sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Galeria da Fama: Rick Mears



Rick Ravon Mears nasceu no dia 03 de dezembro de 1951 em Wichita, no estado do Kansas, Estados Unidos. Ele figura ao lado de A.J. Foyt e Al Unser como um dos únicos pilotos com quatro vitórias nas 500 milhas de Indianápolis (1979, 1984, 1988, 1991). Também é o atual recordista de pole positions da corrida com seis no total (1979, 1982, 1986, 1988, 1989, 1991). Além disso, Mears é tricampeão da Fórmula Indy (1979, 1981, 1982).

Mears morava em Bakersfield, Califórnia, quando começou sua carreira no automobilismo nas competições fora-de-estrada. Ele foi para Fórmula Indy no ano de 1976, fazendo sua estréia pela pequena equipe Art Sugai, pilotando um ultrapassado Eagle Offenhauser. Suas atuações atraíram a atenção de Roger Penske. Embora a Penske já estivesse dividindo as atenções entre Mario Andretti e Tom Sneva, Andretti também disputava a Fórmula 1 com a Lotus naquela época e por isso Roger queria um outro piloto mais jovem que focalizasse seus objetivos exclusivamente no automobilismo estadunidense. Para 1978 foi oferecido um contrato em que Mears poderia disputar nove das dezoito corridas do campeonato, incluindo as 500 milhas de Indianápolis.

Mears qualificou-se na primeira fila das 500 milhas, mas não completou mais do que 15 voltas, desistindo com o motor fundido. Duas semanas mais tarde, no GP de Milwaukee, saiu das últimas posições rumo a sua primeira vitória. Acrescentou outra vitória um mês mais tarde em Atlanta e fechou a temporada com sua primeira vitória em um circuito misto que aconteceu em Brands Hatch, quando os carros da Usac (entidade que organizava a Indy Car na época) fizeram a sua primeira e última visita a Inglaterra.



Em 1979, enquanto o comando da Indy Car saía do controle da Usac para a Cart (Championship Auto Racing Teams), Mears emergia como o piloto a ser vencido. Em Indianápolis venceu sua primeira 500 milhas depois de largar na pole e dominar totalmente a prova aproveitando que seus principais concorrentes ficavam pelo caminho. Esse estilo inteligente e paciente, que não forçava em demasia o equipamento, iria se transformar em marca registrada do estilo Mears de pilotagem.

Três vitórias e quatro segundos nas onze corridas válidas pela Cart foram mais do que suficientes para assegurar seu primeiro campeonato. O pior desempenho de Mears em 1979 foi uma quinta colocação. O Chaparral com o revolucionário efeito-solo foi o grande destaque da temporada de 1980, ficando Mears satisfeito com o quarto lugar no geral e somente com uma vitória, conquistada na Cidade do México, pois o seu Penske não foi competitivo o suficiente para almejar disputar o título.

Nos anos de 1981 e 1982 Mears dominou a disputa, em termos de velocidade e consistência. Dez vitórias em duas temporadas foram suficientes para lhe dar outros dois campeonatos. Nas 500 milhas de 1982 ele ficou a apenas 0s016 de conseguir sua segunda vitória em Indianápolis. Por um erro da equipe, que colocou muito combustível durante no último pit-stop, o fez perdeu muito tempo ficando atrás de Gordon Johncock. O photo-finish decidiu quem foi que venceu a corrida que por dez anos fora a chegada mais apertada da história de uma das maiores corridas do automobilismo mundial.



No campeonato de 1983 a Penske adquiriu as famosas cores amarelas da Pennzoil, mas um chassi deficiente obrigou a equipe trabalhar para obter mais a consistência do que a velocidade. Embora seu companheiro de equipe Al Unser tenha conquistado o título, a Penske adquiriu os chassis da March para 1984. Aquele foi um de contastes, pois enquanto no mês de maio Mears chegava a sua segunda vitória na Indy 500, depois ele sofreu severos ferimentos nos pés após um acidente no oval de Sanair. O chassi March, como a maioria dos outros modelos que competiam nas corridas de monopostos da época, tinha pouca proteção para as pernas dos pilotos em caso de um impacto frontal.

Mears testou no circuito de Riverside, na Califórnia, com a equipe Brabham de Fórmula 1 em 1980 e obteve ótimos tempos, melhores até do que o então vice-campeão do mundo Nelson Piquet. Porém, como o chefão Bernie Ecclestone esperava que ele arranjasse patrocinadores para a equipe, ao invés de receber salários como estava acostumado na Indy. Logicamente recusou a oferta de entrar para na categoria. Após 1984 sua velocidade nos circuitos mistos ficou comprometida por causa dos ferimentos no pé direito e por isso mesmo as temporadas de 1985, 1986 e 1987 acabaram ficando abaixo do nível de pilotagem que Mears estava acostumado, com somente duas vitórias em Pocono, que é um circuito trioval, nesse período.

Depois de quatro anos utilizando os March, para 1988 a Penske estava confiante para desenvolver seu novo carro, o PC 17, com um novo e potente motor Chevrolet. O poderoso novo carro levou Mears a ingressar em um seleto grupo: o dos pilotos que venceram em Indianápolis por três vezes. Como em suas conquistas anteriores foi um triunfo da velocidade misturada com a paciência. Ele venceu liderando cerca de dois terços do percurso porque foi o único dos ponteiros que não teve nenhum tipo de problemas. Um ano depois estabeleceu o novo recorde de cinco poles positions em Indianápolis, mas acabou abandonando a prova por causa de problemas mecânicos. Émerson Fittipaldi venceu a prova e também derrotou Mears no campeonato, mesmo que norte-americano tenha vencido a última etapa em Laguna Seca.

Fittipaldi formou com Mears a dupla da Penske no ano de 1990, mas quem comandou as ações foi Al Unser Jr., campeão com seis vitórias. Esse seria a última temporada da parceria entre Mears e a Pennzoil já que a Marlboro tornou-se o principal patrocinador dos dois carros da equipe.



O conquista mais importante da sua vitoriosa carreira ocorreu em seu palco preferido. Mears passou as últimas vinte voltas das 500 milhas de Indianápolis de 1991 tentando alcançar o líder Michael Andretti. A vantagem de Michael nesse momento da corrida chegou aos 15 segundos. Então, depois que uma bandeira amarela que dissolveu essa vantagem, Mears assumiu a liderança quando Andretti resolveu aproveitar a situação para ir aos pits colocar pneus novos. Mas essa situação não durou muito tempo, já que Andretti ultrapassou Mears pela parte externa do circuito logo na primeira curva.

Só que Mears não se abateu. Uma volta depois ele deu o troco fazendo a manobra também utilizando parte externa retomando a primeira posição. Então o pai de Michael, Mario, estourou o motor na 191ª volta e sujou a pista de óleo, provocando outra bandeira amarela. Quando foi agitada a bandeira verde, Mears aumentou a pressão do turbo, abrindo 3s149 de vantagem para vencer sua quarta 500 milhas. Sua última vitória aconteceu em agosto de 1991 no oval de Michigan.

Na edição de 1992 das 500 milhas de Indianápolis, Mears sofreu um dos acidentes mais espetaculares da história do circuito quando seu Penske Chevrolet bateu violentamente na curva dois e se arrastando capotado por toda a reta oposta, quebrando o pulso e ficando de fora da prova pela primeira vez em sua carreira. Disputou somente mais quatro etapas em 1992 e anunciou sua aposentadoria das pistas para a equipe Penske na época do Natal. Atualmente Rick Mears continua trabalhando como consultor da Penske, equipe pela qual venceu todas suas corridas na Indy Car. É irmão de Roger Mears (ex-piloto da Indy) e tio de Casey Mears (atualmente na Nascar).

Histórico do Piloto
1992 - Equipe Penske, 13º colocado, 47 pontos.
1991 - Equipe Penske, 4º colocado, 2 vitórias, 6 poles, 144 pontos.
1990 - Equipe Penske, 3º colocado, 1 vitória, 3 poles, 168 pontos.
1989 - Equipe Penske, vice-campeão, 3 vitórias, 5 poles, 186 pontos.
1988 - Equipe Penske, 4º colocado, 2 vitórias, 4 poles, 129 pontos.
1987 - Equipe Penske, 5º colocado, 1 vitória, 102 pontos.
1986 - Equipe Penske, 8º colocado, 4 poles, 89 pontos.
1985 - Equipe Penske, 10º colocado, 1 vitória, 2 poles, 51 pontos.
1984 - Equipe Penske, 5º colocado, 1 vitória, 2 poles, 110 pontos.
1983 - Equipe Penske, 6º colocado, 1 vitória, 1 pole, 92 pontos.
1982 - Equipe Penske, campeão, 4 vitórias, 8 poles, 294 pontos.
1981 - Equipe Penske, campeão, 6 vitórias, 2 poles, 304 pontos.
1980 - Equipe Penske, 4º colocado, 1 vitória, 2866 pontos.
1979 - Equipe Penske, campeão, 3 vitórias, 2 poles, 4060 pontos.
1978 - Equipe Penske, 9º colocado, 3 vitórias, 2171 pontos.
1977 - Equipes Art Sugai e Theodore, 20º colocado, 555 pontos.
1976 - Estréia na Fórmula Indy, equipe Art Sugai, 16º colocado, 390 pontos. Campeão da Fórmula Vee e da Super Vee SCCA.
1973 - Corridas fora-de-estrada, 7 vitórias.
1968 - Motociclismo.

Estatísticas na Fórmula Indy (Usac e Cart)
GPs disputados: 203
Vitórias: 29
Pódios: 75
Poles: 40

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Indy 2008: extra-campeonato - Surfer's Paradise



Extra-campeonato - GP de Surfer's Paradise
Briscoe suporta pressão de Dixon e vence em Surfer's Paradise

Australiano ultrapassa Scott Dixon, e conta com batida de Will Power para triunfar em casa

Ryan Briscoe, da Penske, se tornou o primeiro australiano a vencer nas ruas Surfer’s Paradise ao resistir à pressão feita pelo neozelandês Scott Dixon, da Ganassi, nas voltas finais. Dixon terminou a 0s5019 atrás do australiano. O norte-americano Ryan Hunter-Reay, da Rahal Letterman, que venceu a corrida em Surfer’s Paradise de 2003, quando Champ Car ainda corrida nesse traçado, ficou em terceiro.

Alex Tagliani, da Conquest, foi o quarto, seguido por Oriol Servia, da KV. Ernesto Viso, da HVM, até então o quarto colocado, teve de dar passagem a Tagliani e Servia como punição por bloquear de forma ilegal a tentativa de ultrapassagem dos adversários. O venezuelano terminou em sexto.

Briscoe, que largou em terceiro, liderou dois terços das 60 voltas percorridas. Ele assumiu definitivamente a liderança na 43ª volta, após a última rodada de pit stops e mesmo sendo prejudicado pelos retardatários não cometeu nenhum erro, sendo essa a chave de sua conquista em casa.

Essa foi à segunda participação de Briscoe no evento. Em 2006, ele correu pela Rusport, em substituição ao acidentado Cristiano da Matta, e teve um final de semana para esquecer. Na primeira sessão de treinos livres, após raspar o muro, danificou a suspensão dianteira esquerda do seu carro o que levou a não disputar o primeiro treino classificatório.

Na corrida, foi ainda pior. Ele fazia uma boa prova de recuperação depois de largar em 11º, ganhando três posições em 17 voltas. Porém enroscou-se com a retardatária Katherine Legge, perdendo uma volta e encerrando suas chances de um bom resultado.

Briscoe não se conteve de alegria após a vitória. O piloto destacou a importância dos torcedores que lá estavam. "Para mim significa quase um milhão de pontos. Estou muito feliz por todos os fãs. Foi um grande evento, vamos fazer muita festa nesta noite. Foi realmente especial. É um ótimo lugar para haver uma corrida de Indy e não foram muitas vezes em minha carreira que eu tive a oportunidade de correr em meu país. Ter um monte de familiares e amigos me vendo correr aqui me incentivou a vencer", disse.

Felicidade de Briscoe contrastava com a tristeza de seu compatriota Will Power. Depois de fazer a pole position e dominar todos os treinamentos, o piloto da KV liderava com tranqüilamente o começo da prova, até estampar o muro na 16ª volta e abandonar. Com isso, Briscoe, que já havia ultrapassado Dixon no início da corrida, assumiu a ponta.

"Obviamente, estou muito decepcionado. Estávamos rápidos no começo da corrida. Reduzi para economizar combustível, mas fui pego de surpresa, dei um toque no muro interno, o que fez o carro ricochetear para o muro seguinte. Foi realmente um erro, o pior da minha vida. Este é um péssimo dia para mim e estou muito triste", disse.

O escocês Dario Franchitti, novo companheiro de Dixon, largou em quarto, entretanto não estava se sentido a vontade dentro do monoposto, depois de um ano correndo na Nascar, e logo perdeu rendimento. Na 29ª volta, ele perde o controle do carro em uma curva e roda. Assim termina em uma decepcionante 16ª posição em sua volta a Indy.

Os brasileiros não fizeram uma boa corrida. O melhor colocado foi Hélio Castro Neves, da Penske, que se enroscou com Danica Patrick, da Andretti Green, na 11ª volta, tendo furando um pneu e por isso parou três vezes nos pits, acabou em sétimo.

Vitor Meira, estreando na Foyt, se enroscou em Mário Moraes, da Dale Coyne, na 1ª volta. Meira foi obrigado a voltar aos pits para trocar um pneu furado, retornando na última posição. Fez uma prova de recuperação, e por conta de um erro no cálculo do combustível feito pela equipe para o final da prova, teve pane seca quando faltava meia volta para bandeirada. Foi o décimo quarto. Enquanto Moraes teve mesmo sorte ainda. No toque com Vitor seu carro rodou e na 8ª volta, acabou batendo no muro interno da curva 1, abandonando com a suspensão dianteira esquerda quebrada.

Tony Kanaan também não completou. Na 34ª volta, quando era o quinto e tentava ultrapassar Ryan Hunter Reay, ocorreu a quebra da suspensão traseira do seu carro. Bruno Junqueira, da Dale Coyne, terminou em 15º e Jaime Câmara, da Conquest, em 20º.

Infelizmente essa festa não voltará a se repetir em 2009: a governadora de Queensland, Ana Bligh, confirmou que Surfer’s Paradise estava fora do calendário da Indy. Os motivos alegados foram três. O primeiro: a IRL, entidade que organiza o campeonato, queria transferir a data da corrida para março, bem próxima do evento da Fórmula 1 em Melbourne.

Outro impedimento seria que nessa época do ano a cidade estaria lotada de turistas por ser justamente durante as férias de verão na Oceania. Mas o que realmente pesou foi os mais de US$ 3 milhões pretendidos pela IRL para a realização do evento. Assim, a A1GP substituirá a Fórmula Indy, sendo o contrato com duração de cinco anos.

GP de Surfer's Paradise
Extra-campeonato - 26/10/2009
Circuito de rua de 2,795 milhas
Gold Coast - Surfer's Paradise, Queensland (Austrália)
1) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 1h45min50s3868
2) Scott Dixon (NZL/Ganassi), a 0s5019
3) Ryan Hunter-Reay (EUA/Rahal Letterman), a 9s1179
4) Alex Tagliani (CAN/Conquest), a 19s9844
5) Oriol Servia (ESP/KV), a 20s4376
6) Ernesto Viso (VEN/HVM), a 33s7249
7) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), a 34s4931
8) Hideki Mutoh (JAP/Andretti Green), a 55s7467
9) Graham Rahal (EUA/Newman Haas Lanigan), a 1min20s0592
10) Dan Wheldon (ING/Panther), a 1min31s9002
11) Justin Wilson (ING/Newman Haas Lanigan), a 1min31s9353
12) Buddy Rice (EUA/Dreyer & Reinbold), a 1min33s9068
13) Marco Andretti (EUA/Andretti Green), a 1min38s3970
14) Vitor Meira (BRA/Foyt), a 1 volta
15) Bruno Junqueira (BRA/Dale Coyne), a 1 volta
16) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), a 1 volta
17) A.J. Foyt IV (EUA/Vision), a 2 voltas
18) Danica Patrick (EUA/Andretti Green), a 2 voltas
19) Jaime Câmara (BRA/Conquest), a 2 voltas
20) Ed Carpenter (EUA/Vision), 57 voltas
21) Tony Kanaan (BRA/Andretti Green), 34 voltas
22) Will Power (AUS/KV), 16 voltas
23) Townsend Bell (EUA/Dreyer & Reinbold), 8 voltas
24) Mário Moraes (BRA/Dale Coyne), 7 voltas