quinta-feira, 29 de abril de 2010

Kansas Speedway

Fugindo as suas características nas primeiras provas de 2010, neste fim de semana, a Indy encontrará o seu primeiro amor: as corridas em ovais. Primeira duma série de quatro disputas nesse estilo de circuito o Kansas Speedway será palco da 5ª etapa da Fórmula Indy. Será a décima vez que a categoria desembarca nesse trioval de 1,500 milha, localizado no Estado do Kansas, próximo a West Village, o mais popular destino turístico na região. Teremos 200 voltas, totalizando 300 milhas de extensão. As arquibancadas possuem capacidade para receber até 81.687 pessoas.

Até o momento, oito pilotos diferentes venceram nas nove corridas realizadas desde 2001. Somente o inglês Dan Wheldon venceu por duas vezes. Desses competidores, apenas um ganhou o campeonato após a glória em Kansas City. Trata-se de Sam Hornish Jr. em 2006. Quatro vencedores foram vice-campeões e outros dois terminaram em terceiro lugar.

A pista, pertencente à International Speedway Corporation, foi inaugurada em 2001, possuindo curvas com inclinações entre 10,4 e 15 graus, sendo uma das poucas pistas da temporada onde os carros completam uma volta inteira em aceleração total. Diferente de ovais como Homestead, palco do encerramento do campeonato, a largada e a chegada ocorrem numa curva, e a reta oposta é a única existente no traçado. O desafio é encontrar o acerto ideal para que o carro tenha velocidade nas retas, estabilidade e equilíbrio para as diferentes situações aerodinâmicas durante uma volta. As curvas 1 e 4 são mais longas do que a 2 e 3.

Por ser o primeiro oval do calendário, o único antes das 500 milhas de Indianápolis, é a grande chance para as equipes medirem suas forças antes da grande corrida. Com menos dias de treinos programados nessa edição das 500 milhas cada momento dentro da pista no Kansas vai ser muito importante para a preparação visando o fim do mês de maio.

Para Kansas estão inscritos 27 carros, o maior número desde o início dessa temporada. Sarah Fisher, Jay Howard e John Andretti vão fazer sua primeira corrida neste ano. Para Andretti, a pista do Kansas lhe é familiar, pois disputou cinco provas nessa pista quando disputava a Nascar Sprint Cup Series, tendo como melhor resultado um 14 º lugar em 2002.



Justin Wilson e Ryan Hunter-Reay, são, sem dúvida alguma, as maiores surpresas do ano na Indy. Hunter-Reay está em terceiro na classificação, e Wilson é o quarto. Entretanto, o campeonato agora toma um novo rumo. Com a sequência de quatro corridas em ovais, a tendência é que eles não consigam acompanhar o ritmo das grandes equipes.

As potências Ganassi e Penske possuem ótimas chances de dominarem as ações desde os primeiros treinos. Os anos de experiência acumulados em testes e corridas no circuito lhes permitiram descobrir e aperfeiçoar aspectos sutis no comportamento do carro. Detalhes esses que os outros times mostram-se incapazes de dominar.

Em todo caso, a queridinha da América, Danica Patrick, espera ansiosa para entrar logo na pista. Ela aguarda com expectativa a chegada dos ovais para finalmente iniciar a sua temporada que até o momento é de um redundante fracasso. Nesta quarta-feira, foram realizados testes coletivos no Kansas Speedway. A meteorologia indica tempo nublado com grandes possibilidades de chuva, levando preocupação aos promotores do evento.

Confira a programação para o GP do Kansas, quinta etapa da temporada de 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (30/04)
12h00min - treino livre
15h00min - treino livre
18h00min - treino classificatório

Sábado (01/05)
15h00min - GP do Kansas (200 voltas)

Vencedor em 2009: Scott Dixon (NZL)
Pole em 2009: Scott Dixon (NZL)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vai-e-Vem do Mercado (5)

- Paul Tracy, que quase ganhou uma controversa 500 milhas Indianápolis em 2002, disse em uma entrevista coletiva em Long Beach, no sábado passado, que vai voltar às corridas este ano pela KV. O canadense, de 41 anos, que não tem um lugar assegurado na Fórmula Indy em todas as corridas nesta temporada, já disputou a Indy 500 em seis ocasiões, incluindo no ano passado, quando terminou em nono. "Sinto que este ano estou mais bem preparado. Ainda tenho negócios inacabados em Indianápolis", disse Tracy.

- J.R. Hildebrand, atual campeão da Indy Lights, comentou em sua página no Twitter que está "esperando ter muito em breve notícias sobre a Fórmula Indy". Especula-se que ele poderia correr pela equipe 3G. Outras fontes indicam que Gary Peterson comprou um chassi Dallara de Tony George, com a intenção de disputar as 500 milhas de Indianápolis, tendo como piloto Hildebrand, em parceria com a Andretti, no que seria o sexto carro da equipe na prova. Entretanto, o negócio ainda não foi concluído.

- As coisas caminham bem para a realização de uma corrida nas ruas de Baltimore a ser adicionada ao calendário já em 2011. Contudo, as vias públicas teriam que ser alargadas, o que geraria custos mais elevados que a média. Funcionários da prefeitura de Baltimore foram à Long Beach para observar e aprender como se faz um Grande Prêmio urbano.

- Graham Rahal disse em Long Beach que as negociações para seu retorno à Newman Haas Lanigan realmente existiram. Ele não descartou outras possibilidades, inclusive em correr pela equipe de seu pai, a Rahal Letterman. "Eu ainda não pedi ao meu pai para me ajudar porque estou tentando resolver isso sozinho. Como ele ainda possui carros da Indy então tudo é possível. Está é a minha última corrida pela Fisher e no momento não tenho nada acertado para o Kansas ou Indianápolis ou mesmo mais adiante".

- A.J. Foyt IV está de volta, após correr pela última vez no ano passado, substituindo Vítor Meira no time do seu ilustre avô, a Foyt Enterprises, no GP do Texas do ano passado. Ele é dono do segundo carro da equipe nas 500 milhas de Indianápolis deste ano. Caso consiga se classificar vai disputar histórica a prova pela sétima vez na carreira. A Foyt ainda espera ter um terceiro carro na Indy 500. O carro principal pertence a Meira. "É ótimo estar de volta e agradeço ao meu avô por me dar outra chance para pilotar na Indy. Embora eu não tenha entrado em um carro depois do Texas, estou bastante confiante para enfrentar as 500 milhas. Sei que o Larry e o A.J. têm trabalhado bastante para elevar o nível de desempenho da equipe", declarou Foyt IV.

- A Dreyer & Reinbold confirmou que Tomas Scheckter vai dirigir o carro 23 da equipe em Indianápolis. O piloto vai ter como companheiros os ingleses Justin Wilson e Mike Conway. Em 2002, Scheckter estreou na Indy pela Cheever. Venceu duas corridas, em Michigan e no Texas, em 107 corridas disputadas. Conhecido pelo temperamento difícil e também pela propensão a acidentes, lembrando o que fazia o pai no começo de carreira na Fórmula 1, ele guiou em inúmeros times. Depois da Cheever, ainda passou por Ganassi, Panther, Vision, Luczo Dragon e Dale Coyne, antes de disputar algumas provas na Dreyer & Reinbold em 2009. Em oito participações seu melhor resultado em Indianápolis foi um 4º lugar em 2003 pela Ganassi.

- A IRL decidiu, a partir do GP do Kansas, modificar seu Comitê de Revisão Técnica após indícios de que a equipe Penske estaria utilizando amortecedores com acerto fora do regulamento mesmo tendo recebido autorização dos comissários para usá-los. Quem mais se sentia prejudicado com a situação era a Ganassi. Em Long Beach, a equipe acusava abertamente que seus maiores rivais nas pistas recebiam uma vantagem indevida. "Fomos enganados e até iludidos", reclamava o diretor da Ganassi, Mike Hull.

domingo, 25 de abril de 2010

Indy 2010: 4ª etapa - Long Beach

Hunter-Reay brilhante em Long Beach

Com uma pilotagem perfeita, numa corrida sem grandes emoções, Ryan Hunter-Reay venceu no circuito montado nas ruas de Long Beach, quarta etapa da temporada 2010. Foi sua quarta vitória na Indy (incluindo duas conquistas na Champ Car), terminando assim com o domínio da Penske. Ele cruzou a linha de chegada na frente pela primeira vez desde 2008, quando levou em Watkins Glen. Na época, pilotava para a Rahal Letterman. Ao vencer nas ruas de Long Beach, se tornou o primeiro norte-americano a ganhar nesta pista desde Michael Andretti em 2002. Essa conquista demonstra mais uma vez que, caso tenha um carro competitivo e o apoio dos patrocinadores, Hunter-Reay possui todas as condições para ser campeão, e merece fazer a temporada completa, possibilidade que aumentou muito depois da sua brilhante atuação na ensolarada Califórnia.

A segunda posição ficou com Justin Wilson. Já o pole position Will Power completa o pódio em terceiro. Scott Dixon chegando a quarta posição. Tony Kanaan foi o melhor brasileiro, terminando em quinto. Mário Moraes tem seu melhor resultado da temporada, ficando em um excelente sexto lugar, após largar muito atrás. Hélio Castroneves é o sétimo. Vítor Meira chegou no 11º lugar, Raphael Matos é o 20º colocado enquanto Mário Romancini abandonou.

Na largada, o pole position Will Power consegue manter a liderança na primeira curva. Atrás dele, Justin Wilson e Ryan Hunter-Reay brigam pela segunda posição, com Wilson levando a melhor. Mais atrás, Tony Kanaan faz uma excelente largada, que lhe permite ultrapassar tanto Hélio Castro Neves quanto Ryan Briscoe antes da curva 1, para assumir o quarto lugar.

No final da 1ª volta, os três primeiros começaram a se distanciar do restante, enquanto no hairpin, Marco Andretti tenta ultrapassar Alex Tagliani mas sem sucesso. No incidente, Andretti perde pequena parte da asa dianteira, sem nenhuma consequência maior. Durante as treze primeiras voltas, os quinto primeiros são os seguintes: Power mantém oito décimos de vantagem sobre Hunter-Reay, obrigando-o a ter melhores tempos de volta. Atrás deles, Wilson observa a batalha como mero espectador, sem atacá-los. Em quarto lugar, quatro segundos atrás temos Kanaan liderando o segundo pelotão.

Enquanto isso, Milka Duno, sempre uma atração a parte, novamente terminou na última colocação sendo a primeira a ter abandonado, na 10ª volta. A venezuelana não esconde o desapontamento quando os comissários indicam que, caso o ritmo (lento) de Duno não melhorasse, ela deve deixar a pista. Isto é feito, pois estava virando em torno de sete segundos mais lento que os líderes. Nas últimas colocações, Graham Rahal, luta somente pela 20ª posição e ainda tem de encarar sérios problemas no rádio, que durará toda a prova.

Power parecia ter tudo sob controle até a 17ª volta, quando o câmbio do seu carro o câmbio fica preso na primeira marcha após sair da curva 11. Até ele recuperar a velocidade, Hunter-Reay e Wilson tinham disparado passando para primeiro e segundo. Já em ritmo normal novamente, Power tenta entrar se aproximar com os líderes antes de ocorrer à primeira parada nos pits, porém aqueles permanecem fora de alcance. Na 20ª volta, Danica Patrick abre a sessão de pit stops. Então na 20ª posição, a piloto, assim como Dario Franchitti, decide antecipar sua primeira parada e mudar sua estratégia para tentar levar vantagem em uma eventual bandeira amarela. Contudo, o plano não deu certo.

Na 26ª volta, Hunter-Reay e Wilson entram nos boxes. Power faz a mesma coisa duas voltas depois. Após a primeira janela de reabastecimento, a ordem de classificação era Hunter-Reay na frente de Wilson, em seguida, Power, Kanaan, Briscoe, Dixon, Castro Neves, Tagliani, Moraes e Wheldon, completando os dez primeiros colocados. Nesse momento da corrida, Power mostra que seu carro não sofreu nenhum dano. Na verdade, o australiano faz tempos excepcionais, até cinco décimos mais rápidos que o ponteiro.

O norte-americano lidera sem sustos, abrindo cerca de três segundos sobre Wilson, até que um lento Alex Lloyd, quase coloca tudo a perder. Durante cinco voltas, o carro da Dale Coyne retarda o avanço do piloto da Andretti Autosport, e assim, o inglês da Dreyer & Reinbold, encostar outra vez em Hunter-Reay. Com menos de cinco décimos de diferença entre eles, Wilson tenta um ataque sobre Hunter-Reay, mas não consegue ultrapassar. E quando o norte-americano finalmente consegue se livrar de Lloyd, Justin faz a mesma manobra só que dá tudo errado. Wilson tem a asa dianteira avariada ao tocar no seu compatriota e vai aos boxes mudar a peça.

No pitlane, Larry Curry, Diretor de Competições da Dreyer & Reinbold, está furioso. Imediatamente vai ao encontro de Brian Barnhardt, presidente de Competições e Operação de Corridas da Indy, reclamada de uma possível manobra anti-desportiva de Llyod, mas nenhuma decisão foi tomada contra ele. No entanto, no briefing pré-corrida, Barnhardt insistiu que na corrida os retardatários devem facilitar a passagem dos líderes.

O ocorrido, que não chega a acionar a bandeira amarela, faz com que os pilotos comecem a entrar para o segundo turno de pits. Wilson faz a seu na 55ª volta, Hunter-Reay e Power na seguinte. Agora, a ordem na pista é Hunter-Reay, Power, Mike Conway, Wilson, Dixon, Kanaan, Castro Neves, Moraes, Briscoe, Wheldon e Franchitti. Pouco depois, a bandeira amarela finalmente vem quando o brasileiro Mário Romancini se envolve em um acidente, enquanto tenta ultrapassar Graham Rahal e acerta forte na traseira do norte-americano, tirando os dois pilotos da prova.

A relargada ocorre na 65ª volta. Hunter Reay consegue manter a ponta, protegida pelos retardatários Takuma Sato e Raphael Matos. Enquanto isso, Danica passa Simona de Silvestro, ganhando a 16ª posição. No giro seguinte, Wilson emparelha com Power antes do ponto de frenagem da curva 1 e assume o segundo lugar. A partir daí a classificação não se altera até a bandeira quadriculada. Hunter-Reay é quem imprime um ritmo mais forte de Long Beach ao marcar a melhor volta. Ele terminar com 5s6031 de vantagem sobre Wilson e 8s5864 à frente de Power.

GP de Long Beach
4ª etapa - 18/04/2010
Circuito de rua com 1,968 milha
Long Beach - Califórnia (Estados Unidos)

1) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 85 voltas em 1h47min12s5404
2) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 5s6031
3) Will Power (AUS/Penske), 8s5864
4) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 10s6287
5) Tony Kanaan (BRA/Andretti), 11s7732
6) Mário Moraes (BRA/KV), 16s5171
7) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 16s8928
8) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 18s2214
9) Dan Wheldon (ING/Panther), 19s4575
10) Mike Conway (ING/Dreyer & Reinbold), 19s9307
11) Vítor Meira (BRA/Foyt), 27s4005
12) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 28s1352
13) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas Lanigan), 28s6037
14) Marco Andretti (EUA/Andretti), 30s0120
15) Ernesto Viso (VEN/KV), 31s6182
16) Danica Patrick (EUA/Andretti), 32s1804
17) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 33s1652
18) Takuma Sato (JAP/KV), 84 voltas
19) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 84 voltas
20) Raphael Matos (BRA/De Ferran Luczo Dragon), 84 voltas
21) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 65 voltas
22) Graham Rahal (EUA/Fisher), 58 voltas
23) Mário Romancini (BRA/ Conquest), 58 voltas
24) Bertrand Baguette (BEL/ Conquest), 45 voltas
25) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 10 voltas

A classificação da Indy após quatro etapas
1) Will Power (Penske), 172 pontos
2) Hélio Castro Neves (Penske), 130 pontos
3) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 129 pontos
4) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 125 pontos
5) Dario Franchitti (Ganassi), 112 pontos
6) Scott Dixon (Ganassi), 112 pontos
7) Ryan Briscoe (Penske), 103 pontos
8) Tony Kanaan (Andretti), 94 pontos
9) Raphael Matos (De Ferran Luczo Fragon), 84 pontos
10) Dan Wheldon (Panther), 83 pontos
11) Vitor Meira (Foyt), 81 pontos
12) Marco Andretti (Andretti), 78 pontos
13) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 78 pontos
14) Alex Tagliani (Fazzt), 72 pontos
15) Mário Moraes (KV), 69 pontos
16) Danica Patrick (Andretti), 67 pontos
17) Ernesto Viso (KV), 60 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas Lanigan), 60 pontos
19) Mário Romancini (Conquest), 54 pontos
20) Simona de Silvestro (HVM), 53 pontos
21) Alex Lloyd (Dale Coyne), 48 pontos
22) Graham Rahal (Fisher), 47 pontos
23) Milka Duno (Dale Coyne), 46 pontos
24) Takuma Sato (KV), 46 pontos
25) Bertrand Baguette (Conquest), 24 pontos
26) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 17 pontos

terça-feira, 20 de abril de 2010

Qingdao quer receber a Fórmula Indy em 2011

O porto de Qingdao, cidade no noroeste da China, que hospedou os eventos da Vela nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, manifestou interesse em ingressar no calendário da Fórmula Indy. Ainda não foi decidido se a corrida será disputar em um circuito de rua (como no GP de Valência da F1) em 2011, ou num oval (o primeiro na China) para 2012.

Qingdao é mais conhecida pela Tsingtao (cerveja, cujo nome corresponde ao som produzido quando se pronuncia "Qingdao"). No passado, foi uma colônia alemã. Há até hoje existem muitas construções de estilo alemão na cidade. A proposta é o evento ser disputado na mesma época que o GP Motegi (Japão) para minimizar os custos operacionais de viagem para as equipes.

Em 2007, a Champ Car deveria ter corrido em Zhuhai em maio. Inclusive Roberto Moreno tinha testado naquele circuito no final de 2006 para homologá-lo. Entretanto, a corrida foi cancelada, graças a sérios problemas em sua organização. Por isso mesmo o paddock está dividido em relação à viabilidade dessa etapa chinesa.

Em 1996, o IMS rompeu com a Cart, alegando que era a internacionalização do campeonato. A IMS queria voltar às origens: corridas em ovais disputadas somente nos Estados Unidos. Atualmente, as corridas de Motegi - bancada pela Honda -, São Paulo, Edmonton e Toronto são as únicas disputadas fora do território estadunidense, sendo que três delas estão no continente Americano. Parte dos dirigentes teme que a audiência vá afastar-se ainda mais caso a Indy torne-se internacional e com a maioria dessas novas corridas em pistas de rua e mistos.

Além disso, desde os anos 1960, tanto a Usac, como suas sucessoras Cart e Champ Car, tentaram incursões na Europa e na Ásia. Nenhuma corrida conseguiu estabelecer-se de forma duradora, com exceção de Surfer's Paradise, que somente saiu do calendário por conta da falta de habilidade política de Tony George. Desse modo, se justifica tamanho ceticismo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Long Beach - Califórnia

Neste fim de semana, o circo da Fórmula Indy vai para a Califórnia, mais precisamente em Long Beach, apenas uma semana depois da terceira corrida do campeonato realizada no Barber Motorsports Park. Desde a reunificação, em 2008, é a segunda vez que a IRL, organiza uma corrida nesta pista. No ano passado, Dario Franchitti venceu pela primeira vez em sua carreira no famoso circuito de rua.

O GP de Long Beach é a quarta corrida do ano e o último circuito de rua antes de entramos na sequência de quatro eventos em ovais. Depois de um domínio avassalador da Penske nas primeiras três provas, espera-se que a Ganassi possa repetir seu desempenho de 2009. Lembre-se que Will Power fez a pole position, antes de terminar em segundo, atrás de Franchitti.

Se os pilotos da Ganassi são, obviamente fortes candidatos a vitória, não devemos esquecer a Andretti Autosport. Marco Andretti, após a sólida quinta posição obtida no Alabama, depois de liderar 58 voltas nesta temporada, é dentre os quatro carros da equipe, o que apresenta o melhor desempenho nesse momento. Em 2009, a Andretti colocou três carros entre os 10 primeiros em Long Beach. Danica Patrick levou o quarto lugar, Marco i cruzou a linha de chegada em sexto e Tony Kanaan ficou em oitavo.

Sem dúvida, a expectativa é de grandes disputas, inclusive pela presença de alguns especialistas em mistos nas equipes intermediárias como Justin Wilson, Mike Conway, Alex Tagliani, Raphael Matos, Ernesto Viso, Graham Rahal e Takuma Sato que querem obter o máximo de pontos antes de começarem as corridas de oval. Não devemos nos esquecer que como o nível de competitividade aumento graças ao crescimento de Andretti, Fazzt e Dreyer & Reinbold, todas com chances concretas de estar entre os cinco melhores ou mesmo vencer.

Pela 36ª vez as ruas e avenidas do balneário californiano será palco para disputas acirradas a poucos centímetros dos muros que separam a pista dos milhares de fãs que acompanham a prova todos os anos. Integrada ao calendário da Indy desde 1984, Long Beach sempre foi considerada como a segunda etapa mais importante do campeonato, perdendo apenas para Indianápolis.

Esse circuito de rua temporário possui a extensão de 1,968 milha. Long Beach possui muitas variações além de ser muito apertado e difícil de ultrapassar. Para 2010, o percurso terá 167, 28 milhas, totalizando 85 voltas. Sua reta principal (parece mais um arco) é o ponto mais rápido do circuito, aonde a velocidade chega a 186 milhas por hora, sofrendo uma redução para 60 milhas por hora no seu trecho final. É um circuito marcado pelo desgaste físico intenso e pelas constantes trocas de marchas, algo que prejudica muito homens e máquinas, pois os problemas na transmissão são constantes. É o desafio ideal para testar as qualidades dos pilotos.

Mas não é só dentro da pista que ocorre o espetáculo: nos bastidores circulam grandes celebridades, que sempre acompanham a etapa, pela proximidade do balneário em relação à Los Angeles. Os artistas ficam fascinados com os carros, por isso é fácil pegar um andando pelos boxes. Além da corrida propriamente dita, temos vários eventos acontecendo paralelamente no circuito, como shows de bandas famosas e desfiles com lindas modelos. O público sempre comparece, numa média de 200 mil visitantes por ano.

Tradicionalmente realizada em abril, a corrida estreou com a extinta Fórmula 5000 em 26 de setembro de 1975. O primeiro vencedor foi Brian Redman num Lola T332. Em 28 de março 1976, o circuito viu a chegada da principal categoria do automobilismo, a Fórmula 1, parceria que durou até 1983. Nomes famosos como Gilles Villeneuve, René Arnoux, Didier Pironi, Jody Scheckter, Clay Regazonni Alan Jones, Nelson Piquet, entre outros, correram no traçado naquela época.

Infelizmente, a história mostra que a relação entre a Fórmula 1 e os Estados Unidos sempre foi complexa. A partir de 1984, Long Beach sai do calendário da Fórmula 1, por conta dos desentendimentos entre o promotor Chris Pook e Bernie Ecclestone. Com o seu índice de popularidade sempre crescente, a Indy chegava à Califórnia em momento perfeito para continuar a grande trajetória de ambos: o circuito e a série. Liderado por Pook, Long Beach fez jus ao apelido de "Mônaco Americana".



Nomes famosos da Europa começaram a cruzar o Atlântico para provar que eram capazes de controlar os possantes carros da Indy nessas ruas ladeadas por palmeiras. Assim Geoff Brabham, Teo Fabi, Roberto Guerrero, entre outros, chegaram à categoria. Novamente Long Beach foi palco de confrontos entre os principais pilotos. Mario Andretti, junto com a equipe Newman Haas, foi o vitorioso da primeira corrida organizada pela Champ Car. Nos anos seguintes continuou o domínio da família Andretti: Mario conquistou sua segunda vitória do ano seguinte, antes do seu filho Michael, então na Kraco, o grande vendedor em 1986. Finalmente, em 1987, Mario confirmou seu reinado com a terceira e definitiva vitória.

Então, o clã Andretti deixou as glórias para o outro nome famoso do automobilismo estadunidense: Al Unser Jr. Após sua vitória em 1986, a equipe Kraco iria provar que tinha descoberto os segredos para se preparar os carros para este evento. De 1988 a 1991, sempre com Al Unser Jr., a equipe sempre levava ao ponto mais alto do pódio, e essa seqüência terminou quando Danny Sullivan levou o troféu em 1992, novamente para a Kraco Gales.

A partir de 1993, a grande força era equipe Penske. Ela ainda ganhou as edições de 1994 e 1995 com Al Junior, que assim se tornou o mais vitorioso piloto da história do circuito, com seis vitórias. Naquele período Unser tinha como companheiros de equipe na Penske o brasileiro Emerson Fittipaldi e Paul Tracy e entre seus adversários tinham nomes com os de Michael Andretti, Jacques Villeneuve, Christian Fittipaldi, Scott Pruett, Gil de Ferran, Jimmy Vasser, Bryan Herta e Bobby Rahal. Isso provava o nível excepcional do campeonato na naquela década.

A partir de 1996, a Penske já não era mais a força dominante. Após o lendário carro vermelho e branco, era a vez dos carros vermelhos (e com seta amarela) desfilarem por Long Beach. Jimmy Vasser fez somente o necessário para chegar no primeiro lugar em 1996. Por sua vez, Alessandro Zanardi ganhou sua primeira corrida em 1997, repetindo a dose em 1998, após uma atuação fantástica do italiano, quando ele fez várias manobras incríveis, que ainda permanecem na memória dos aficionados. Nas voltas finais, ele saiu do terceiro lugar para uma surpreendente vitória ao efetuar duas lindas ultrapassagens. A primeira sobre Dario Franchitti e a derradeira em Bryan Herta, a duas voltas da bandeira quadriculada. A Ganassi manteve a hegemonia em 1999 com o novato Juan Pablo Montoya.

Desde 2000, Long Beach viu as conquistas de pilotos lendários como Paul Tracy, em 2000, 2003 e 2004. Hélio Castro Neves também escreveu o seu nome na história com o único trunfo brasileiro nessa pista (tirando a vitória de Nélson Piquet em 1980, com a Fórmula 1) em 2001 junto com a Penske. No ano de 2002, a prova sofre uma revolução com a saída de Pook para assumir a direção da Champ Car. O grande vencedor nesse ano foi Michael Andretti, que por largar em 15º, usou uma estratégia radical, não parando no mesmo momento que a maioria dos adversários, ficando a ponta. Então Andretti resistiu às investidas de Vasser para obter a 42ª e última vitória na carreira, correndo pela equipe Green.

Em 2005, chegara o momento de Sebastien Bourdais, já com duas temporadas de experiência, alcançar sua primeira glória na Califórnia. Ele repetiu a dose em 2006 e 2007. O último evento sob a administração da Champ Car teve como vencedor o australiano Will Power, em 2008.

Confira a programação para o GP de Long Beach, quarta etapa da temporada de 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (16/04)
14h15min - treino livre
18h25min - treino livre

Sábado (17/04)
14h25min - treino livre
18h30min - treino classificatório

Domingo (18/04)
13h15min - warm up
17h15min - GP de Long Beach (85 voltas)

Vencedor em 2009: Dario Franchitti (ESC)
Pole em 2009: Will Power (AUS)

Indy 2010: 3ª etapa - Alabama


Castro Neves reencontra o caminho da vitória

O brasileiro Hélio Castro Neves, da Penske, venceu o primeiro GP do Alabama, 3ª etapa da temporada 2010 da Fórmula Indy, disputado no Barber Motorsports Park, em Birmingham. Esta é a primeira vitória de Castro Neves num circuito misto desde quando levou o GP de Sonoma em 24 de agosto de 2008. O público presente ao autódromo superou as metas dos organizadores: estima-se que 86.000 pessoas assistiram aos três dias de atividades incluindo os quase 54.000 torcedores no domingo.

O tricampeão das 500 milhas de Indianápolis assumiu a liderança em definitivo quando o norte-americano Marco Andretti foi obrigado a seguir aos pits, faltando oito voltas para o fim, em virtude de um reabastecimento de emergência. O brasileiro resistiu bravamente às investidas de Scott Dixon, batendo o rival por míseros 0s5703, e assim ambos subiram no pódio pela primeira vez nesse campeonato. Enquanto isso, Marco acabou por terminar em quinto lugar, seu melhor resultado nesta temporada. Na volta de desaceleração, o "Homem Aranha" não se esqueceu de agradecer aos torcedores nas arquibancadas, escalando o muro de proteção da curva 9. Dario Franchitti, atual campeão da Indy, terminou em terceiro, seu melhor resultado desde o início do ano. Tony Kanaan completou em oitavo, mesma posição em que largou. Mário Moraes foi décimo terceiro, seguido por Raphael Matos o décimo quarto. Vítor Meira o décimo oitavo e Mário Romancini, numa atuação bem aquém do esperado, terminou num distante 22º lugar.

Ao vencer, Hélio impediu seu companheiro Will Power de conseguir uma histórica terceira vitória consecutiva na abertura da temporada. Power largou da pole e era um dos favoritos para a corrida, mas por fazer uma parada a mais que os ponteiros, retornando à pista em sétimo, e depois de lutar bastante no meio do pelotão, cruzou na quarta posição, que lhe permitiu manter a ponta da tabela de classificação, com 32 pontos de vantagem sobre Castro Neves. "É ótimo termos o Hélio ganhando, deixando a equipe Penske com três vitórias no começo da temporada. Na reunião, antes da corrida, conversamos sobre isso e sabíamos que uma bandeira amarela no início da corrida não seria ao nosso favor. Nós fizemos o melhor possível embora o carro estivesse rápido. Os mecânicos fizeram um ótimo trabalho nos pits. Ainda estou na frente até Lonh Beach. Acredito que estaremos muito fortes lá", comentou Power.

Mesmo estando na frente por 55 voltas, Marco estava satisfeito, principalmente ter tipo um grande desempenho, como a muito não tinha. "Estou contente por colocar o carro entre os cinco primeiros, especialmente após os resultados nos mistos no ano passado. Acho que poderíamos ter alongado um pouco mais os intervalos entre as paradas para reabastecimento. Hélio foi o que mais tempo permaneceu na pista o que fez a diferença no final. Agora temos de seguir em frente. Eu e meus companheiros estamos trabalhando juntos para melhorar nossos carros. Ainda continuamos fora do ritmo ideal. Entretanto, isso demonstra que estamos no rumo certo", acredita.

Essa foi a 23ª vitória de Hélio Castro Neves em corridas de Indy, contando seis conquistas na Championship Auto Racing Teams (Cart) junto com as dezessete no torneio organizado pela Indy Racing League (IRL). Agora é o maior vencedor brasileiro na categoria e recordista dentre os pilotos em atividade (dividindo o feito com Dario Franchitti). Ele passa o então recordista Emerson Fittipaldi que acumulou 22 vitórias pela Cart. Hélio bateu outro recorde: é o primeiro piloto a vencer em dez temporadas consecutivas.

Castro Neves comentou a paciência que teve atrás de Andretti até poder assumir a ponta. Marco, aliás, recebeu bastantes elogios do vencedor no Alabama. "Sentia que possuía um carro melhor que o Marco, mas infelizmente, não consegui passar por ele. Estava calmo, esperando por uma oportunidade, e acho que nós fomos bastante inteligentes ao economizar etanol. Na parte final da corrida, tivemos uma bandeira amarela, coisa que eu não queria, especialmente quando se tem um Scott Dixon atrás de você", ressaltou.

GP do Alabama
3ª etapa - 11/04/2010
Circuito misto com 2,300 milhas
Barber Motorsports Park - Birmingham, Alabama (Estados Unidos)
1) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 90 voltas em 1h56min41s3928
2) Scott Dixon (NZL/Ganassi), a 0s5703
3) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), a 8s1590
4) Will Power (AUS/Penske), a 8s6639
5) Marco Andretti (EUA/Andretti), a 9s7410
6) Ryan Briscoe (AUS/Penske), a 10s9611
7) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), a 11s5478
8) Tony Kanaan (BRA/Andretti), a 12s8533
9) Mike Conway (ING/Dreyer & Reinbold), a 13s3162
10) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), a 14s8450
11) Dan Wheldon (ING/Panther), a 15s2007
12) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), a 15s6727
13) Mário Moraes (BRA/KV), a 16s7242
14) Raphael Matos (BRA/De Ferran Luczo Dragon), 89 voltas
15) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas Lanigan), 89 voltas
16) Ernesto Viso (VEN/KV), 89 voltas
17) Graham Rahal (EUA/Fisher), 89 voltas
18) Vitor Meira (BRA/Foyt), 89 voltas
19) Danica Patrick (EUA/Andretti), 89 voltas
20) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), 89 voltas
21) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 89 voltas
22) Mário Romancini (BRA/Conquest), 89 voltas
23) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 89 voltas
24) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 86 voltas
25) Takuma Sato (JAP/KV), 68 voltas

A classificação da Indy após três etapas
1) Will Power (Penske), 136 pontos
2) Hélio Castro Neves (Penske), 104 pontos
3) Dario Franchitti (Ganassi), 94 pontos
4) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 85 pontos
5) Scott Dixon (Ganassi), 80 pontos
6) Ryan Briscoe (Penske), 79 pontos
7) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 77 pontos
8) Raphael Matos (De Ferran Luczo Fragon), 72 pontos
9) Tony Kanaan (Andretti), 64 pontos
10) Vitor Meira (Foyt), 62 pontos
11) Marco Andretti (Andretti), 62 pontos
12) Dan Wheldon (Panther), 61 pontos
13) Alex Tagliani (Fazzt), 60 pontos
14) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 58 pontos
15) Danica Patrick (Andretti), 53 pontos
16) Ernesto Viso (KV), 45 pontos
17) Hideki Mutoh (Newman Haas Lanigan), 43 pontos
18) Mário Romancini (Conquest), 42 pontos
19) Mário Moraes (KV), 41 pontos
20) Simona de Silvestro (HVM), 40 pontos
21) Milka Duno (Dale Coyne), 36 pontos
22) Alex Lloyd (Dale Coyne), 36 pontos
23) Graham Rahal (Fisher), 35 pontos
24) Takuma Sato (KV), 34 pontos
25) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 17 pontos
26) Bertrand Baguette (Conquest), 12 pontos

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Mantenham as tradições

O ano está passando mais rápido que esperado. É incrível ver que estamos rumando para segunda quinzena de abril e a chegada de maio é o grande desejo dos fãs. A Indy (para mim, continua como IRL, pois a Indy original foi "morta" no final de 1995 e o seu assassino está solto por aí) está chegando a Indianápolis em algumas semanas. Muitos pilotos estão se movimentando para tentar chegar as 500 milhas, algo que não me agrada muito, já que a maioria é somente corredores, não verdadeiros concorrentes ao título.

O Graham Rahal está entre os que buscam uma oportunidade sendo que a questão financeira é o grande obstáculo ao seu objetivo. É possível até uma zebra e ele vencer a tradicional corrida de Indiana, pois esta é uma prova diferenciada, apesar disso ele não terá equipamento suficiente para lutar pelo cobiçado troféu. O que deve estar passando em sua mente é disputar todo o campeonato.

Outro piloto que passa pela mesma situação é Paul Tracy. Mesmo não concordando com algumas opiniões e atitudes dele, contudo, não há como negar que se trata de um vitorioso, um campeão. Parece ser uma espécie de discriminação por ele ser um cara autêntico. Em algumas ocasiões, falar o que pensa pode ser um tanto complexo, entretanto admiro pessoas assim, já que também costumo agir da mesma forma, sempre que possível. Às vezes o silêncio é uma das grandes estratégias de um profissional. Não é sempre que se conhece a idoneidade da pessoa que está do outro lado com o bloco e um gravador em punho. Hoje vejo ocorrerem situações que me entristecem em demasia.

No fim dos anos 1980 e começo dos 1990, quando esse colunista era somente um adolescente com 14 anos, o calendário da Indy Car World Series tinha sua primeira etapa sempre no tradicional oval de Phoenix, deixando os carros, logo em seguida, o deserto do Arizona rumo a Long Beach, na linda e ensolarada Califórnia. Nesse período do ano, entre o final de março e/ou início de abril, todas as atenções da mídia e torcida eram direcionadas para aquela prova praiana, que para muitos – eu entre esses -, tratava-se de um campeonato a parte. Eram tempos em que, com toda a justiça, Emerson Fittipaldi e muito raramente Raul Boesel, tinham seus passos acompanhados da mesma maneira que os nossos representantes na Fórmula 1. Depois chegava o momento de termos as 500 milhas de Indianápolis.

A Indy 500 possui algumas tradições muito bacanas que eles fazem questão de preservar. O fato de o vencedor tomar leite no Círculo da Vitória, ritual que começou nos anos 1930 vem de um acordo entre as cooperativas de leite do estado de Indiana, um dos produtos mais importantes da economia local. O Troféu Borg-Warner, bancado por uma famosa fornecedora automotiva de Michigan, introduzido em 1936, é outro símbolo importante. Já a pomposa premiação, na faixa de alguns milhões de dólares, é bem real.

Temos também o desfile, no dia anterior a prova, com a presença de todos os pilotos. Temos ainda a foto oficial, com todos os 33 pilotos presentes, na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Muito interessante, é a confecção dos ingressos da prova com o rosto do vencedor do ano anterior, homenagem repetida por seis vezes até aqui. A classificação é um espetáculo quase tão importante quanto à corrida em si, ocorrendo à definição do pole position, também conhecido como Pole Day, sete dias antes da prova. A linha de tijolos, que marca a linha de chegada, é outra reverência aos homens e mulheres que desafiaram uma pista voraz, arriscando suas vidas pela vitória.

Considero aqueles pilotos antigos verdadeiros astros, numa época na qual frescuras como assessorias de imprensa, empresários, massagistas e preparadores físicos eram exclusividade das estrelas de cinema. Eram tempos em que os pilotos muitas vezes metiam a mão na graxa para fazer os reparos e ajustes nos seus carros. O prêmio não chegava aos valores de agora, mas com certeza, para algumas dessas legendas, terem seus rostos imortalizados no Borg-Warner valia mais que todo o dinheiro do mundo.

Infelizmente, para este ano, parte dessa tradição quase centenária vai ser destruída. Em 2010, teremos apenas 18 dias de atividades, com mês de maio não mais exclusivo para as 500 milhas de Indianápolis, pois teremos o GP do Kansas logo na primeira semana do mês. Sei que os tempos são outros, porém não concordo em retalhar a programação da prova mais rentável da categoria. Ainda mais se levarmos em conta que somente poucas corridas da temporada regular dão lucro. Tanto é verdade que, quando o campeonato chamado Indy 500 se encerrar após 200 voltas do dia 30 de maio, veremos diversos pilotos e equipes com sérias dificuldades orçamentárias para concluir o restante do ano. Tem sido assim desde a cisão em 1995.

Um abraço e fiquem com Deus.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Vídeo do Dia: Barber Motorsport Park

A terceira etapa da Fórmula Indy acontecerá no estreante Barber Motorsport Park, em Birmingham, no estado do Alabama, Estados Unidos. Conheça a pista nessa simulação:

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Barber Motorsports Park - Alabama

O Barber Motorsports Park é um circuito misto com 2,300 milhas e 15 curvas, localizado próximo à cidade de Birmingham, no estado do Alabama, palco da 3ª etapa da Fórmula Indy em 2010. Serão 90 voltas, totalizando 207,000 milhas de extensão. Como em São Paulo, pela primeira vez, a pista vai receber uma prova da categoria. Ela já tinha sido utilizada em três sessões de treinos durante a pré-temporada no final de fevereiro. Naquela ocasião, o mais rápido foi o líder do campeonato, Will Power, da Penske, com 1min09s4557. O contrato do autódromo com a categoria vale por três anos.

O traçado tem suas curvas entre subidas e descidas, num desenho que mistura retas curtas e médias, sendo uma pista de média para baixa velocidade. Seu grande destaque, além do autódromo inaugurado em 2003, é o museu Barber Vintage Motorsports, que possui uma coleção com mais de 900 motos e carros de corrida de todas as épocas. Ele é considerado o maior museu de automobilismo no mundo. Tirando a Indy, Barber ainda terá outras duas atrações durante o fim de semana: a Grand-Am e a AMA Superbike Championship (campeonato norte-americano de motociclismo).

Ao contrário das duas primeiras etapas do ano dessa vez a Indy não sofrerá com a chuva. A previsão meteorológica é de sol para os treinos e a corrida. Porém, as temperaturas serão baixas: entre 4°C e 21°C. Nos últimos cinco anos, três pilotos levaram o título da Indy (versão IRL) depois de vencer o evento inaugural em um circuito. Em 2005, Dan Wheldon venceu a primeira corrida em São Petersburgo. Em 2006, Dario Franchitti venceu a primeira corrida no Iowa e Scott Dixon venceu a primeira corrida de Edmonton, em 2008. Franchitti venceu duas corridas estreantes em 2009 - Long Beach e Toronto - e ficou novamente com o campeonato.

Em 14 temporadas organizadas pela IRL, apenas dois pilotos ganharam a terceira corrida do ano e chegaram ao título. São eles: Sam Hornish Jr. (Fontana em 2002) e Dan Wheldon (São Petersburgo em 2005). Will Power pode entrar para a história das corridas de Indy. Caso vença no domingo, o piloto da Penske contabilizará três vitórias consecutivas nas três primeiras corridas do ano, igualando assim a marca de Sebastien Bourdais, Paul Tracy, Al Unser e A.J. Foyt.

Segundo colocado em São Petersburgo, Justin Wilson ficou a poucos metros da vitória já em sua segunda corrida com a Dreyer & Reinbold. Até agora, o inglês sempre venceu em todas as equipes por onde correu nos últimos anos, com exceção da Conquest, ainda na Champ Car. Com a Rusport, foram quatro vitórias, entre 2005 e 2007. Em 2008, o GP de Detroit com a Newman Haas Lanigan e no ano seguinte deu a Dale Coyne sua primeira conquista na Indy. No Alabama, ele acha que será capaz de repetir o feito, pois sempre esteve entre os pilotos mais rápidos durante a pré-temporada.

Quanto aos outros pilotos, o foco está sobre um novato. A Conquest fechou com o belga Bertrand Baguette, campeão da World Series, pelo restante do ano. Seu carro será bancado pelo Royal Automóvel Clube da Bélgica. Ele correrá ao lado do brasileiro Mário Romancini. Neste inverno, na Europa, Baguette, de 24 anos, fez alguns testes com as equipes Renault e BMW na Fórmula 1.

Confira a programação para o GP do Alabama, terceira etapa da temporada de 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (09/04)
14h50min - treino livre
18h00min - treino livre

Sábado (10/04)
11h20min - treino classificatório

Domingo (11/04)
10h40min - warm up
16h45min - GP do Alabama (90 voltas)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Junqueira e Andretti na Indy 500

As trajetórias de Bruno Junqueira e Alexandre Tagliani se entrelaçam quando falamos em Indianápolis. Contratado no ano passado pela Conquest, Bruno Junqueira, teve que deixar o canadense dirigir o carro que ele classificou para a corrida.

Agora Tagliani tem a oportunidade de recompensá-lo. A equipe Fazzt, a qual Tagliani é um dos donos, resolveu inscrevê-lo num segundo carro para as 500 milhas de Indianápolis. Entre os pilotos em disponibilidade no mercado o ex-piloto da Newman Haas Lanigan e Ganassi figura entre os melhores.

Autor da pole em 2002, Bruno parecia estar a caminho de ser vitorioso na maior corrida do automobilismo mundial. Infelizmente, Tony Kanaan quebrou o motor e espalhou óleo pela pista. Então, quando se aproximava do trecho sujo, o carro da Ganassi derrapou, indo ao encontro do muro, encerrando drasticamente com as chances de vitória do brasileiro.

Oito anos depois, é ofertada uma nova oportunidade para Junqueira brilhar na Indy 500. Em uma equipe competitiva, aliada a sua experiência mais a de Tagliani, são boas as chances de um grande resultado. Como em 2002, ele terá consigo o número 33, o mesmo que utilizou naquelas inesquecíveis 52 voltas.

No mesmo dia, a Andretti anunciou as cores do quinto carro que vai estar presente nas 500 milhas de Indianápolis, em alusão ao mítico azul e vermelho, imortalizados pelo Rei Richard Petty na Nascar.

Não é para menos. Pelo segundo ano consecutivo, o Rei vai participar da Indy 500 dando suporte ao veterano John Andretti. Trabalhando juntos na Nascar desde os anos 1990, a dupla espera evoluir muito nesta segunda temporada da parceria na Fórmula Indy. Para isso realmente acontecer, eles encerraram a parceria técnica com a Dreyer & Reinbold apostando suas fichas na vitoriosa Andretti.

Levando em conta os progressos realizados neste ano pela equipe de seu primo, John pode alimentar grandes esperanças em relação ao mês de atividades no Indianapolis Motor Speedway. A equipe tem duas vitórias em Indiana: em 2005, com Dan Whheldon, e em 2007, quando Dario Franchitti comemorou no Círculo da Vitória após a corrida ser interrompida em virtude da chuva.

Todos estão empolgados com essa parceria especialmente Michael Andretti. "Estou muito animado para fazer parte dessa aventura. Richard Petty é uma das verdadeiras lendas do nosso esporte e alguém que eu sempre admirei. Tenho muito respeito pelo talento do John, acredito que ele se encaixará muito bem na equipe Andretti e esse pode ser um detalhe decisivo durante o mês de maio."

Vencedor da corrida em Surfer's Paradise pela Indy em 1991, John espera fazer melhor do que a 19º posição obtida na corrida do ano passado, terminando na mesma volta do vencedor Hélio Castro Neves. "Seria difícil prever um panorama tão bom como o que possuímos aqui. Tenho uma boa relação com Richard e respeito muito o Michael e seu time. Estou aproveitando essa parceria e bastante focado para as 500 milhas. Mal posso esperar para entrar no carro e começar a trabalhar", suspirava. O piloto também vai estar na etapa anterior que ocorre no oval de Kansas.