sábado, 28 de agosto de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Final de campeonato

É chegado o momento decisivo em uma temporada altamente competitiva da Fórmula Indy. Isso num momento em que a categoria cresce, tanto na quantidade de carros como em relação às disputas pela vitória.

Apesar de o nível técnico dos pilotos ainda deixar a desejar, é inegável a melhoria deles em relação ao que tínhamos até 2008. Exceto pelos ilustres Francesco Dracone e Milka Duno não temos mais aquela considerável quantidade de braços duros de então mesmo as estrelas serem as mesmas de sempre.

Mesmo o líder do campeonato Will Power não pode ser considerado uma revelação. Já no ano passado, ele brilhou em poucas oportunidades que teve, naquela estrutura montada as pressas pela Penske, e anteriormente na KV – já pela Indy - quanto pela Walker, na extinta Champ Car.

O australiano possui um talento raro para dominar um carro em mistos e circuitos de rua. Por enquanto ele ainda sofre nos ovais, pois nos tempos de Champ Car ele praticamente não correu em ovais longos ou de média extensão, bem ao estilo da Indy. É certo que em breve ele será um piloto competitivo também nesse tipo de traçado.

A cúpula da Penske, não esconde a satisfação de tê-lo como aliado, ainda mais se velarmos em consideração as últimas atuações dos seus experientes companheiros de equipe - Ryan Briscoe e Hélio Castro Neves -, cada vez mais acomodados e burocráticos.

A grande ameaça a conquista de Power atende pelo nome de Dario Franchitti, bicampeão das 500 milhas de Indianápolis e da categoria. O escocês recentemente sofreu muito em sua mal sucedida experiência na Nascar. Mas sua volta ao circo da Indy, pela Ganassi, ajudou muito o time do velho e obeso Chip a voltar a ser a grande vencedora de títulos, pois Scott Dixon não tinha um adversário à altura na garagem ao lado. É um vencedor num time excelente.

Nessas últimas provas, a disputa ocorrerá entre essa dupla de pilotos mais suas equipes. Quem poderia incomodar os favoritos seria a Andretti. Entretanto, ela parece perdida e sem um foco definido, culpa principalmente da presença de pilotos sem experiência – Marco Andretti - ou competência - Danica Patrick - suficientes para ajudar os engenheiros achar soluções para seus quatro carros.

Nisso quem perde é Tony Kanaan, que perdeu a grande chance de sua carreira de ter outra vez uma estrutura competitiva ao seu redor ao assinar um contrato de longa duração com a Andretti. Ao invés de brigar por vitórias e títulos, o brasileiro muitas vezes faz o papel de tutor dos seus jovens, e em algumas ocasiões, acomodados companheiros de time.

Mesmo a chegada de Ryan Hunter-Reay, comprovadamente talentoso e bom acertador, eu não acredito que ocorra uma mudança na decadência da equipe, que parece ter se tornado uma gigantesca ação de marketing, ao estilo da antiga Simon, esquecendo o desenvolvimento dos carros. A saída de Kim Green comprova esse desinteresse com resultados.

Logo, creio que teremos uma luta exclusiva e limpa entre Dario e Will. As circunstâncias apontar Franchitti com grande vantagem sobre Power, mesmo este tendo 59 pontos de vantagem depois do GP de Sonoma. Tanto a Penske quanto seu piloto mostrou seu melhor desempenho longe dos ovais. Já Dario e a Ganassi dominaram nas pistas onde se vira o volante somente para a esquerda. Vamos acompanhar este final de campeonato com expectativa e aguardar ansiosamente a consagração do campeão.

Finalizando, gostaria de parabenizar a administração da IRL, que em um curto espaço, surpreendeu a todos, promovendo não apenas uma disputa fantástica dentro das pistas, mas, principalmente, resgatou uma visão mais técnica e qualificada ao espetáculo, como tínhamos na Cart pré-divisão.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

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