesto Viso, da KV, um pódio inteiramente sul-americano. Os dez primeiros lugares foram completados por Briscoe - que conseguiu uma boa ultrapassagem em Power nas últimas voltas -, Power, Dixon, Meira, Hunter-Reay, Rahal e Patrick. Raphael Matos chegou foi o décimo quarto com duas posições à frente de Mário Romancini.

GP do Iowa
8ª etapa - 20/06/2010
Circuito oval com 1,300 milha
Iowa Speedway - Newton, Iowa (Estados Unidos)
1) Tony Kanaan (BRA/Andretti), 250 voltas, em 1h42min12s4036
2) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), a 4s2030
3) Ernesto Viso (VEN/KV), a 5s2538
4) Ryan Briscoe (AUS/Penske), a 9s0536
5) Will Power (AUS/Penske), a 9s5902
6) Scott Dixon (NZL/Ganassi), a 15s2683
7) Vítor Meira (BRA/Foyt), a 16s8703
8) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 249 voltas
9) Graham Rahal (EUA/Dreyer & Reinbold), 249 voltas
10) Danica Patrick (EUA/Andretti), 249 voltas
11) Dan Wheldon (ING/Panther), 249 voltas
12) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 248 voltas
13) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne) 248 voltas
14) Raphael Matos (BRA/De Ferran Luczo Dragon), 247 voltas
15) Marco Andretti (EUA/Andretti), 244 voltas
16) Mário Romancini (BRA/Conquest), 244 voltas
17) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), 237 voltas
18) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 212 voltas
19) Takuma Sato (JAP/KV), 177 voltas
20) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), 131 voltas
21) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 128 voltas
22) Sarah Fisher (EUA/Fisher), 92 voltas
23) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 31 voltas
24) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 0 volta
25) Mário Moraes (BRA/KV), 0 volta

A classificação da Indy após oito etapas
1) Will Power (Penske), 274 pontos
2) Scott Dixon (Ganassi), 263 pontos
3) Dario Franchitti (Ganassi), 260 pontos
4) Hélio Castro Neves (Penske), 251 pontos
5) Ryan Briscoe (Penske), 240 pontos
6) Tony Kanaan (Andretti), 229 pontos
7) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 225 pontos
8) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 191 pontos
9) Marco Andretti (Andretti), 184 pontos
10) Dan Wheldon (Panther), 183 pontos
11) Danica Patrick (Andretti), 178 pontos
12) Vítor Meira (Foyt), 160 pontos
13) Alex Tagliani (Fazzt), 156 pontos
14) Raphael Matos (De Ferran Luczo Dragon), 142 pontos
15) Ernesto Viso (KV), 138 pontos
16) Alex Lloyd (Dale Coyne), 136 pontos
17) Mário Moraes (KV), 131 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas Lanigan), 118 pontos
19) Mário Romancini (Conquest), 113 pontos
20) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
21) Simona de Silvestro (HVM), 109 pontos
22) Takuma Sato (KV), 95 pontos
23) Graham Rahal (Dreyer & Reinbold), 95 pontos
24) Milka Duno (Dale Coyne), 80 pontos
25) Bertrand Baguette (Conquest), 77 pontos
26) Sarah Fisher (Fisher), 53 pontos
27) Tomas Scheckter (Dreyer & Reinbold), 36 pontos
28) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
29) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 33 pontos
30) Jay Howard (Fisher), 20 pontos
31) Ed Carpenter (Vision), 20 pontos
32) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
33) Sebastian Saavedra (Herta), 15 pontos
34) Davey Hamilton (De Ferran Luczo Dragon), 14 pontos
35) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos

terça-feira, 22 de junho de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Promessas de mudanças

Outra vez minha excessiva carga de trabalho me faz atrasar a entrega da coluna. As últimas semanas têm sido intensas, com inúmeros projetos a concluir e muita correria. Sinceramente sou um viciado no meu trabalho. Entretanto, quando se chega a uma jornada de 17 horas por turno, é necessário dar uma freada, mesmo que esta demore a ser acionada.

As 500 milhas de Indianápolis ficaram em boas mãos. Mesmo não tendo uma vitória de um piloto da Penske, o time demonstrou sua força, estando bem contada para o restante da temporada. Agora, com o começo do verão nos Estados Unidos, teremos uma sequencia de provas, a partir de Toronto, que somente vão ter término no GP do Kentucky, em 04 de setembro.

Não acredito que as equipes usarão sua restrita verba no desenvolvimento dos defasados chassis atuais. Ainda mais que em 2012 teremos uma mudança radical no regulamento, com a introdução de novo carro e motor (turbo com até seis cilindros, 2,4 litros, devendo produzir entre 550 e 700 cv). Uma excepcional notícia para os apaixonados por corrida, pois certamente teremos melhorias estéticas nos carros, transformando os atuais tanques de guerra, em autênticas obras de arte.

Vejo um futuro promissor para a categoria por conta dessa administração de Randy Bernard mesmo com uma herança maldita deixada pelo Tony George. A nova estratégia gerencial que essa diretoria está executando busca resultados de médio prazo (em torno de cinco anos). Por enquanto a grande maioria das decisões se mostrou acertada.

Minha grande preocupação gira em torno da retomada do processo de internacionalização do campeonato, muito prejudicado pela divisão da Indy em 1996. Da primeira vez que isso ocorreu a Cart (gestora da Indy na época) era financeiramente forte e possuía um grande prestígio com os patrocinadores, mídia e público. Mesmo assim essas mudanças prejudicaram a Cart, desencadeando a ruína lenta e dolorosa de um patrimônio construído em 29 anos, que chegou a concorrer seriamente com a badalada Fórmula 1 no mercado mundial no começo dos anos 1990.

Essas mudanças serão muito importantes, mas não significam que farão com que a Indy cresça absurdamente. No momento não há dinheiro sobrando para ações deste tipo no mercado norte-americano, principal financiador da categoria. Temos o exemplo da Champ Car. Na tentativa de utilização do Panoz DP01, um carro do ponto de vista técnico fantástico, mas sem dinheiro para investimentos, a categoria caminhou em passos largos para a falência.

Torço que tudo dê certo, afastando de vez os boatos sobre a compra da categoria pela família France, que comanda a Nascar. A ALMS, famoso campeonato de protótipos local, divulgou seu novo regulamento técnico-desportivo para 2011, diga-se, muito bem recebido pelo público e mídia especializada, prometendo oxigenar o atualmente esvaziado torneio.

A expectativa é o mesmo acontecer, só que em proporções maiores, na Indy já que é vital que equipes tradicionais como Penske e Ganassi quando guiarem em Indianápolis, Long Beach entre outras pistas, estejam utilizando carros belos e modernos, diferentemente do cenário atual.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Iowa Speedway

Após uma ausência que durou duas semanas, a Fórmula Indy retorna para a oitava etapa da temporada 2010. A corrida acontece nesse domingo às 14h30min no Iowa Speedway, o menor circuito oval da categoria com 0.875 milha. Esta é a quarta vez que receberá uma prova da Indy. Ele fica localizado na cidade de Newton, distante 48 quilômetros de Des Moines, onde serão disputadas 250 voltas.

Somente esse circuito e o de Indianápolis, com seu traçado de 2,5 milhas de extensão, fogem ao padrão dos ovais da categoria. Os outros medem 1,5 milhas: Chicagoland, Homestead, Kansas, Kentucky, Texas e Motegi. A pista foi desenhada e construída por Rusty Wallace, umas das estrelas da Nascar, inspirando-se no oval de Richmond, onde Wallace sempre se destacou, e possui capacidade para receber 40.000 pessoas em suas arquibancadas. O traçado do oval possui curvas com inclinações que variam de 12 a 14 graus, com a reta principal tendo 10 graus.

Diferente do que ocorre em Milwaukee, no Iowa as curvas são bem velozes, bom conta do maior grau de inclinação dessa pista em relação à tradicional milha, com isso os pilotos fazem as duas curvas do circuito pressionando totalmente o acelerador. O Iowa Speedway é o único circuito do calendário da Indy que possui seus muros totalmente revestidos pelo Safer Barrier, moderno sistema de segurança, que absorve uma grande parte da energia cinética liberada pelos carros quando se chocam contra o muro.

Em 24 de junho de 2007, ocorreu a estréia da Indy em Iowa, com a vitória ficando com o escocês Dario Franchitti, atualmente na Ganassi. O traçado desse oval é muito curto, dificultando as disputas por posição, já que existem poucos pontos de ultrapassagem, exigindo muito esforço físico dos pilotos. O tráfego nesse circuito é intenso. Com poucas voltas já estão embolados o grupo da frente com os retardatários. É preciso ter um carro bem acertado aerodinamicamente para poder ser rápido e ao mesmo tempo estável no tráfego, pois sempre terá um retardatário para passar nesse oval curto.

Outro problema é a existência de somente uma trajetória ideal. Com isso, não é possível para os pilotos andar lado a lado e para piorar, em poucas voltas forma-se um trilho. Saindo dele os pneus se enchem de detritos, fazendo com que os carros percam velocidade, podendo ocasionar um acidente. Mais do que velocidade nas retas muito curtas, o que importa para ir bem nessa pista é a velocidade e a retomada nas curvas. O importante é largar nas primeiras posições e tentar ultrapassar nas relargadas.

O GP de Iowa apresentará uma novidade. Nessa prova, os carros poderão utilizar o botão "push to pass", que auxilia nas ultrapassagens ao dar 20 cavalos a mais de potência aos motores, 24 vezes por 10 segundos em cada vez, e com um intervalo de 8 segundos entre cada uso. Será a primeira vez que o dispositivo, introduzido em agosto passado, será utilizado em uma pista curta.

Confira a programação para o GP de Iowa, oitava etapa da temporada de 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sábado (19/06)
12h00min - treino livre
15h10min - treino livre
18h30min - treino classificatório

Domingo (20/06)
14h30min - GP de Iowa (250 voltas)

Vencedor em 2009: Dario Franchitti (ESC)
Pole em 2009: Hélio Castro Neves (BRA)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

A Meia Corrida

Inicialmente minha intenção era de comentar a mais tradicional provas de monopostos do automobilismo: as 500 milhas de Indianápolis. Entretanto, não assisti a prova. E pelos comentários que li e ainda analisando compacto que assisti posteriormente eu não perdi muita coisa. Especialmente pela forma como a TV Bandeirantes cortou a transmissão nas voltas finais para mostrar o futebol.

Até entendo esse procedimento quando não se tratar de uma prova de destaque da Fórmula Indy ou em virtude da fase decisiva do Campeonato Brasileiro. Não foi o caso. Isso após as promessas do Téo José de que dessa vez a prova seria integralmente transmitida em rede aberta. Quando não o futebol, é o importante concurso Miss Brasil ou Miss Universo. Ou quem sabe algum programa de calouros que é gravado com semanas de antecedência e, subitamente, é lançado na programação. Sejamos justos: isso não é exclusividade da Bandeirantes.

A Rede TV! é outra que age assim com algumas de suas afiliadas. Aqui no Rio Grande do Sul, onde moro há mais de três anos, todo sábado e domingo tem uma programação de caráter duvidoso. Eles reprisam os melhores programas da emissora como os de Sônia Abraão, Luciana Gimenez, Nélson Rubens entre outras boçalidades. Nisso deixamos de assistir a incrivelmente disputada Pickup Racing, categoria que acompanha a programação da Copa Caixa Stock Car.

Um tremendo desperdício da concessão pública. Caso tivéssemos assistindo uma programação educativa ou cultural exaltando a cultural local eu entenderia. Contudo, reprisar programas de fofocas ou de curiosidades sobre pseudo-celebridades é muito frustrante para os espectadores mais exigentes.

Nos canais fechados (e muito bem pagos) o cenário não é muito diferente. Cansei de me programar para assistir um determinado programa, invariavelmente relacionado a corridas, e, quando chega a hora eles passam o pré-jogo do futebol, a "importantíssima" Golf Cup, ou quem sabe ainda, um programa sobre "adrenalina" que foi reprisado duas ou três vezes naquela semana. Onde fica o respeito ao consumidor? Neste último caso ainda temos o absurdo de compramos um serviço e não o recebemos. Isso é estelionato.

Como já suspeitava que o corte da transmissão das 500 milhas de Indianápolis poderia acontecer, como realmente aconteceu, preferi fazer outras coisas, como ficar perto das pessoas de quem se gosta, mesmo com contatos cada vez mais esporádicos, faz qualquer a distância e o tempo ser infinitamente inferior a alegria de estar próximos deles.

Não é sempre que tenho a oportunidade de conhecer lugares maravilhosos onde à presença do Criador se faz presente, deixando a natureza ainda mais maravilhosa e exuberante. Foram estes os motivos que me fizeram não assistir a meia corrida de Indianápolis na semana passada. Espero que compreendam e continuem lendo essa coluna nesse espaço.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Finalmente uma vitória de Ryan Briscoe

Redentora. É a palavra que melhor descreve a primeira vitória de Ryan Briscoe na 7ª etapa da Fórmula Indy 2010. Depois de muitas chances perdidas (principalmente em São Paulo e Indianápolis) o australiano levou o GP do Texas, disputado no Texas Motor Speedway, em Fort Worth, com autoridade para superar a estadunidense Danica Patrick após a última rodada de pit stops. Curiosamente o seu desempenho em corridas no Texas está sempre condicionado pela sua posição de largada. Em 2008, o australiano terminou em terceiro depois de sair em terceiro. Em 2009, ele chegou à segunda posição após largar em segundo. E como pole position, nesta temporada, ele assegurou a vitória.

E foi com um calor sufocante que os 26 pilotos partiram para a corrida noturna. A primeira largada foi abortada, pois Briscoe saiu do alinhamento. Na segunda tentativa ocorreu a mesma coisa só que dessa vez a bandeira verde foi acionada. Briscoe manteve-se na frente, seguido por Dario Franchitti e Will Power. Na 8ª volta, Franchitti ultrapassou Briscoe, mas imediatamente, o australiano retomaria a ponta. A única mudança entre os ponteiros foi ocorreu quando Scott Dixon ultrapassou Power. Hélio Castro Neves era o quinto, seguido de perto por Alex Lloyd.

Briscoe liderou a corrida até a 47ª volta, quando a primeira bandeira amarela foi levantada por causa de detritos. Naquele momento Patrick já havia subido de oitava para a quarta posição. Com um carro muito bem acertado, a piloto da Andretti executou grandes manobras, passado os adversários tanto pelo lado de dentro como por fora, tornando-se uma das candidatas para vencer a corrida. Com a relargada, Franchitti, que assumiu a liderança durante a parada nos pits, abriu vantagem, enquanto Danica, agora em terceiro, pressionava Power, com Dixon atacando a piloto. Enquanto isso, Briscoe, que perdeu quatro posições durante a parada, tentava reagir. Pior sorte teve Lloyd, pois errou o seu ponto nos pits e caiu para vigésimo primeiro.

Na 57ª volta, o japonês Takuma Sato causou a segunda amarela. O piloto da KV Racing teve a suspensão traseira direita quebrada em seu carro, que bateu no muro na saída da curva 2, arrastando-se pela reta. Os últimos colocados aproveitaram para completar o etanol, numa tentativa de ganhar posições no trecho final. A corrida foi tranquila a partir daí apesar dos problemas de tráfego. Danica perdeu algumas posições até ficar no quinto lugar. De repente, uma imagem terrível salta aos olhos.



A suíça Simona Silvestro perdeu o controle do seu carro. E depois de acertar o muro, o carro pegou fogo violentamente. Ainda grogue pelo choque, ela não conseguiu sair sozinha do carro em chamas. Após tensos segundos, os fiscais foram capazes de finalmente fazer o resgate. Cujo, atormentados com problemas técnicos, eles não puderam lutar contra o fogo imediatamente. Finalmente Silvestro foi retirada do cockpit e sofreu apenas uma queimadura na mão direita.

Aproveitando a interrupção, Ryan Hunter-Reay, então 11º colocado, voltou aos pits, mas perdeu seu ponto de reabastecimento e teve de passar pela segunda vez nos boxes. Resultado, oito posições perdidas. Will Power também deve passar pelos pits para retirar braço de suspensão do carro de Simona que ficou preso no assoalho de seu Penske.

Na 112ª volta, a bandeira verde era acionada, com Franchitti abrindo uma excelente vantagem sobre Briscoe, Patrick e Tony Kanaan. Oito voltas depois, Danica deu uma fechada brusca em Kanaan, que teve de diminuir a velocidade para evitar um acidente e com isso perdeu muitas posições. Lloyd fazia sua corrida de recuperação e já brigava pelo sétimo lugar com Dan Wheldon. Então, na 130ª volta, outro acidente causou uma nova amarela.

Hélio Castro Neves e Mário Moraes se encontraram na saída da curva quatro. Moraes fechou Castro Neves e empurrou o tricampeão das 500 milhas de Indianápolis para o muro. Hélio saiu imediatamente do seu carro para discutir com Moraes. Posteriormente, Mário afirmou que seu olheiro não o avisou sobre a presença de Hélio. O belga Bertrand Baguette se envolveu na confusão ao tocar na traseira do carro do piloto da Penske.

A bandeira amarela foi uma oportunidade aproveitada pelos líderes da corrida. Na saída dos pits, Franchitti ainda estava na frente do companheiro Scott Dixon e de Patrick. Alex Tagliani assumiu a ponta. Power era o segundo. Os dois não reabasteceram. A relargada ocorreu na 138ª volta, com Tagliani mantendo-se em primeiro. Power vinha em seguida, acompanhado por Dixon, que tomaria um leve toque de Briscoe pouco tempo depois.

O canadense decidiu ir reabastecer na 167ª volta. A Fazzt liberou Tagliani para pista antes de terminarem a operação de reabastecimento, derrubando um dos mecânicos e perdendo muito tempo. Para piorar ele ainda teve de cumprir uma punição, por sair dos pits com o equipamento de abastecimento ainda acoplado ao seu carro. Faltando 30 voltas para o fim, Briscoe realizaria seu último pit stop. Conseguiu voltar em primeiro, mas Danica que tinha parado duas voltas antes e estava com os pneus aquecidos, ultrapassou o australiano, que, na volta seguinte, deu o troco e retomou a liderança.

Marco Andretti termina em terceiro, seguido por Scott Dixon. Dario Franchitti é o quinto, com Tony Kanaan, Ryan Hunter-Reay, Alex Lloyd, Dan Wheldon e Vítor Meira completando os dez primeiros. Raphael Matos foi discreto e chegou apenas em 16º, uma posição adiante de Mário Romancini. No campeonato, Dario Franchitti é o líder, com 246 pontos, três a mais que Will Power. Dixon é o terceiro. O melhor brasileiro é Hélio Castro Neves, em quarto, 35 pontos atrás do neozelandês.

GP do Texas
7ª etapa - 05/06/2010
Circuito oval com 1,500 milha
Texas Motor Speedway - Fort Worth, Texas (Estados Unidos)

1) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 228 voltas em 2h04min47s1555
2) Danica Patrick (EUA/Andretti), a 1s462
3) Marco Andretti (EUA/Andretti), a 2s316
4) Scott Dixon (NZL/Ganassi), a 3s077
5) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), a 7s588
6) Tony Kanaan (BRA/Andretti), a 8s066
7) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), a 13s939
8) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), a 14s308
9) Dan Wheldon (ING/Panther), a 15s085
10) Vítor Meira (BRA/Foyt), a 15s825
11) Ernesto Viso (VEN/KV), a 18s868
12) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas Lanigan), a 23s044
13) Tomas Scheckter (AFS/Dreyer & Reinbold), 227 voltas
14) Will Power (AUS/Penske), 227 voltas
15) Sarah Fisher (EUA/Fisher), 227 voltas
16) Raphael Matos (BRA/De Ferran Luczo Dragon), 226 voltas
17) Mário Romancini (BRA/Conquest), 226 voltas
18) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 225 voltas
19) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 225 voltas
20) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 129 voltas
21) Mário Moraes (BRA/KV), 129 voltas
22) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), 129 voltas
23) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 116 voltas
24) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 97 voltas
25) Takuma Sato (JAP/KV), 56 voltas
26) Jay Howard (ING/Fisher), 37 voltas

A classificação da Indy após sete etapas
1) Dario Franchitti (Ganassi), 246 pontos
2) Will Power (Penske), 243 pontos
3) Scott Dixon (Ganassi), 235 pontos
4) Hélio Castro Neves (Penske), 211 pontos
5) Ryan Briscoe (Penske), 208 pontos
6) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 201 pontos
7) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 179 pontos
8) Tony Kanaan (Andretti), 179 pontos
9) Marco Andretti (Andretti), 169 pontos
10) Dan Wheldon (Panther), 164 pontos
11) Danica Patrick (Andretti), 158 pontos
12) Alex Tagliani (Fazzt), 138 pontos
13) Vítor Meira (Foyt), 134 pontos
14) Raphael Matos (De Ferran Luczo Dragon), 126 pontos
15) Mário Moraes (KV), 121 pontos
16) Alex Lloyd (Dale Coyne), 119 pontos
17) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas Lanigan), 106 pontos
19) Ernesto Viso (KV), 103 pontos
20) Mário Romancini (Conquest), 99 pontos
21) Simona de Silvestro (HVM), 97 pontos
22) Takuma Sato (KV), 83 pontos
23) Graham Rahal (Rahal Letterman), 73 pontos
24) Milka Duno (Dale Coyne), 68 pontos
25) Bertrand Baguette (Conquest), 64 pontos
26) Sarah Fisher (Fisher), 41 pontos
27) Tomas Scheckter (Dreyer & Reinbold), 36 pontos
28) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
29) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 33 pontos
30) Jay Howard (Fisher), 20 pontos
31) Ed Carpenter (Vision), 20 pontos
32) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
33) Sebastian Saavedra (Herta), 15 pontos
34) Davey Hamilton (De Ferran Luczo Dragon), 14 pontos
35) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Texas Motor Speedway

Uma semana depois das 500 milhas de Indianápolis, o circo da Fórmula Indy vai realizar, neste sábado, a 7ª etapa da Fórmula Indy sendo essa a primeira corrida noturna de 2010, disputada no Texas Motor Speedway, pista que mais recebeu provas da categoria - esta será a 21ª corrida desde 1997. O complexo construído na cidade de Fort Worth, sexta maior cidade do Texas, e que está situado a aproximadamente 48 quilômetros ao oeste de Dallas, costuma proporcionar as mais emocionantes disputas do calendário da Indy. A corrida terá duração de 228 voltas, totalizando 342 milhas de extensão.

Isso se deve as características do oval, que possui curvas com inclinação de 24 graus e 1,5 milha de extensão (2,4 km). A reta principal tem 686 metros de extensão, enquanto a reta oposta 405 metros. Essa combinação favorece altas velocidades, superiores aos 370 km/h, e o jogo de vácuo, possibilitando ultrapassagens e emoção até a volta final. A combinação de muita velocidade e curvas com alto grau de inclinação, gerando incríveis quantidades de força G sobre os pilotos, é um desafio extra para eles. Para consegui o melhor resultado nesse oval, onde os pilotos geralmente andar em linhas de dois ou três carros, o acerto aerodinâmico é fundamental para ser competitivo.

Dario Franchitti chega ao Texas recém coroado em Indianápolis. O escocês venceu pela segunda vez na "Brickyard" e, ao mesmo tempo, tornou-se o quinto vencedor diferente em seis corridas nesta temporada. Com este resultado, Franchitti reduziu a distância que o separa de Will Power na classificação para 11 pontos. No torneio de ovais, o piloto da Ganassi assumiu a liderança. Contudo, até hoje o vencedor das 500 milhas não conseguiu vencer a corrida seguinte. Dessa vez as cartas vão jogar em favor de Franchitti?

A Panther tem cinco vitórias no Texas Motor Speedway, empatando com a equipe Penske. Tomas Scheckter, em 2005, Sam Hornish Jr. em 2001 e 2002, e Scott Goodyear em 1999 e 2000 superaram a presença da Pantera no "Victory Lane". Naquele ano de 2005, o campeão da Indy naquela temporada chegou cheio de confiança depois de uma atuação maravilhosa, em Indianápolis. Dan Wheldon liderou 246 voltas em 10 provas neste circuito. Será que o inglês vai reencontrar as alegrias das vitórias nesse oval ultra-rápido?





Depois de um belo lugar décimo lugar em Indianápolis, Alex Tagliani e sua equipe Fazzt continuam a ser a agradável surpresa do ano. Nesse começo da equipe em ovais, Tagliani largou duas vezes entre os cinco melhores e chegou duas vezes entre os dez primeiros. No ano passado ele terminou em 12 º no oval de Fort Worth. Com certeza é um nome a se considerar.

Ryan Hunter-Reay pode estar fazendo sua última corrida na temporada. Na verdade, o contrato original previa sua presença na Andretti somente até o Texas, depois ele teria de correr atrás de patrocinadores. Como se não bastasse à incerteza sobre seu futuro na Indy, o estadunidense ainda tem de lidar com um dedo quebrado, ferimento causado durante um pit stop nas 500 milhas de Indianápolis. De outra parte, a Andretti Autosport espera voltar a vencer depois de quase chegar lá em Indianápolis com Tony Kanaan. No ano passado, Marco Andretti terminou no quarto lugar.

Os novatos, por sua vez enfrentarão sua primeira corrida à noite. Mário Romancini, Simona Silvestro (melhor novata em Indianápolis), Bertrand Baguette e Takuma Sato vão ter de se acostumar a dirigir com velocidades em torno dos 354,06 km/h iluminados por potentes refletores.

A corrida promete ser muito disputada. Durante as últimas 20 edições, 14 foram concluídas por uma distância inferior a meio segundo entre o vencedor e o segundo colocado. Melhor ainda, o vencedor ficou à frente de seu perseguidor por somente um décimo de segundo por sete vezes.

Confira a programação para o GP do Texas, sexta etapa da temporada de 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (04/06)
14h45min - treino livre
17h35min - treino classificatório
21h00min - treino livre

Sábado (05/06)
21h45min - GP do Texas (228 voltas)

Vencedor em 2009: Hélio Castro Neves (BRA)
Pole em 2009: Dario Franchitti (ESC)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Franchitti domina as 500 milhas de Indianápolis

O bicampeão da Fórmula Indy, o escocês Dario Franchitti, da Ganassi, venceu as tradicionais 500 milhas de Indianápolis, após dominar quase toda a corrida. Dan Wheldon, da Panther, herdou o segundo lugar, quando Tony Kanaan, da Andretti Autosport, com quem disputava a posição no trecho final da corrida, teve de parar para colocar combustível. A Dale Coyne teve a imensa alegria de ver o seu jovem piloto Alex Lloyd terminar em terceiro.

Entanto isso, Marco Andretti, que ocupava essa colocação um pouco antes, afirma que o inglês fez a ultrapassagem sob a bandeira amarela. Depois de analisarem a última volta, os comissários alteraram o resultado: Marco Andretti retornou para o terceiro posto. Lloyd ficou em quarto, Scott Dixon é o quinto e Danica Patrick a sexta. Mário Romancini e Simona de Silvestro também mudam de lugares. O brasileiro passou a ser o décimo terceiro enquanto a suíça caiu para décima quarta posição. Assim, Romancini se tornou o melhor novato na prova.

Já Bia Figueiredo, da Dreyer & Reinbold, manteve um bom ritmo no bloco de trás. No final, quando estava na 21ª posição, se viu envolvida no acidente de Ryan Hunter-Reay e Mike Conway. Vítor Meira, da Foyt, Raphael Matos, da De Ferran Luczo Dragon, Mário Moraes, da KV, e Bruno Junqueira, da Fazzt, abandonaram a corrida.

O dia foi difícil para a equipe Penske. Considerada a grande favorita à vitória, rapidamente a corrida degenerou em um pesadelo graças à sequência de incidentes nos boxes juntamente com estratégias de paradas ruins. Seus melhores resultados seriam um oitavo com Will Power e o nono com Hélio Castro Neves. A Penske ficou fora da briga, com a colisão contra o muro de Ryan Briscoe, Power ao perder tempo na saída dos pits com parte da mangueira presa no bocal do tanque de combustível, e Hélio quando deixou o motor morrer na penúltima parada.

Franchitti, que liderou 155 voltas, era visivelmente o mais rápido da pista, chegando a abrir uma vantagem de mais de 10 segundos em determinado momento da corrida. Nas primeiras paradas, ele passou de terceiro para o primeiro lugar e, além de uma breve disputa com Power, no início, ele nunca foi incomodado de verdade por ninguém.



Mesmo assim a chegada foi perturbadora para Franchitti. Forçado a economizar combustível para ter certeza de chegaria ao fim, o escocês viu Dan Wheldon avançar sobre ele. Já o pole Castro Neves entrou nos pits com apenas oito voltas para o fim. Tony Kanaan, depois de sair na última colocação no grid de largada, fez uma grande corrida de recuperação, chegando a estar na segunda posição. Contudo, também teve de fazer uma parada para um "splash and go", quando ainda restavam quatro voltas, e chegou à linha de chegada na 11ª colocação.

Então, quando Franchitti estava 20 milhas por hora mais lento do que Wheldon, ocorreu um terrível acidente envolvendo Ryan Hunter-Reay e Mike Conway. O carro do piloto da Dreyer & Reinbold decolou, acertando na cerca de proteção e com o impacto ficou totalmente destruído e seguiu capotando até o outro lado da pista. Felizmente o "cockpit" permaneceu intacto. Conway sofreu múltiplas fraturas na perna esquerda e uma compressão na coluna, sendo levado de helicóptero para o hospital. Hunter-Reay, por sua vez, somente machucou o dedo polegar. Porém, o norte-americano ainda não foi liberado para correr na próxima etapa, no Texas.

Assim, a corrida terminou sob bandeira amarela e Franchitti venceu para alegria de sua esposa, a atriz Ashley Judd, com quem foi comemorar junto com os integrantes da Ganassi. E após 45 anos da vitória do seu ídolo Jim Clark ele venceu pela segunda vez em sua carreira em Indianápolis e lembrou aquela magnífica atuação do lendário Escocês Voador da Lotus.

500 Milhas de Indianápolis
6ª etapa - 30/05/2010
Circuito oval com 2,500 milhas
Indianapolis Motor Speedway - Indianápolis, Indiana (Estados Unidos)
1) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 200 voltas em 3h05min37s0131
2) Dan Wheldon (ING/Panther), a 0s1536
3) Marco Andretti (EUA/Andretti), a 20s9876
4) Alex Lloyd (ING/Dreyer & Reinbold), a 21s4922
5) Scott Dixon (NZL/Ganassi), a 21s7560
6) Danica Patrick (EUA/Andretti), a 23s5251
7) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), a 25s9761
8) Will Power (AUS/Penske), a 30s2474
9) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), a 33s0137
10) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), a 34s2482
11) Tony Kanaan (BRA/Andretti), a 59s5957
12) Graham Rahal (EUA/Rahal Letterman), a 59s9739
13) Mário Romancini (BRA/Conquest), a 1min01s6745
14) Simona de Silvestro (SUI/HVM), a 1min05s0219
15) Tomas Scheckter (AFS/Dreyer & Reinbold), 199 voltas
16) Townsend Bell (EUA/Sam Schmidt), 199 voltas
17) Ed Carpenter (EUA/Vision), 199 voltas
18) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 198 voltas
19) Mike Conway (ING/Dreyer & Reinbold), 198 voltas
20) Takuma Sato (JAP/KV), 198 voltas
21) Bia Figueiredo (BRA/Dreyer & Reinbold), a 4 voltas
22) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), a 17 voltas
23) Sebastian Saavedra (COL/Herta), 159 voltas
24) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 147 voltas
25) Ernesto Viso (VEN/KV), 139 voltas
26) Sarah Fisher (EUA/Fisher), 125 voltas
27) Vítor Meira (BRA/Foyt), 105 voltas
28) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), 76 voltas
29) Raphael Matos (BRA/De Ferran Luczo Dragon), 72 voltas
30) John Andretti (EUA/Petty Andretti), 62 voltas
31) Mário Moraes (BRA/KV), 17 voltas
32) Bruno Junqueira (BRA/Fazzt), 7 voltas
33) Davey Hamilton (EUA/De Ferran Luczo Dragon), 0 volta

A classificação da Indy após seis etapas
1) Will Power (Penske), 227 pontos
2) Dario Franchitti (Ganassi), 216 pontos
3) Scott Dixon (Ganassi), 203 pontos
4) Hélio Castro Neves (Penske), 199 pontos
5) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 175 pontos
6) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 167 pontos
7) Ryan Briscoe (Penske), 155 pontos
8) Tony Kanaan (Andretti), 151 pontos
9) Dan Wheldon (Panther), 142 pontos
10) Marco Andretti (Andretti), 134 pontos
11) Alex Tagliani (Fazzt), 126 pontos
12) Danica Patrick (Andretti), 118 pontos
13) Vítor Meira (Foyt), 114 pontos
14) Raphael Matos (De Ferran Luczo Dragon), 112 pontos
15) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
16) Mário Moraes (KV), 109 pontos
17) Alex Lloyd (Dale Coyne), 95 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas Lanigan), 88 pontos
19) Mário Romancini (Conquest), 86 pontos
20) Simona de Silvestro (HVM), 85 pontos
21) Ernesto Viso (KV), 84 pontos
22) Takuma Sato (KV), 73 pontos
23) Graham Rahal (Rahal Letterman), 73 pontos
24) Milka Duno (Dale Coyne), 56 pontos
25) Bertrand Baguette (Conquest), 52 pontos
26) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
27) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 33 pontos
28) Sarah Fisher (Fisher), 26 pontos
29) Ed Carpenter (Vision), 20 pontos
30) Tomas Scheckter (Dreyer & Reinbold), 19 pontos
31) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
32) Sebastian Saavedra (Herta), 15 pontos
33) Davey Hamilton (De Ferran Luczo Dragon), 14 pontos
34) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos
35) Jay Howard (Fisher), 10 pontos