quinta-feira, 27 de maio de 2010

Indianapolis Motor Speedway

O Indianapolis Motor Speedway (IMS) está localizado na cidade de Speedway, no estado de Indiana, uma cidade nos arredores da cidade de Indianapolis nos Estados Unidos. Ele é um dos mais antigos circuitos do país, construído em 1909, feito inicialmente de pedras, o formato da pista é um retângulo com os vértices arredondados possuindo duas grandes retas com 1000 metros de extensão, duas retas curtas com 200 metros cada e mais quatro curvas com inclinação de cerca de 9 graus cobrindo 400 metros chegando a um total de 4000 metros ou 2,5 milhas. Desde então, o traçado permanece idêntico, sempre levando os carros a velocidades alucinantes.

A mais tradicional pista de automobilismo do mundo surgiu com o propósito de servir de campo de testes para a indústria automobilística. A iniciativa foi de quatro empresários ligados ao setor: Carl Fisher, James Allison, Frank Wheeler e Arthur Newby. Ocasionalmente seriam realizadas corridas na pista, sendo uma oportunidade para que os fabricantes apresentassem seus produtos em uma disputa uns contra os outros. Os espectadores, peça fundamental para o sucesso da empreitada, teriam de se surpreendidos por essas engenhocas ultramodernas, que prometiam altas velocidades, pois dificilmente alguém iria direcionar um olhar mais atento a um evento sem atrativos.

Em 30 de maio de 1911 foi disputada a primeira 500 milhas de Indianápolis, ainda com o piso coberto por tijolos, atraindo um público de mais de 80 mil espectadores. A prova foi vencida por Ray Harroun, pilotando um Nordyke & Marmon, carro de fabricação local. Ray levou 6h42min08s000 para completar o percurso, a uma média de 120 km/h e foi o único piloto dos 40 inscritos que não levou um mecânico a bordo - eles tinham a função de vigiar os adversários e reparar danos mecânicos durante a prova, além de trocar os pneus que furavam e outros eventuais bicos.

Devido aos inúmeros acidentes provocados pelas pedras, ferindo pilotos e espectadores, o circuito ganhou uma camada de tijolos cobrindo toda a extensão da pista. Foram usados três milhões e duzentos mil blocos. O asfalto só veio em 1937. Apenas uma pequena faixa de uma jarda (0,91m) com os tijolos originais foi mantida. Por isso, o IMS é chamado de "Brickyard" (jarda de tijolos). As 500 milhas só não foram realizadas quando os Estados Unidos estiveram envolvidos nas Guerras Mundiais.

Indianápolis passou a chamar a atenção de fábricas e pilotos do mundo inteiro, que passaram a se dedicar a construir carros especialmente para a prova. Com a condição de prova mais antiga do mundo, até o momento foram 93 largadas, que levaram a finais emocionantes e criaram algumas das lendas do automobilismo norte-americano e mundial. O circuito ganhou notoriedade mundial durante os 10 anos (1950-1960) em que a corrida fez parte do calendário da Fórmula 1. Nesse período, o interesse dos pilotos da Fórmula 1 pela corrida era pequeno, e somente os pilotos locais a disputavam. Até os anos 1990, a Indy 500 era o único grande evento do circuito, porém quando Tony George herdou o complexo, conseguiu trazer a Nascar e a Fórmula 1, além de montar um circuito misto na parte interna do oval.



Em tanto tempo de duração, apenas 16 pilotos venceram Indianápolis duas ou mais vezes. Muitos afirmam, aliás, que levar o carro ao final das 200 voltas já é uma grande vitória. De fato: para vencer a Indy 500 é necessário resistência, estratégia para enfrentar pelo menos oito paradas para reabastecimento e troca de pneus e uma boa dose de sorte. Entre esses heróis estão A.J. Foyt, que venceu as edições de 1961, 1964, 1967 e 1977, Rick Mears (1979, 1984, 1988, 1981) e Al Unser (1970, 1971, 1978 e 1987) que venceram quatro vezes e se tornaram lendas do automobilismo mundial.

Entre os brasileiros, Émerson Fittipaldi foi o primeiro a vencer. E duas vezes: em 1989, pela Patrick, e a outra em 1993, com a Penske. Nove anos depois foi à vez de Hélio Castro Neves. Ele ganhou em 2001, 2002 e 2009 sempre com a Penske. O outro piloto nacional a chegar lá, novamente correndo pelo time de Roger Penske, foi Gil de Ferran no ano de 2003. A prova é tão difícil que apenas quatro campeões da Fórmula 1 venceram: Jim Clark, em 1965, Graham Hill, em 1966, Mario Andretti, em 1969 e Émerson, em 1989 e 1993.

Para essa 94ª edição as expectativas são altas. Com uma grande e qualificada quantidade de pilotos com chances de ser o grande vencedor. Isso levando como referência os treinos classificatórios, considerados os mais disputados dos últimos anos. Indianápolis sempre promete um grande espetáculo e momentos emocionantes. Entre 2005 a 2008, o vencedor das 500 milhas também colocou as mãos no troféu do campeonato no final da temporada.

Todos sabem, Indianápolis é um lugar de lendas e tradições. E a tradição não seria a mesma se faltassem às lendárias famílias do automobilismo norte-americano. Este ano, John e Marco Andretti serão companheiros na equipe Andretti Autosport enquanto Graham Rahal corre pela equipe de seu pai, Bobby. As duas famílias, rivais desde os tempos de Mario Andretti e Bobby Rahal, vão tentar fazer com que seus descendentes imitem os antecessores, indo beber a famosa garrafa de leite no Círculo da Vitória.

Confira a programação para as 500 milhas de Indianápolis, sexta etapa da temporada de 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (28/05)
12h00min - treino livre
14h30min - competição de pit stops

Domingo (30/05)
14h00min - 500 milhas de Indianápolis (200 voltas)

Vencedor em 2009: Hélio Castro Neves (BRA)
Pole em 2009: Hélio Castro Neves (BRA)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quarta pole de Castro Neves em Indianápolis

Liderando o pelotão desde os primeiros testes na semana passada Hélio Castro Neves assinalou uma sequência de voltas espetaculares que o garantiu a pole na 94ª edição das 500 milhas de Indianápolis. A sessão de qualificação foi espetacular. Surpresa, tensão e o excelente desempenho foram às principais características deste "Pole Day" que no final teve Hélio como o mais rápido.

Ele garantiu a pole position para a principal corrida do calendário pela quarta vez e passou a somar 38 largadas em primeiro lugar na Fórmula Indy. Esse número inclui as 35 poles conseguidas na pista, mais três em grids formados pelas posições no campeonato.

Essa conquista ocorreu de forma dupla, pois um novo regulamento para o "Pole Day" foi introduzido nessa edição. Após cinco horas de classificação, entrou em cena o "Fast Nine", um novo sistema de classificação com 90 minutos, contando apenas com os nove mais rápidos da primeira fase, cujas marcas anteriores foram descartadas. No dia destinado a apontar os ocupantes de 24 das 33 vagas, foram necessárias estratégia, velocidade e muita tensão.

Na primeira parte da qualificação, Castro Neves fez a pole provisória, ao assinalar uma média horária de 226,774 mph em sua segunda tentativa. Ele foi o sétimo a entrar na pista, já sabendo que o canadense Alex Tagliani, da Fazzt, cumprira seu conjunto de quatro voltas em 226,392 mph tornando-se o homem a ser vencido.

Ainda que suas voltas estivessem bem próximas das de Tagliani, sendo somente 0s0025 mais lento, Hélio não desistiu do seu objetivo. Assim, ele tirou do canadense da liderança. Na última tentativa, assinalou nos primeiros minutos a média de 227,970 mph, com pico de 228,213 mph na segunda das quatro voltas.

Depois disso, acompanhou de dentro do carro um a um seus diretos adversários buscarem marcas que se aproximassem da dele. Quem mais chegou perto foi seu companheiro de equipe Will Power, que mesmo assim foi 0,393 mph mais lento. Assim, ao final dessa uma hora e meia, Castro Neves finalmente comemoraria uma das mais torturantes e cansativas pole position de sua carreira.

"Foi um bom dia. Apesar de muito difícil mentalmente. É complicado competir nesse nível com tantas boas equipes e bons pilotos.", comentou. "Ficar sentado num carro por cerca de 90 minutos não é fácil, especialmente quando todos estão cada vez mais perto", concluiu.

Na segunda posição, temos Will Power, seu colega de Penske, que fez progressos significativos graças a Rick Mears. Dario Franchitti, vencedor na edição de 2007, completa a primeira fila. A próxima é composta por Ryan Briscoe, no terceiro carro da Penske, Alex Tagliani e Scott Dixon. Finalmente, na terceira fila é que temos as maiores surpresas com Graham Rahal, Ed Carpenter e Hideki Mutoh.

Quanto à atuação do quinteto feminino os resultados no geral são decepcionantes. A exceção é Bia Figueiredo que se tornar a primeira brasileira a conquistar um lugar no cobiçado grid das 500 milhas de Indianápolis. Além disso, ela foi a mais rápida entre as cinco mulheres na classificação, e largará na 21ª posição, conquistada em sua segunda tentativa, melhor marca de um estreante neste ano. O feito rendeu até um troféu para a brasileira, que comemorou bastante o bom desempenho.

Logo atrás vieram as rivais Simona De Silvestro e Danica Patrick apenas a 23ª colocada. Essa última acabou envolvida numa polêmica durante a entrevista que era transmitida ao vivo pelo sistema de som. A resposta que ela deu causou um rebuliço nas arquibancadas do autódromo. Quando o público soube que Danica estava colocando a culpa no carro, eles hostilizaram Patrick, que então observava a arquibancada sem entender nada e perguntou: "Por que estão me vaiando?".

Realmente Danica estava certa em ficar assustada, pois se olharmos para o desempenho de seus companheiros de equipe, temos que somente três dos cinco pilotos da Andretti conseguiram se classificar no sábado. Marco Andretti é o melhor representante da equipe com a 16 ª posição. Ryan Hunter-Reay vem logo a seguir em décimo sétimo. Enquanto isso os experientes John Andretti e Tony Kanaan estavam fora. Agora lutariam pelas nove posições restantes durante o "Bump Day".

No domingo Kanaan viveu um drama. Após ter sofrido um acidente no sábado, o campeão de 2004 precisava garantir a sua vaga a todo custo. No entanto, Kanaan bateu novamente no treino livre pela manhã, na mesma curva 2, e a Andretti se desdobrou para reconstruir o carro a tempo dele fazer a sua classificação. Nas seis horas de duração do treino oficial, Kanaan só conseguiu classificar faltando 35 minutos para encerrar a atividade, mas só teve a vaga confirmada no último minuto.

A Andretti usou peças dos dois carros batidos e também dos companheiros. Apenas John Andretti não "contribuiu", pois também buscava sua classificação. Kanaan fez a 30º tempo em sua tentativa, mas ainda caiu para a 32ª posição após as voltas de Mário Romancini e Takuma Sato. No final, a emoção aumentou porque Paul Tracy e Jay Howard tentavam tirar sua vaga no fim em vão. Além de Tony, Bruno Junqueira, Vítor Meira e Romancini garantiram a vaga. Ao todo, o Brasil terá oito pilotos.

Grid de largada
1) Hélio Castro Neves (BRA/Penske)
2) Will Power (AUS/Penske)
3) Dario Franchitti (ESC/Ganassi)
4) Ryan Briscoe (AUS/Penske)
5) Alex Tagliani (CAN/Fazzt)
6) Graham Rahal (EUA/Rahal Letterman)
7) Scott Dixon (NZL/Ganassi)
8) Ed Carpenter (EUA/Vision)
9) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas)
10) Townsend Bell (EUA/Sam Schmidt)
11) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold)
12) Raphael Matos (BRA/De Ferran Luczo Fragon)
13) Mário Moraes (BRA/KV)
14) Davey Hamilton (EUA/De Ferran Luczo Fragon)
15) Mike Conway (ING/Dreyer & Reinbold)
16) Marco Andretti (EUA/Andretti)
17) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti)
18) Dan Wheldon (ING/Panther)
19) Ernesto Viso (VEN/KV)
20) Tomas Scheckter (AFS/Dreyer & Reinbold)
21) Ana Beatriz (BRA/Dreyer & Reinbold)
22) Simona de Silvestro (SUI/HVM)
23) Danica Patrick (EUA/Andretti)
24) Bertrand Baguette (BEL/Conquest)
25) Bruno Junqueira (BRA/Fazzt)
26) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne)
27) Mário Romancini (BRA/Conquest)
28) John Andretti (EUA/Andretti)
29) Sarah Fisher (EUA/Fisher)
30) Vítor Meira (BRA/Foyt)
31) Takuma Sato (JAP/KV)
32) Tony Kanaan (BRA/Andretti)
33) Sebastian Saveedra (COL/Herta)

Não qualificados:
Jay Howard (ING/Fisher)
Paul Tracy (CAN/KV)
Jacques Lazier (EUA/Foyt)
Milka Duno (VEN/Dale Coyne)

domingo, 23 de maio de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

À honra do imolado

Estamos na semana dos treinos da Indy 500 visando o Pole Day. O campeonato precisou refrear a tradição e a programação oficial das 500 milhas de Indianápolis foi encurtado. Teremos apenas um final de semana de classificação. Muitos gostaram, pois a definição do grid ficou mais ágil e se gasta menos dinheiro. Particularmente, preferia o modelo antigo onde as estratégias eram menos óbvias existia a possibilidade para alguma estratégia diferente a usual. Entretanto, o automobilismo tornou-se um setor onde o dinheiro sobrepõe o interesse esportivo e a tradição, valores que estão fora de moda.

Lembrando as 500 milhas de 1996, primeira sob a chancela da IRL, um fato triste marcaria aquele evento. A fatalidade de Scott Brayton, no dia 17 de maio, numa sexta-feira. Ele havia garantido a pole, repetindo o feito de 1995, mas durante um treino livre, perdeu o controle do carro e encontrou o muro na curva 2, a 370 km/h, vindo a morrer. Segundo testemunhas, ele teve um pneu furado. O carro se desgovernou, rodou e percorreu cerca de 180 metros antes do choque. O acidente aconteceu às 14h17min.



Aquela temporada inaugural da IRL consistia em utilizar carros de outras temporadas da Cart, como os Reynards e os Lolas até 1994. Obviamente todo o procedimento foi feito para que a morte dele não fosse declarada na pista, mas no Centro Médico. Na época, Henry Bock, diretor-médico da pista, disse que eles retardaram o anúncio até que os membros de sua família pudessem ser notificados.

Brayton nunca foi um piloto de ponta na antiga Indy Car World Series. Porém era uma “figurinha” constante nas etapas desde 1981. Não pôde completar a honraria de largar na principal posição na corrida mais importante do planeta. Suas cinco primeiras aparições em Indianápolis foram com uma estrutura própria, usando chassis Penske e March. Depois correu com a Hemelgarn em três edições da corrida. A seguir vieram quatro participações ao lado da Simon, tendo como melhor resultado um sexto lugar em 1989. Contudo, seus maiores momentos foram como piloto da equipe Menard, em treinos sempre usando motores Buick, extremamente potentes, mas péssimos de durabilidade. Algumas equipes tinham acordos de se classificarem com motores Buick e na prova usavam para motores Chevrolet ou Cosworth.

Ele foi postumamente homenageado pela IRL como um troféu dado ao piloto que melhor representar o espírito de competição durante uma 500 milhas de Indianápolis. Até hoje 67 pilotos tiveram suas vidas ceifadas neste autódromo que ao mesmo tempo é tão amado quanto odiado. Outros sobreviveram e alguns ainda puderam voltar e triunfar nessa mítica pista. A dor de perder alguém querido é profunda, e não há palavras ou gestos que possam expressar este momento. O importante é que vivamos o dia de hoje com saúde e alegria, pois o amanhã somente a Deus pertence.

No instante em que finalizo a coluna, dois colegas de trabalho passam por momentos difíceis devido a perdas familiares. O primeiro perdeu a mãe de repente. O outro a filhinha, após longo sofrimento, em virtude de problemas pós-parto. Eles, mesmo com todas as dificuldades, jamais descarregaram a tristeza e a frustração sobre algum colega. Seguraram a barra, apesar do luto, com enorme profissionalismo. Esta é dedicada aos colegas Giovane Teixeira e Domingos Tondolo.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Reencontro no Velopark

Estamos no mês de maio e os preparativos para a corrida mais clássica do automobilismo mundial, as 500 milhas de Indianápolis, estão a todo vapor. Uma prova onde os pilotos são expostos a altíssimas velocidades por mais três horas. Desta vez, ao invés de celebramos os campeões que todos conhecem, no qual podemos apreciar suas histórias em diversos sites, inclusive neste champcarbrasil.blogspot.com, gostaria de falar sobre um piloto que em sua estréia em Indianápolis, fez uma corrida marcante, chegando em segundo lugar, e caso tivéssemos mais algumas voltas ele teria vencido.

Era 1995. A equipe, a Walker, o piloto, Christian Fittipaldi. Com três temporadas na Fórmula 1, sempre defendendo equipes pequenas, Christian decidiu dar novos rumos a sua carreia, e segundos suas palavras, foi a decisão acertada. Foi bom descobrir que o automobilismo não se resumia as politicagens e aos jogos de interesse europeus. Na América ele era feliz e não demorou a fazer amigos entre os pilotos além do que poderia vencer mesmo não estando numa das principais equipes da Fórmula Indy.

Na sua primeira temporada ele não estava entre as prioridades da Walker, totalmente concentrada na estrela emergente Robby Gordon, piloto habilidoso que contava com um orçamento maior, detinha um bom salário e com e com muito mais experiência nos ovais que o jovem brasileiro de 24 anos. Seu carro e sua estrutura de mecânicos e engenheiro foram montados de acordo com os patrocínios que havia trazido do Brasil. O sobrenome famoso ajudou neste ponto, entretanto já tinha um histórico dentro das pistas o ajudou bastante.

Foi em Indianápolis, 28 de maio, que os norte-americanos apreciaram o que os europeus não puderam ver. Sem nunca ter tido uma oportunidade para demonstrar sua capacidade na Fórmula 1, por correr nas limitadas Minardi e Arrows, Christian já brilhava em suas primeiras aparições na Cart. Ele surpreendeu os especialistas ao aliar um estilo brilhantemente estrategista e cerebral na maior corrida estadunidense, fugindo de confusões, fazendo com que seu Reynard Ford XB andasse nas últimas voltas na mesma toada do líder Jacques Villeneuve, da extinta Forsythe Green que utilizava o mesmo equipamento, porém com mais desenvolvimento. No fim o canadense, que também seria o campeão da temporada, conquistou com todos os méritos a corrida.

Mais tarde, Villeneuve confessou que se tivessem mais algumas voltas teria sido impossível segurar Christian, que vinha num ritmo alucinado. Os membros da Walker, seus patrocinadores e os brasileiros ficaram muito orgulhosos, pois mesmo não ganhando, lutou muito contra um carro ruim, fazendo-o com garra e determinação. Numa transmissão mais uma vez brilhante do SBT Téo José colocou ao vivo, para todo o Brasil, Emerson Fittipaldi, direto da cabine da TV, conversando com Christian a bordo de seu carro... Algo inesquecível.

Essa edição também foi aquela em que a Penske, utilizando chassis emprestados por Bobby Rahal com motores Mercedes, não classificou Al Unser Jr. e Emerson Fittipaldi, logo eles, vendedores das duas corridas anteriores. Roger Penske assumiu para si, cabisbaixo, a responsabilidade daquele enorme fracasso. A equipe só retornaria ao Indianapolis Motor Speedway em 2001, em virtude da guerra Cart x IRL.

Os críticos falam do Christian sem saber das enormes dificuldades e pressões a que foi submetido em sua carreira. Eu o conheço a mais de 12 anos e acompanhei de perto alguns desses momentos. É um sujeito brincalhão, simpático e atencioso sendo um dos melhores seres humanos que tive o prazer de conhecer nesse meio. Reencontrei esse velho amigo, após alguns anos, pela primeira vez desde que me mudei para o sul do Brasil, em virtude da etapa gaúcha da Stock Car, disputada no Velopark, onde estive como seu convidado.

Durante os treinos ele estava com o semblante fechado e compenetrado buscando os ajustes do seu carro. Com o fim das atividades, apareceu um sorrido no seu rosto, de um sujeito que vive um grande momento em sua vida pessoal, depois de passar por situações ruins. Quando estamos bem com nós mesmos, certas coisas que nos aborreciam antes deixam de influenciar negativamente. Não é um péssimo resultado que nos fará melhores ou piores que os demais.

Nas temporadas seguintes na Indy, ele não brilhou como merecia, cometeu alguns erros de avaliação, entretanto nunca se deixou abater por isso. Correr em Fontana e Michigan, a mais de 400 km/h, com diversos parafusos e pinos nas pernas, não é uma sensação das mais confortáveis. Utilizar um equipamento inferior – como era o chassi Swift – e ser taxado como péssimo piloto era duro de escutar. Guardo uma admiração profunda por esse paulistano nascido em 18 de janeiro de 1971. Por ele e sua maravilhosa família. Pena que a nunca tenha corrido na Penske como seu tio Emerson - exceto no famoso Goodwood Festival of Speed.

Conversando com ele percebi que seus objetivos de vida mudaram. Agora ele encara o automobilismo de maneira diferente, longe de ser sua prioridade. Mesmo ainda sendo um grande profissional da velocidade, notadamente nos protótipos e carros de turismo, hoje consegue curtir muito mais as corridas do que antigamente. Nisso ficamos parecidos, pois há tempos deixei as corridas de lado, e como o Christian, eu estou muito mais feliz com minha nova vida.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vai-e-Vem do Mercado (6)

- Adam Carroll será mais um piloto da Andretti Autosport para a disputa da temporada 2010 da Fórmula Indy. Entretanto, o irlandês ainda não sabe quando vai estrear e muito menos quantas corridas ele vai disputar. O piloto, de 27 anos, está na espera para entrar na pista. "A Indy é sem dúvida um dos campeonatos mais competitivos do mundo atualmente e estou ansioso para começar", destacou. Carroll tem em seu currículo um campeonato da A1GP pela equipe irlandesa, cinco vitórias na GP2 e chegou a testar na F-1 pela extinta Honda. No momento, a Andretti tem quatro carros no grid da Indy com os pilotos Marco Andretti, Danica Patrick, Tony Kanaan e Ryan Hunter-Reay.

- Corre um boato de que o vencedor das 500 milhas de Indianápolis de 1995 Jacques Villeneuve estaria negociando a aquisição, parcial ou total, da equipe Newman Haas, e assumiria o volante de um carro logo após a Indy 500. Outra fofoca o colocava na KV no lugar de Takuma Sato. Villeneuve veio a público desmentir essas histórias. Enquanto isso, o jornalista Gordon Kirby diz que Mike Lanigan realmente deixou a equipe após brigar com Bernadette Haas, esposa de Carl Haas, atualmente a dona de fato do time após o marido ficar muito doente.

- A Indy Racing League, entidade que organiza a Fórmula Indy, comunicou que a categoria terá dois campeonatos paralelos nesta temporada. Assim, pilotos e equipes que tiverem o melhor desempenho nas pistas ovais e nos circuitos mistos ou de rua serão premiados. O sistema de pontuação não foi alterado. O torneio de circuitos mistos ou de rua é liderado por Will Power enquanto a disputa em ovais começou semana passada no Kansas e o líder é Scott Dixon.

- A KV divulgou que Barry Green será o estrategista de Paul Tracy durante as 500 milhas de Indianápolis no final de maio. Esta é a primeira vez que a dupla Tracy/Green volta a Indianápolis desde 2002, quando Tracy ultrapassou Hélio Castro Neves no final da corrida, enquanto as luzes amarelas, que indicam bandeira amarela, estavam acionadas. Então Green contestou o resultado argumento que a luz amarela da curva 3 não estava acessa no momento que manobra se consumou. Finalmente, quase um mês depois, decidiu-se que a vitória era mesmo de Castro Neves. Está será a sexta participação de Tracy em Indianápolis. O canadense vai estar no comando do quarto carro do time dirigido por Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven. Os demais pilotos são Takuma Sato, Ernesto Viso e Mário Moraes.

- Vários pilotos veteranos da Indy demonstraram irritação com o comportamento de alguns retardatários nas últimas corridas exigindo que os mesmos devessem mostrar mais respeito com os líderes. Alguns incidentes recentes levantaram a discussão. Os dirigentes da Indy Racing League estão sendo pressionados para adotar regras idênticas às utilizadas na Nascar, incluindo que os mais atrasados sejam obrigados a ficar em fila dupla quando houver bandeira amarela, para facilitar a ultrapassagem dos mais rápidos. Dario Franchitti, que ficou retido após uma bandeira amarela atrás da fila de retardatários, o que atrapalhou sua caça ao líder Scott Dixon em Kansas, no último final de semana, acredita que as medidas devem ser tomadas para essa situação não persistir. "A organização tem de assumir a responsabilidade e acompanhar o que acontece na pista", disse Franchitti.

- Graham Rahal, que disputou as etapas de São Petersburgo e Long Beach pela Fisher, estará nas 500 milhas de Indianápolis, com um carro preparado pela equipe Rahal Letterman, de propriedade do pai Bobby Rahal e de David Letterman. Esta será a terceira tentativa de qualificação de Graham em Indianápolis. Ele estreou em 2008 largando em décino terceiro e bateu na 36ª volta, ficando em trigésimo terceiro lugar. No ano passado, classificou-se em quarto no grid e sofreu novo acidente, desta vez após 55 voltas. Terminou em trigésimo primeiro.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Indy 2010: 5ª etapa - Kansas

Dixon lidera dobradinha da Ganassi no Kansas

A primeira corrida em oval de 2010, o GP do Kansas, 5ª etapa da Fórmula Indy, disputado no Kansas Speedway, em Kansas City, tem somente especialistas nesse tipo de circuito figurando nas primeiras posições durante as disputas. No fim, Scott Dixon dá a equipe Ganassi sua primeira vitória na temporada, com uma atuação excepcional, fazendo dobradinha com seu companheiro de equipe Dario Franchitti, com o neozelandês cruzando a linha de chegada 3s0528 à frente do escocês.

Os dois figuram entre os favoritos para vencer as 500 milhas de Indianápolis daqui três semanas. "Vencer no Kansas no começo de maio é formidável. A Ganassi iniciou a temporada devagar, mas precisávamos disso. Com certeza é bom chegar embalado rumo a Indianápolis", afirmou Dixon. "Eu só espero que possamos seguir assim até o fim", completou.

Dixon domina praticamente toda a corrida, liderando 167 das 200 voltas. O único momento em que é incomodado ocorre na última relargada, quando Franchitti poderia surpreender. Mas, como seus carros estão separados por uma barreira de retardatários, o neozelandês pôde seguir em segurança para vencer.

"A relargada final, foi muito difícil", admitiu Franchitti, que acrescentou: "Os retardatários, novamente como em Barber, fazem parecer que disputa uma, duas ou três voltas atrás possui mais importância que a corrida dos líderes. Eles ficam correndo lado-lado, ocupando todos os espaços disponíveis, não dando nenhum espaço para que os ponteiros possam desenvolver suas estratégias, o que torna tudo isso muito frustrante".

Embora fosse esperado que a dupla da Ganassi terminasse na frente, causou certa surpresa o piloto que fechou o pódio. Tony Kanaan, da Andretti Autosport, largou em décimo quinto, mas o brasileiro não desistiu e na penúltima volta, ele fez uma manobra ousada para roubar a terceira posição das mãos de Hélio Castro Neves.

"Estou muito feliz por conquistar o meu primeiro pódio do ano. Realmente, tenho uma ótima relação com a pista do Kansas, pois esse é o meu quinto troféu aqui. Foi uma prova bem forte e minha equipe fez um excelente trabalho após uma classificação abaixo do que esperávamos. Meu carro estava muito bom no final. Eu me diverti muito e foi um grande resultado para a equipe", contou Tony.



Castro Neves, um dos mais experientes pilotos em ovais da Indy, termina em quarto, sendo o melhor piloto da Penske em Kansas City. No entanto, um de seus companheiros é que leva a pole. Ryan Briscoe fica na frente durante as primeiras 31 voltas, antes dos pilotos da Ganassi assumirem a liderança. Apesar de andar em segundo em grande parte da prova, Hélio não consegue manter o mesmo ritmo após a última relargada, na 194ª volta, resultado do acidente entre os japoneses Takuma Sato e Hideki Mutoh. O tráfego intenso atrapalhou seu desempenho.

"Tivemos um bom começo nos ovais. Andamos forte e ficamos entre os cinco primeiros na maior parte da corrida. Perdemos algumas posições no final, mas havia muito tráfego e o comportamento do carro mudou”, disse Castro Neves. "Você não pode piscar ou pode perder sua posição. Conseguimos imprimir um bom ritmo e acho que criamos boas perspectivas para o mês de maio. No fim, foi um resultado positivo para a Penske", acredita.

Ryan Hunter-Reay termina em quinto, seguido por Briscoe. Mário Moraes é o sétimo, com Alex Tagliani, John Andretti e Vítor Meira completando os dez primeiros. O líder do campeonato Will Power chega numa distante 12 ª posição. Raphael Matos fica em 16º e Mário Romancini no 22º lugar. Apesar do mau resultado, Power ainda lidera o campeonato com 190 pontos. Dixon assume o segundo lugar, com 164. Com dois pontos atrás está Hélio Castro Neves. Hunter-Reay vem em quarto, com 159. Logo em seguida vem Franchitti com 152 pontos.

GP do Kansas
5ª etapa - 01/05/2010
Circuito oval com 1,500 milha
Kansas Speedway - Kansas City, Kansas (Estados Unidos)
1) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 200 voltas em 1h50min43s1410
2) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 3s0528
3) Tony Kanaan (BRA/Andretti), 3s2210
4) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 3s8300
5) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 6s1133
6) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 6s7951
7) Mário Moraes (BRA/KV), 199 voltas
8) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 199 voltas
9) John Andretti (EUA/Andretti), 199 voltas
10) Vítor Meira (BRA/Foyt), 199 voltas
11) Danica Patrick (EUA/Andretti), 198 voltas
12) Will Power (AUS/Penske), 198 voltas
13) Marco Andretti (EUA/Andretti), 198 voltas
14) Mike Conway (ING/Dreyer & Reinbold), 198 voltas
15) Dan Wheldon (ING/Panther), 198 voltas
16) Raphael Matos (BRA/De Ferran Luczo Dragon), 198 voltas
17) Sarah Fisher (EUA/Fisher), 198 voltas
18) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 197 voltas
19) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 197 voltas
20) Bertrand Baguette (BEL/ Conquest), 197 voltas
21) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 197 voltas
22) Mário Romancini (BRA/ Conquest), 196 voltas
23) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), 186 voltas
24) Takuma Sato (JAP/KV), 186 voltas
25) Jay Howard (ING/Fisher), 172 voltas
26) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 84 voltas
27) Ernesto Viso (VEN/KV), 71 voltas

A classificação da Indy após cinco etapas
1) Will Power (Penske), 190 pontos
2) Scott Dixon (Ganassi), 164 pontos
3) Hélio Castro Neves (Penske), 162 pontos
4) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 159 pontos
5) Dario Franchitti (Ganassi), 152 pontos
6) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 137 pontos
7) Ryan Briscoe (Penske), 132 pontos
8) Tony Kanaan (Andretti), 129 pontos
9) Vítor Meira (Foyt), 101 pontos
10) Raphael Matos (De Ferran Luczo Dragon), 98 pontos
11) Dan Wheldon (Panther), 98 pontos
12) Alex Tagliani (Fazzt), 96 pontos
13) Marco Andretti (Andretti), 95 pontos
14) Mário Moraes (KV), 95 pontos
15) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 94 pontos
16) Danica Patrick (Andretti), 86 pontos
17) Hideki Mutoh (Newman Haas Lanigan), 72 pontos
18) Ernesto Viso (KV), 70 pontos
19) Mário Romancini (Conquest), 66 pontos
20) Simona de Silvestro (HVM), 65 pontos
21) Alex Lloyd (Dale Coyne), 60 pontos
22) Takuma Sato (KV), 58 pontos
23) Milka Duno (Dale Coyne), 56 pontos
24) Graham Rahal (Fisher), 47 pontos
25) Bertrand Baguette (Conquest), 36 pontos
26) John Andretti (Andretti), 22 pontos
27) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 17 pontos
28) Sarah Fisher (Fisher), 13 pontos
29) Jay Howard (Fisher), 10 pontos

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Memórias de Long Beach

Depois da gélida passagem pelo Alabama, chegamos a "Monte Carlo do Oeste", O GP de Long Beach, evento que já foi sede de diversas categorias, como a Fórmula 1 nos anos 1970 e 1980; da saudosa Cart; os protótipos da IMSA, Grand-AM, e atualmente a ALMS; e atualmente a Indy sob o comando da IRL, é um lugar muito bonito, palco desde 1975 da corrida de rua mais tradicional da América. Nessa pista o Brasil venceu somente duas vezes. A primeira, ainda na Fórmula 1, com Nélson Piquet, em 1980. A última, vinte anos depois, foi de Hélio Castro Neves num daqueles habituais passeios dominicais que “os meninos do Roger” costumam fazer nessa região litorânea próxima a Los Angeles.

Outros brasileiros estiveram próximos da vitória em diversas ocasiões. Uma corrida em especial me fora marcante. Em 1998, Gil de Ferran e Hélio Castro Neves (pilotos das equipes Walker e Bettenhausen) travariam um belo duelo. Uma pena que Gil, então o líder até a 80ª volta, teve problema na caixa de câmbio e abandonou a prova. O então estreante Helinho quase conseguiu sua primeira vitória na categoria. Infelizmente, um erro a 15 voltas do fim, bateu contra uma barreira de pneus, acabou com as suas pretensões na corrida. Terminou em nono.

Não tem como falar desta etapa na doce Califórnia sem citar o grande Al Unser Jr. Enquanto o inesquecível Ayrton Senna era chamado de Rei de Mônaco - graças as suas seis conquistas no traçado monegasco, sendo cinco consecutivas - o norte-americano deixou sua marca em Long Beach também por seis vezes. Não me esqueço prova de 1992. Al Jr. buscava seu pentacampeonato (ele venceu todas ali desde 1988). Porém, seu companheiro na Galles Kraco, e campeão da Indy, Danny Sullivan tinha outros planos. Nas voltas finais ele conseguiu domar o rival. Mesmo com chassi Galmer sendo muito ruim, o talento desses dois pilotos aliado ao potente motor Chevy e ainda contando com a excelente estratégia montada por Rick Galles, acabaria por fazer toda diferença.

Considero esse como um dos seus grandes momentos na carreira do Danny, ainda mais após sua saída da Penske em 1990, e da fracassada passagem pela equipe Patrick com motor Alfa Romeo na temporada seguinte. Escrevi anteriormente que este propulsor italiano fazia parte originalmente de um projeto da Ferrari para a Indy. Depois a equipe vermelha desistiu do projeto e, para não perder o dinheiro investido, entregou toda a estrutura desenvolvida para a Alfa, que desde o final de 1986 era uma subsidiária da Fiat, dona também da Ferrari. Foi uma decisão sábia, pois tanto o carro quanto o motor se mostraram um tremendo fracasso nos testes e mesmo a compra dos chassis March em 1990, e Lola em 1991, não resolveu a situação da equipe comandada por Pat Patrick e assim a imagem da Ferrari ficaria extremamente arranhada.

Finalmente, não posso deixar de fora a última corrida da história da Champ Car World Series, que teve um melancólico fim nesta pista, na única corrida disputada em 2008, depois de anos de agonia e avassaladora queda de qualidade técnica, mesmo tendo um carro muito moderno. Entretanto a categoria já não tinha mais o combustível financeiro de outrora. O Will Power, por justiça, deveria ser declarado o campeão daquele ano, independente de ter sido uma etapa apenas.

Em relação aos protótipos, confesso não ter assistido toda a corrida da ALMS no sábado anterior a corrida da Fórmula Indy. Até que foi uma prova curta, durando cerca de 1h45min, bem mais rápida que às longas 12 Horas de Sebring por exemplo. Gostei de ver o Simon Pagenoud vencer em Long Beach e mostrar aos dirigentes da Indy que ele tem muito talento e deveria estar lá. O Gil de Ferran não estava errado ao buscá-lo para seu time da ALMS.

Um dos pilotos mais bem-sucedidos nesse tipo de campeonato (antigamente chamado de IMSA - Campeonato Americano de Marcas) foi o paranaense Raul Boesel, único brasileiro campeão do Mundial da modalidade. Em 1991, ele saiu da Indy, após correr pela decadente Truesports, que tentava na ocasião desenvolver seu próprio chassi. Pilotando para Jaguar, Raul travou grandes duelos com Perry McCarthy, Marc Surer e principalmente o temido Drake Olson dentre tantos veteranos talentosos.

Esse é o ramo do automobilismo com o maior potencial de crescimento nos próximos anos. Principalmente os norte-americanos possuem a cultura de acompanhar de perto esse tipo de corrida graças Nascar que geralmente é disputada em corridas que passam fácil das 3 horas de duração. É um cenário bem diferente do que ocorre aqui no Brasil, onde as corridas não ultrapassam os 45 minutos, em virtude dos interesses dos nossos canais de televisão, mais preocupados em exibir novelas e programas de fofoca.

Um abraço e fiquem com Deus.