quarta-feira, 23 de abril de 2008

Momentos inesquecíveis, inexplicáveis


Por Duhílio de Menezes

Minha primeira coluna irá ter foco em alguns dos momentos que pude ver, apenas de lembrança, pois confesso que numa semana como esta, com a despedida da categoria já feita (e uma sensação de vazio), admito que não consegui pensar em outra coisa para escrever nessa coluna de estréia.

O primeiro grande momento que me vem à cabeça está em lembrar que na época da Cart, mais precisamente no ano de 1996, no Grande Prêmio do Brasil. Eu tinha sete anos de idade, e com a cabeça e a inocência de criança, achava que poderia ouvir (mesmo estando a cerca de 150 km de distância) do lado de fora de casa, o barulho dos carros passando pelo circuito de Jacarepaguá, e eu ainda pensava "poxa, tão perto, mas tão longe".

Outro grande momento foi ver Christian Fittipaldi na sua volta as pistas em 1997, depois daquele horroroso acidente na abertura do campeonato em Surfer’s Paradise, vê-lo mesmo ainda não 100% voltando a correr em Portland, me mostrou que o ser humano pode sim ser muito forte e muito capaz, quando está determinado a buscar a sua meta desejada!

Ainda em 1997, não poderia deixar de ser, a corrida em Portland (risos). Pista molhada e circuito lindíssimo, clima perfeito para uma corrida inesquecível, e que teve de tudo. Paul Tracy espremendo Dario Franchitti (Hogan), Alessandro Zanardi escapando no final, a direção de prova sugeriu que poderia passar de duas horas, e o mais sensacional, um dos finais de prova mais absurdos que já vi, lembro que fiquei pasmo, sem reação, mas que no final, vibrei muito com a vitória do Mark Blundell, pelo fato de eu ter visto uma corrida linda, pena pro Gil, mas sorte do automobilismo.

Long Beach 1998 também merece destaque, ver Franchitti e Bryan Herta serem literalmente jantados pelo Zanardi no final da prova, me fez pular como um louco, e depois os famosos zerinhos!

As provas em oval fazem parte da minha vida, quem me conhece, sabe muito bem do meu gosto por esse tipo de corrida, e tudo começou nas 500 milhas de Michigan 1998. Nunca tinha visto algo igual, o clima pra corrida era tenso, pois estava para estrear um novo pacote aerodinâmico que permitia se ter mais vácuo de maneira absurda, e assim se fez, uma corrida fenomenal, a que eu fiquei mais abismado, jamais me esquecerei! Ver Greg Moore vencer mesmo com sérios problemas durante seus suas paradas de boxes, de motor Mercedes, vencendo as Ganassi, de Honda, nossa. Durante esse tempo, eu queria ver, não perdia uma, era algo que não dava pra evitar, os carros cada vez mais lindos, as corridas cada vez melhores, os pilotos sempre arrojados, um clima que sempre foi e é considerado muito amistoso, fez com que não só eu, mas todos vocês meus amigos, ficássemos grudados na tevê, curtindo mais e mais a categoria.



Lembro-me com muito carinho, daquela que foi a corrida mais emocionante da história, pelo pra mim foi. Falo das 500 milhas de 2001, a chuva que atrasou a corrida, fez começar quando era pra estar quase acabando, mesmo com a pista lavada, a corrida foi algo pelo qual me fez ficar acordado até o fim, lá pelas 23h00min (horário do Brasil) a corrida estava terminando, os carros passavam todos juntos, os sons dos motores, inesquecível para os amantes da velocidade. Ver os carros em três linhas diferentes nas retas, buscando vácuo, lutando pela vitória numa corrida absurda. Me recordo que no final quase não se via nada. Assisti com meu pai, que adorou o que viu, ficamos bobos com o final. Cristiano da Matta contra Max Papis, do jeito que foi, da maneira como foi. E o encerramento da transmissão, com a imagem do por do sol, lindíssimo para um final de temporada.

Caros amigos, apesar dos pesares, do encerramento da Champ Car, o espírito será eterno, seus feitos, inapagáveis, como li num fórum, devemos ter respeito à história gloriosa da categoria, desde a época que era Indy, desde os primórdios, até a sua despedida, que ocorreu no domingo passado. Não sei vocês, mas particularmente falando, está na minha alma à chama da categoria, e quero mantê-la acesa para sempre, mostrar que um dia, vi um Zanardi dando "donuts", vi Moreno dar show em Cleveland e Vancouver, e um tal de Greg Moore passar Zanardi por fora em Jacarepaguá, e tantos outros momentos.

Bom, fico por aqui, espero que tenham gostado!

Aceito sugestões e críticas construtivas.

Desde já, agradeço ao meu amigo Michel!

Obrigado a todos!

Até a próxima!

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