terça-feira, 27 de julho de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Polêmicas

Inicialmente gostaria de agradecer as manifestações de carinho pelo meu aniversário. Muito obrigado mesmo. Mas estamos de volta após mais um final de semana sem plantões extras e uma curtição de um excelente final de semana.

Fiquei pensando desde o domingo passado sobre o conteúdo desta coluna. Confesso que achei embaraçoso o que a Ferrari promoveu. Eu, como torcedor ferrarista, me senti constrangido com aquele papelão sem tamanho que aconteceu na Alemanha. Jogo de equipe existe no automobilismo e até alguns puritanos podem dizer que na antiga Cart ou na Indy Car não existe. Evidente que ocorre, com algumas ressalvas.

Certa vez, não me lembro exatamente onde, Hélio Castro Neves e Gil de Ferran estavam duelando pela vitória. Estava divertido para o público, contudo creio que deve ter sido altamente tenso ver seus dois pilotos se arriscando ao ponto de prejudicar os interesses da Penske no campeonato. Roger chamou os dois no rádio e foi claro. “Tragam os meninos (carros) em segurança para casa!” bem diferente de promover uma troca de posições como a McLaren e outras equipes da Fórmula 1 já fizeram. Mas a Ferrari escancarou.

Até mesmo o Chip Ganassi nos áureos tempos de Cart nunca precisou desse artifício para favorecer Alessandro Zanardi ou mesmo Juan Montoya contra o Jimmy Vasser. A Red Bull tem dado este exemplo, pois está administrando duas bombas-relógio (Vettel e Weber) e assim o campeonato se mantêm altamente interessante aos patrocinadores e fãs.

Talvez isso tudo venha de encontro com a minha coluna anterior, onde tratei de interesses comerciais e políticos. Eles existem em qualquer organização, mas o ambiente da Indy Car tem defendido, nos últimos anos, uma idéia de competição e diversão ao público, principal foco de qualquer ação publicitária, quem no fim paga as contas deste esporte que tanto amamos.

Sobre Edmonton, achei que foi desnecessária a ação dos fiscais, não por ser o Hélio e a Penske, mas porque houve um excesso de rigor já que a defesa foi simples e não houve, uma tentativa do piloto do carro 3 da Penske a intenção de prejudicar o concorrente. Vemos tantas coisas absurdas ocorrerem nas corridas e os fiscais ficam pasmos sem fazer nada. Enfim, achei que foi muito caldo para nada, como se diz.

Outra coisa é que acho que esta nova administração deveria focar seus eventos em lugares mais interessantes. Nada contra a pista de Edmonton, porém lembrar que pistas como Cleveland, Road America, Miami (não a sonolenta Homestead) estão fora do calendário é algo que não dá para entender. E está na hora de planejarem uma prova nas ruas de Nova York. Já pensaram no impacto que a Indy causaria se fizesse um evento num local que é o sonho do Bernie Ecclestone? Seria fantástico para a categoria.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

Dixon obtém vitória polêmica em Edmonton

GP de Edmonton
11ª etapa - 25/07/2010
Circuito misto com 1,960 milha
Edmonton City Centre Airport - Edmonton, Alberta (Canadá)
1) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 95 voltas, em 1h50min37s0551
2) Will Power (AUS/Penske), 2s6688
3) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 3s2831
4) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 8s8652
5) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 11s1482
6) Paul Tracy (CAN/KV), 11s9091
7) Mário Moraes (BRA/KV), 16s9015
8) Ernesto Viso (VEN/KV), 18s2206
9) Takuma Sato (JAP/KV), 21s5880
10) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 1min02s6011
11) Marco Andretti (EUA/Andretti), 94 voltas
12) Tony Kanaan (BRA/Andretti), 94 voltas
13) Raphael Matos (BRA/De Ferran Dragon), 94 voltas
14) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), 94 voltas
15) Danica Patrick (EUA/Andretti), 94 voltas
16) Vítor Meira (BRA/Foyt), 93 voltas
17) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), 93 voltas
18) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 92 voltas
19) Tomas Scheckter (AFS/Dreyer & Reinbold), 90 voltas
20) Dan Wheldon (ING/Panther), 90 voltas
21) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 88 voltas
22) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 87 voltas
23) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 52 voltas
24) Mário Romancini (BRA/Conquest), 52 voltas
25) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 4 voltas





A classificação da Indy após onze etapas
1) Will Power (Penske), 420 pontos
2) Dario Franchitti (Ganassi), 370 pontos
3) Scott Dixon (Ganassi), 349 pontos
4) Ryan Briscoe (Penske), 324 pontos
5) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 316 pontos
6) Hélio Castro Neves (Penske), 305 pontos
7) Tony Kanaan (Andretti), 291 pontos
8) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 252 pontos
9) Marco Andretti (Andretti), 244 pontos
10) Dan Wheldon (Panther), 243 pontos
11) Danica Patrick (Andretti), 233 pontos
12) Vítor Meira (Foyt), 205 pontos
13) Raphael Matos (De Ferran Dragon), 203 pontos
14) Mário Moraes (KV), 203 pontos
15) Alex Tagliani (Fazzt), 194 pontos
16) Ernesto Viso (KV), 193 pontos
17) Alex Lloyd (Dale Coyne), 170 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas), 167 pontos
19) Simona de Silvestro (HVM), 155 pontos
20) Mário Romancini (Conquest), 149 pontos
21) Takuma Sato (KV), 142 pontos
22) Graham Rahal (Newman Haas), 125 pontos
23) Bertrand Baguette (Conquest), 119 pontos
24) Milka Duno (Dale Coyne), 112 pontos
25) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
26) Tomas Scheckter (Dreyer & Reinbold), 63 pontos
27) Paul Tracy (KV), 61 pontos
28) Sarah Fisher (Fisher), 53 pontos
29) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
30) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 33 pontos
31) Jay Howard (Fisher), 20 pontos
32) Ed Carpenter (Vision), 20 pontos
33) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
34) Sebastian Saavedra (Herta), 15 pontos
35) Davey Hamilton (De Ferran Dragon), 14 pontos
36) Adam Carroll (Andretti), 14 pontos
37) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Coluna do Hyder - Fabio "Hyder" Azevedo

Detalhes

Estamos no meio do ano e a Indy Car chega a terras canadenses. A primeira etapa ocorreu em Toronto. Uma cidade belíssima onde temos uma pista temporária, preparada há mais de 25 anos, para receber a intrépida trupe da atual Indy Car Series e antigamente a finada Champ Car World Series. Enquanto escrevo esta coluna, existe um lindo Labrador assistindo o GP da Inglaterra de F1 ao meu lado num lugar maravilhoso cercado de pessoas muito especiais. Domingão de folga, final da Copa do Mundo, sem eventos oficiais.

Falam-se muito de conquistas tecnológicas da F1 para o mundo das competições, detalhes que provocam ganhos de desempenho micro ou mini. Mas esse é o trabalho que deve ser focado. Nos detalhes. Mas muitos destes detalhes já são de cunho normal nas corridas da América. Nem tanto o defletor duplo que Ross Brawn e seu time utilizaram na conquista do certame da F1 em 2009. Um elemento simples na história automobilística ocorreu em Indianapolis, a meca do automobilismo foi a introdução dos espelhos retrovisores. Antes desta simples, mas fantástica invenção, todos os carros carregavam um mecânico para orientar o piloto.

Mas o que a F1 não consegue fazer funcionar é a adição de um conceito simples em corridas: ultrapassagens. O que vemos é uma procissão sem nenhum objetivo, salvo um ou outro lampejo de determinado piloto ou pista. Ao contrário, na Indy Car, isso é algo costumeiro já que os carros são iguais e o foco está no espetáculo. Lembro de etapas como as saudosas Michigan e Fontana onde os carros faziam uma tripla linha de alinhamento para poder ultrapassar. E isso durante três horas de prova. Atualmente temos uma disputa muito interessante entre equipes como Penske, Ganassi e Andretti, entretanto sempre existem algumas boas surpresas. Isso não ocorre na F1 onde a Red Bull (sem essa de RBR) domina com um carro quase conceito, de soluções simples, porém altamente eficazes.

A Indy pode não ter o glamour que a categoria do Velho Mundo possui, mas existe algo muito mais interessante que é o fator diversão. Quem assiste uma corrida da Indy tem a certeza que terá emoção, ultrapassagem e, com certeza, muito menos frescuras que vemos atualmente com a turma de Fernando Alonso e Cia. Além do que na América as equipes e os pilotos são bem mais acessíveis que o que vemos na Europa, onde o segredo industrial, a política e os interesses comerciais e financeiros são alguns dos fatores que transcendem o esporte.

Um grande abraço e fiquem com Deus.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Edmonton City Centre Airport


Por Bobby Rahal*

Uma semana após o evento muito selvagem em Toronto, a Fórmula Indy continua sua jornada no Canadá, dessa vez em Edmonton, palco da 11ª etapa da temporada 2010. Espera-se a repetição das disputas ocorridas em Toronto, já que o traçado, montado dentro de um aeroporto, é muito largo, possuindo vários pontos de ultrapassagem, sendo esse o principal motivo dos pilotos gostarem tanto de correr aqui.

Vencedor em Toronto, líder do campeonato e vencedor da corrida em 2009, Will Power vem com grande favorito para vencer. Mais uma vez, será difícil bater o piloto australiano. No ano passado, a equipe Penske teve um excelente desempenho, colocando seus três carros no pódio.

Os pilotos locais são destaques nessa edição. Paul Tracy e Alex Tagliani se prepararam para brilhar na última corrida em solo canadense. Tagliani conhece cada palmo do circuito onde já correu cinco vezes. Enquanto isso, Tracy teve seus melhores resultados nos últimos dois anos neste circuito. Será que eles vão surpreender as favoritas Penske e Ganassi? Grande favorito na semana passada, mas sendo superado com facilidade por Power na disputa direta, Justin Wilson volta ao local que o passado só trás boas recordações. Vencedor em 2006 e terceiro em 2008, o inglês espera alcançar novamente outra excelente atuação, conquistando a primeira vitória da Dreyer & Reinbold desde 2000.

Entre os estreantes, a luta também será intensa. Alex Lloyd tomou a ponta do campeonato dos novatos graças aos seus bons resultados nos ovais. Porém, desde o retorno aos circuitos mistos e de rua o piloto da Dale Coyne tem sido vítima da má sorte e vê sua liderança ameaçada. A piloto Simona de Silvestro é a pedra em sua sapato depois do magnífico nono lugar em Toronto. A suíça está somente 15 pontos atrás de Lloyd e tem todas as condições de almejar o título de "Novato do Ano", caso ela e sua equipe consigam manter a regularidade das últimas corridas. Em terceiro lugar na classificação, o brasileiro Mário Romancini tem 21 pontos a menos que Lloyd.



O Edmonton City Centre Airport é um circuito misto temporário com 1,960 milha de extensão, localizado próximo ao centro da cidade, capital do estado de Alberta. Serão 95 voltas, totalizando 187,435 milhas de percurso. São 14 curvas, apresentando trechos travados, exigindo concentração constante dos pilotos.

Nos primeiros treinos, uma das preocupações é com a melhoria constante das condições do asfalto, que ganha uma maior camada de borracha a cada passagem dos carros, normalmente usado pelos aviões que pousam e decolam no local, permitindo tempos mais baixos. Essa é a quinta edição da prova, que tem sido sinônimo de emoção dentro e fora da pista. As vitórias em 2005 e 2007, com o francês Sebastien Bourdais e em 2006, com Justin Wilson, que corre nesta temporada pela Dale Coyne.

Há semelhanças entre a reta que leva a chicane da entrada dos pits e a curva 1 do aeroporto de Cleveland. A maior parte da ação durante a corrida deverá acontecer ali, com os carros chegando a velocidades próximas dos 320 km/h antes da freada forte, a exemplo do que acontecia em Cleveland. As semelhanças terminam por aí, pois depois vem um trecho bastante sinuoso, com pequenas retas e curvas de 90 graus.

Esse não é o primeiro grande evento do automobilismo internacional realizado em Edmonton. Entre 1968 e 1983 existiu um circuito misto de 2,530 milhas e 14 curvas chamado Edmonton International Speedway, que chegou a receber corridas da Can-Am, na época a principal categoria de esporte protótipo do mundo. Essa pista foi demolida em meados dos anos 1980 para dar lugar a um conjunto residencial, com Edmonton sumindo do calendário automobilístico internacional, condição que a Indy se encarregou de mudar.

Confira a programação para o GP de Edmonton, décima primeira etapa da temporada 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (23/07)
14h30min - treino livre
17h45min - treino livre

Sábado (24/07)
13h15min - treino livre
18h30min - treino classificatório

Domingo (25/07)
13h00min - warm up
19h00min - GP de Edmonton (95 voltas)

Vencedor em 2009: Will Power (AUS)
Pole em 2009: Will Power (AUS)

* com modificações.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Power evita as armadilhas e vence em Toronto

GP de Toronto
10ª etapa - 18/07/2010
Circuito de rua com 1,755 milha
Exhibition Place - Toronto, Ontário (Canadá)
1) Will Power (AUS/Penske), 85 voltas, em 1h47min15s2554
2) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), 1s2757
3) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), 1s7605
4) Tony Kanaan (BRA/Andretti), 3s5382
5) Graham Rahal (EUA/Newman Haas), 9s7349
6) Danica Patrick (EUA/Andretti), 11s9439
7) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), 12s3783
8) Marco Andretti (EUA/Andretti), 16s3360
9) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 21s5321
10) Dan Wheldon (ING/Panther), 23s1537
11) Vítor Meira (BRA/Foyt), 25s8960
12) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), 26s2878
13) Paul Tracy (CAN/KV), 84 voltas
14) Mário Moraes (BRA/KV), 84 voltas
15) Tomas Scheckter (AFS/Dreyer & Reinbold), 84 voltas
16) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), 84 voltas
17) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), 84 voltas
18) Ryan Briscoe (AUS/Penske), 83 voltas
19) Ernesto Viso (VEN/KV), 82 voltas
20) Scott Dixon (NZL/Ganassi), 71 voltas
21) Raphael Matos (BRA/De Ferran Dragon), 64 voltas
22) Mário Romancini (BRA/Conquest), 31 voltas
23) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 26 voltas
24) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), 21 voltas
25) Takuma Sato (JAP/KV), 15 voltas
26) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 8 voltas

A classificação da Indy após dez etapas
1) Will Power (Penske), 377 pontos
2) Dario Franchitti (Ganassi), 335 pontos
3) Scott Dixon (Ganassi), 299 pontos
4) Ryan Briscoe (Penske), 292 pontos
5) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 286 pontos
6) Hélio Castro Neves (Penske), 285 pontos
7) Tony Kanaan (Andretti), 273 pontos
8) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 240 pontos
9) Dan Wheldon (Panther), 231 pontos
10) Marco Andretti (Andretti), 225 pontos
11) Danica Patrick (Andretti), 218 pontos
12) Vítor Meira (Foyt), 191 pontos
13) Raphael Matos (De Ferran Dragon), 186 pontos
14) Alex Tagliani (Fazzt), 182 pontos
15) Mário Moraes (KV), 177 pontos
16) Ernesto Viso (KV), 169 pontos
17) Alex Lloyd (Dale Coyne), 158 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas), 154 pontos
19) Simona de Silvestro (HVM), 143 pontos
20) Mário Romancini (Conquest), 137 pontos
21) Graham Rahal (Newman Haas), 125 pontos
22) Takuma Sato (KV), 120 pontos
23) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
24) Bertrand Baguette (Conquest), 103 pontos
25) Milka Duno (Dale Coyne), 102 pontos
26) Sarah Fisher (Fisher), 53 pontos
27) Tomas Scheckter (Dreyer & Reinbold), 51 pontos
28) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
29) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 33 pontos
30) Paul Tracy (Dreyer & Reinbold), 33 pontos
31) Jay Howard (Fisher), 20 pontos
32) Ed Carpenter (Vision), 20 pontos
33) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
34) Sebastian Saavedra (Herta), 15 pontos
35) Davey Hamilton (De Ferran Dragon), 14 pontos
36) Adam Carroll (Andretti), 14 pontos
37) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Exhibition Place - Ontário

Por Bobby Rahal*

A Indy Toronto celebra em 2010 a vigésima quarta edição de um dos eventos mais importantes e de maior sucesso do automobilismo canadense. Essa é uma tradição iniciada em 1986 no circuito de rua do Exhibition Place, um parque de exposições próximo ao centro da cidade canadense de Toronto, na província de Ontário.

A ideia de realizar uma corrida no centro de Toronto surgiu em 1968. Entretanto, essa idéia levou quase 20 anos para ser concretizada. Naquele ano, John F. Basset Jr. (herdeiro do Toronto Telegram) e Don Hunt, executivo da Sun Publishing, anunciaram a intenção de criar um circuito no Exhibition Place, para receber corridas anuais da Indy e de Fórmula 1. Para gerenciar evento foi criada a Lakeshore Raceway.

O planejamento inicial era de um circuito com 3,700 km e a linha de chegada e os pits localizados no Exhibition Stadium, usando a longa Avenida Lakeshore Boulevard como reta oposta. Houve grande oposição por parte dos moradores próximos ao Exhibition Place, que temiam o barulho e a bagunça que as multidões provocariam nas vizinhanças, dos proprietários do circuito misto de Mosport Park, que temiam a concorrência e daqueles que se opunham ao uso de um local público por uma companhia privada.

Mesmo obtendo a aprovação do governo, os planos de Basset e Hunt tiveram que ser abandonados devido a ações judiciais da associação de moradores. Assim se passaram sete anos até a idéia de correr nas ruas de Toronto ressurgiu em 1975, ironicamente através dos promotores do GP do Canadá de Fórmula 1, em Mosport Park. Como os custos de realização da corrida em Mosport Park estavam se tornando proibitivos, até eles passaram a defender a transferência da prova para o centro de Toronto, no Exhibition Place. Outra vez, os moradores de Toronto não estavam dispostos a ceder. O GP do Canadá foi parar na Ilha Notre Dame, em Montreal, no ano de 1977.

Em 1984, a cervejaria canadense Molson comprou os direitos de realização de corridas da Fórmula Indy no Canadá. Naquele ano eles patrocinaram uma prova no circuito trioval de 1,2 km de Sanair, próximo a Montreal. A entrada da Molson no negócio fez com que os planos de realizar corridas no Exhibition Place voltassem à tona. O grupo fez uma enorme campanha para convencer a população local a apoiar o evento, e obteve a aprovação para seguir com o projeto.

Em 26 de novembro de 1985, uma conferência de imprensa foi marcada para anunciar que Toronto teria finalmente a sua corrida. A primeira edição da Indy Toronto aconteceu em 20 de julho de 1986, para um público de 60 mil espectadores. O circuito tinha 2,769 km de extensão e aproveitava a idéia de Bassett e Hunt da reta oposta na Avenida Lakeshore Boulevard. Emerson Fittipaldi marcaria a pole position, mas ao final a vitória seria de Bobby Rahal. Naquele mesmo ano, a Indy se despediria do acanhado circuito oval de Sanair e a partir de 1987, a prova de Toronto se consolidaria como o principal evento da categoria em terras canadenses.

O sucesso da Indy em Toronto possibilitou a entrada de novas provas em território canadense, patrocinadas pela Molson: de 1990 a 2004 em Vancouver e de 2002 a 2006 em Montreal. Por conseqüência desse esforço, surgiu uma talentosa geração de pilotos canadenses, que contribuíram para o sucesso dessas provas: Paul Tracy, Greg Moore, Jacques Villeneuve, Scott Goodyear, Alex Tagliani, Patrick Carpentier e Andrew Ranger.

Após a prova de 2006, a Champ Car foi comunicada da desistência da Molson em patrocinar e promover o evento, mesmo motivo que levou as corridas de Vancouver e Montreal a serem extintas. Assim, o principal apoiador da prova passou a ser outra marca de cerveja canadense, a Steelback, com a organização da prova indo para uma associação criada somente com esse objetivo.

Em 2008, Toronto ficou de fora do calendário graças à saída da Steelback do evento, além da falta de datas para realização da prova, causada pela reunificação da Champ Car com a IRL. O evento retornou em 2009 com a organização da Andretti Green Promotions, financiada pela Honda.

Ao longo desses 24 anos, o desenho do circuito praticamente não sofreu alterações e sempre se caracterizou pela grande presença de público e pela dificuldade do traçado, onde é muito difícil ultrapassar. O melhor ponto de ultrapassagem é na freada forte da fechada curva no final da reta oposta (Lakeshore Boulevard). O circuito atualmente tem 2,770 km de extensão e 11 curvas. Com baixa velocidade média, Toronto, como qualquer circuito de rua, tem várias curvas acentuadas, algumas, com inclinação superior a 90 graus, o que dificulta a pilotagem para os inexperientes.



A constante mudança no tipo de piso é uma característica marcante, sendo vista como a maior dificuldade a ser enfrentada nesse circuito. Em alguns trechos, os pilotos freiam no concreto, enquanto em outros, no meio de uma curva, asfalto com baixa aderência. Isso exige um acerto especial, sendo muito importante encontrá-lo durante os treinos livres. Um setor bastante problemático é a curva 8 por possui muitas ondulações no seu ponto de freada.

É um desafio que desgasta bastante os freios e câmbio, além de exigir uma pilotagem ao mesmo tempo agressiva, para tentar ultrapassagens, e cautelosa, para não ver todo o esforço terminar em um dos vários muros que cercam a pista. Além disso, é importante saber lidar com o tráfego, pois ao se tentar ultrapassar um retardatário, pode-se arruinar uma corrida por conta de um acidente causado pela reduzida largura em alguns pontos do circuito.

Toronto marca ainda o retorno de velhos conhecidos: a Dreyer & Reinbold divulgou que Tomas Scheckter vai substituir Mike Conway. Será a segunda vez em 2010 que o sul-africano corre no lugar do inglês, que sofreu acidente nas 500 milhas de Indianápolis: a anterior foi no Texas. Graham Rahal retorna à Newman Haas. O norte-americano já esteve na equipe entre 2007 e 2009, mas a falta de patrocínio não permitiu que ele permanecesse.

Neste campeonato, ele disputou três etapas pela Fisher e Indianápolis pela equipe do pai, a Rahal Letterman. Graham ainda participou do GP do Iowa pela Dreyer & Reinbold. Ele vai pilotar o carro de número 02 da Newman Haas nas etapas de Toronto, Mid-Ohio, Sonoma, Chicago, Motegi e Homestead. Já Paul Tracy pilotará pela KV equipe na qual irá participar das etapas canadenses da categoria. Foi com essa equipe o veterano canadense não conseguiu se classificar para as 500 milhas de Indianápolis em maio.

Confira a programação para o GP de Toronto, décima etapa da temporada 2010 de Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-feira (16/07)
10h55min - treino livre
14h50min - treino livre

Sábado (17/07)
10h10min - treino livre
13h50min - treino classificatório

Domingo (18/07)
09h35min - warm up
13h30min - GP de Toronto (85 voltas)

Vencedor em 2009: Dario Franchitti (ESC)
Pole em 2009: Dario Franchitti (ESC)

* com modificações.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Power vence em Watkins Glen com dobradinha da Penske

A Penske mostrou mais uma vez a competência que lhe é peculiar nos circuitos mistos. Numa atuação impecável, o australiano Will Power venceu o GP de Watkins Glen, 9ª etapa da temporada 2010 da Fórmula Indy, disputado no Watkins Glen International, em Nova Iorque. Esta é a primeira vitória de Power desde o GP de São Petersburgo em março desse ano. A equipe de Mooresville fez a dobradinha com Ryan Briscoe em segundo, enquanto Dario Franchitti chegou à terceira posição e colocou a Ganassi no pódio.

O melhor brasileiro foi Raphael Matos, da De Ferran Dragon: ele fez uma excelente corrida, terminado em quarto. Mário Moraes, da KV, também foi muito bem. Largou em nono e chegou em quinto. Hélio Castro Neves, com o furo num pneu traseiro, teve que contar com bandeiras amarelas para terminar entre os primeiros. Foi somente o nono. Vítor Meira não pode fazer muito: ficou apenas na décima nona colocação. Pior que ele, só Tony Kanaan, mais uma vez derrubado pela péssima tática da Andretti. Ele precisou parar na última volta para colocar combustível e concluiu em 21º lugar. Dan Wheldon foi o sexto, com Ryan Hunter Reay em sétimo e Scott Dixon em oitavo.

Na largada, Power já imprimia um ritmo forte após sua pole position e os adversários não o incomodaram na primeira curva. Nesse momento a Penske liderava com seus pilotos nas três primeiras posições. Briscoe seguia Power de perto enquanto Hélio Castro Neves acompanhava a batalha. Atrás dos três, tínhamos Scott Dixon tentando um ataque sobre Franchitti, mas foi Justin Wilson que ultrapassou o neozelandês. No final da primeira volta, a classificação era a seguinte: Power, Briscoe, Castro Neves, Franchitti, Wilson e Dixon. Pouco tempo depois, Wilson tentou roubar o quarto lugar de Franchitti, sem sucesso. Duas voltas mais tarde, o inglês perderia sua posição para Dixon. Nisso o primeiro pelotão, formando por Power e Briscoe, destaca-se do resto, com 1,5 segundos de vantagem.

Alex Tagliani foi o primeiro a entrar nos pits. O canadense não estava com um bom carro e por isso decidiu alterar sua estratégia e aproveitou para fazer um grande ajuste na asa dianteira. Ele ainda colocou os pneus macios. Na 6ª volta, Castro Neves e Franchitti brigavam pela terceira posição, enquanto Ernesto Viso fazia uma prova de recuperação. O venezuelano, quando ainda não havia sofrido um forte acidente antes da classificação, tinha optado pelos pneus duros no começo e por conta disso resolveu mudar o planejado. Como não participou do treino ele tinha pneus macios em quantidade suficiente para terminar a corrida.

Na 7ª volta, Danica Patrick executou uma bela ultrapassagem sobre Bertrand Baguette e Tagliani, na disputa pelo 21º lugar. Quase no mesmo momento, Franchitti fazia o mesmo em Castro Neves, que também foi superado por Dixon. Contudo, quando o neozelandês ganhava a posição, perdeu completamente a manobra. O resultado desse confronto custou à quebra da asa dianteira de Dixon e um furo no pneu traseiro esquerdo de Castro Neves. Como resultado, ambos perderam muito tempo nos pits, caindo para as últimas colocações. O erro surpreendeu tratando-se de alguém com tanta experiência quanto Dixon.

No bloco intermediário a luta era constante e na 15ª volta, os antigos integrantes da Fórmula 1 proporcionavam ao público um espetáculo magnífico. Takuma Sato, perfeitamente adaptado a essa pista, fez ótima manobra para tomar a quarta posição de Justin Wilson na Bus Stop e logo abriu grande vantagem. Quem crescia na prova era Raphael Matos aproveitando a queda de rendimento do inglês e assumiu o quinto lugar.

Outro piloto também resolveu mostrar suas habilidades e dar espetáculo. O estreante Adam Carroll lutava por um lugar entre os dez primeiros e para isso deveria enfrentar o veterano Paul Tracy. Um grande desafio já em sua primeira corrida de Indy. E o piloto da Andretti percebeu isso rapidamente ao tentar atacar o canadense por fora na freada da curva 9. Contudo Tracy fechou sua trajetória e Carroll teve de recolher a manobra.

Até então a corrida fluía normalmente quando na 17ª volta Dan Wheldon levou um toque de Alex Lloyd na sua roda traseira direita na curva 8 e rodou. Ele pôde sair imediatamente da pista, acionando pela primeira vez a primeira bandeira amarela. Foi uma boa oportunidade para maior parte dos pilotos fizesse o primeiro reabastecimento na volta seguinte. Poucos não pararam como no caso de Alex Tagliani, que pulou para terceiro. Dixon era o novo líder. Viso ficou em segundo. Castro Neves vinha em quarto. Esses três haviam antecipado a parada.

Na relargada, não ocorreu mudança nas cinco primeiras posições que eram ocupadas por Dixon, Viso, Tagliani, Castro Neves e Power. Para os quatro primeiros, a meta era fazer voltas de qualificação até a próxima parada para minimizar a perda de tempo nos pits. Lá atrás Baguette tava o troco em Danica para ganhar a 20ª posição. . Ironicamente, no mesmo tempo, seu companheiro de equipe Mário Romancini rodou na saída da curva 7, mas controlou o carro e retornou para corrida, por pouco o brasileiro não se chocou com Patrick.

Entre as voltas 25 a 28, os quatro primeiros fizeram a segunda parada. Assim Power recuperava a ponta, com Briscoe em segundo na frente de Matos, Franchitti, Moraes, Kanaan, Marco Andretti e Wilson. Enquanto isso Tracy era somente o vigésimo e sofria uma substancial queda de desempenho. Tanto era assim que ele foi obrigado a alterar sua estratégia de pit stops e adiantou sua parada em dez voltas em relação ao que estava programado, torcendo para que ocorressem muitas interrupções.



Neste momento a liderança dos dois pilotos da Penske parecia intocável. Os australianos estavam um passo na frente do resto, com Matos sendo o melhor dos outros. Pela primeira vez nesta temporada, o piloto da De Ferran Dragon parecia que iria transformar em um bom resultado mais uma boa atuação em um misto.

Power e Briscoe pararam na 38ª volta. Os mecânicos de Briscoe trabalharam mais rápido e ele voltou na frente. Pouco depois, os pilotos que teriam que parar naquela janela foi fazer seus pits. No instante em que Franchitti fazia seu reabastecimento, a segunda amarela era acionada. A causa foi que Simona de Silvestro perdeu o controle na curva sete e bateu no muro, danificando muito seu carro. A suíça, com pneus novos, não os aqueceu o suficiente e por isso perdeu a traseira do bólido naquele trecho. Obviamente esta bandeira amarela foi uma excelente para Franchitti, que para terminar a corrida não precisaria parar novamente.

Enquanto o carro de segurança controlava o ritmo, Dixon, Castroneves e Viso, também pararam, com o brasileiro ganhando a posição do neozelandês nos pits. A disputa recomeçou na 43ª volta. Power atacou Briscoe e toma a ponta na chicane da Bus Stop. Franchitti, vinha em terceiro, Raphael Matos era quarto, sendo duramente pressionado por Wheldon. Duas voltas mais tarde, Franchitti, que até então era um mero observador, aborda Briscoe na Bus Stop para ganhar a segunda posição. Neste momento, parecia que o piloto da Ganassi iria dificultar a vida de Power. O escocês de fato era em média dois décimos mais rápido que o australiano. Mas se tudo parecia trabalhar a seu favor, seus pneus desgastados acabaram por prejudicá-lo. Na última volta, Franchitti errou e perdeu a segunda posição para Briscoe.

Líder do campeonato, Power alcançou a terceira vitória na temporada e agora soma 327 pontos na tabela de classificação, contra 295 de Franchitti. Dixon é o terceiro, com 287, enquanto Briscoe superou Castro Neves, aparecendo em quarto. Já Kanaan caiu de sexto para sétimo.

GP de Watkins Glen
9ª etapa - 04/07/2010
Circuito misto com 3,400 milhas
Watkins Glen International - Watkins Glen, Nova Iorque (Estados Unidos)
1) Will Power (AUS/Penske), 60 voltas em 1h40min27s4391
2) Ryan Briscoe (AUS/Penske), a 1s2181
3) Dario Franchitti (ESC/Ganassi), a 1s4573
4) Raphael Matos (BRA/De Ferran Dragon), a 5s3454
5) Mário Moraes (BRA/KV), a 9s3229
6) Dan Wheldon (EUA/Panther), a 9s7523
7) Ryan Hunter-Reay (EUA/Andretti), a 10s5003
8) Scott Dixon (NZL/Ganassi), a 12s0546
9) Hélio Castro Neves (BRA/Penske), a 12s9834
10) Justin Wilson (ING/Dreyer & Reinbold), a 13s5635
11) Ernesto Viso (VEN/KV), a 18s7591
12) Hideki Mutoh (JAP/Newman Haas), a 20s2279
13) Marco Andretti (EUA/Andretti), a 26s6965
14) Paul Tracy (CAN/Dreyer & Reinbold), a 27s7310
15) Takuma Sato (JAP/KV), a 28s8774
16) Adam Carroll (IRL/Andretti), a 29s3624
17) Alex Tagliani (CAN/Fazzt), a 35s3753
18) Bertrand Baguette (BEL/Conquest), a 36s5350
19) Vítor Meira (BRA/Foyt), a 36s9869
20) Danica Patrick (EUA/Andretti), a 38s2675
21) Tony Kanaan (BRA/Andretti), a 38s6700
22) Mário Romancini (BRA/Conquest), 59 voltas
23) Milka Duno (VEN/Dale Coyne), 57 voltas
24) Simona de Silvestro (SUI/HVM), 38 voltas
25) Alex Lloyd (ING/Dale Coyne), 22 voltas

A classificação da Indy após nove etapas
1) Will Power (Penske), 327 pontos
2) Dario Franchitti (Ganassi), 295 pontos
3) Scott Dixon (Ganassi), 287 pontos
4) Ryan Briscoe (Penske), 280 pontos
5) Hélio Castro Neves (Penske), 273 pontos
6) Ryan Hunter-Reay (Andretti), 251 pontos
7) Tony Kanaan (Andretti), 241 pontos
8) Justin Wilson (Dreyer & Reinbold), 211 pontos
9) Dan Wheldon (Panther), 211 pontos
10) Marco Andretti (Andretti), 201 pontos
11) Danica Patrick (Andretti), 190 pontos
12) Raphael Matos (De Ferran Dragon), 174 pontos
13) Vítor Meira (Foyt), 172 pontos
14) Alex Tagliani (Fazzt), 169 pontos
15) Mário Moraes (KV), 161 pontos
16) Ernesto Viso (KV), 157 pontos
17) Alex Lloyd (Dale Coyne), 146 pontos
18) Hideki Mutoh (Newman Haas Lanigan), 136 pontos
19) Mário Romancini (Conquest), 125 pontos
20) Simona de Silvestro (HVM), 121 pontos
21) Mike Conway (Dreyer & Reinbold), 110 pontos
22) Takuma Sato (KV), 110 pontos
23) Graham Rahal (Dreyer & Reinbold), 95 pontos
24) Milka Duno (Dale Coyne), 92 pontos
25) Bertrand Baguette (Conquest), 89 pontos
26) Sarah Fisher (Fisher), 53 pontos
27) Tomas Scheckter (Dreyer & Reinbold), 36 pontos
28) John Andretti (Petty Andretti), 35 pontos
29) Bia Figueiredo (Dreyer & Reinbold), 33 pontos
30) Jay Howard (Fisher), 20 pontos
31) Ed Carpenter (Vision), 20 pontos
32) Townsend Bell (Sam Schmidt), 18 pontos
33) Paul Tracy (Dreyer & Reinbold), 16 pontos
34) Sebastian Saavedra (Herta), 15 pontos
35) Davey Hamilton (De Ferran Dragon), 14 pontos
36) Adam Carroll (Andretti), 14 pontos
37) Bruno Junqueira (Fazzt), 13 pontos

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Watkins Glen International

Por Bobby Rahal*

A corrida em Watkins Glen, nona etapa da Fórmula Indy, abre a sequência final das corridas em mistos do calendário: Watkins Glen, Toronto, Edmonton, Mid-Ohio e Sonoma. Depois, as últimas quatro provas ocorrerão em ovais (Chicago, Kentucky, Motegi e Miami). Serão 60 voltas nos 5,470 km, totalizando 204 milhas de extensão, que une curvas rápidas, freadas fortes, exigindo muito do câmbio e dos freios. Situada na região norte do estado norte-americano de Nova York, o circuito foi construído em 1956. Porém, desde 1948, por iniciativa de Cameron Argentsinger, aconteciam corridas no local, aproveitando as ruas e as estradas da região.

O perigoso circuito, com marcantes mudanças de elevação e curvas rápidas e abauladas, tornou-se palco para históricos e extraordinários acontecimentos do automobilismo. A partir de 1961, tornou-se a sede do GP dos Estados Unidos de Fórmula 1, ficando mundialmente conhecido. Entre as décadas de 1960 a 1980, recebeu estrelas da Fórmula 1 como Jim Clark, Jackie Stewart, Niki Lauda, Graham Hill, Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Nélson Piquet e foi o palco da primeira vitória de Emerson Fittipaldi. A prova de 1980 foi a última da Fórmula 1 em Watkins Glen, pois naquela época o circuito passava por sérias dificuldades financeiras que quase levaram ao seu fechamento. Após uma prova da Fórmula Indy em 1981, a pista não receberia qualquer evento importante nos anos seguintes.

A salvação viria em 1983, quando o circuito foi adquirido pela Corning Enterprises (subsidiária da Corning Glass Works, fabricante de vidros pirex) em associação com a International Speedway Corp. (ISC). Isso permitiu que o circuito entrasse para o calendário da divisão principal da Nascar em 1986 e se reerguesse como um dos mais importantes do país. Isso teve mais do que um significado simbólico, pois a primeira corrida disputada em 1957 e foi justamente uma prova de Nascar, vencida por Buck Baker. Em 1997, a ISC compraria a parte da Corning e se tornaria a única proprietária de Watkins Glen, como continua até hoje.

Finalmente, em 2005, a Fórmula Indy fez o seu retorno triunfal ao velho circuito, após uma ausência de 24 anos, no dia 25 de setembro. Resgatou-se também a tradicional data de início do outono, quando acontecia o GP de Fórmula 1. A Indy resgatou um trecho do traçado conhecido como "The Boot" (A Bota), que começa logo após a maior reta do circuito e foi inaugurado no GP dos Estados Unidos de 1972, não utilizado pela Nascar. O trajeto por onde a Indy corre difere significativamente do circuito da Nascar pela inclusão da parte da "Bota" e pela exclusão da "Inner Loop", uma chicane no final da maior reta do circuito.

Embora seja um misto, as curvas possuem inclinações variando de 6 a 10 graus. Por outro lado, em se tratando de uma pista antiga, a largura é em média de apenas 11,5 metros, o tornando um circuito estreito. Watkins Glen pode, eventualmente, ser como Sonoma, onde se um carro lento consegue seguir trajetórias defensivas, ele segura os pilotos mais rápidos, tornando as ultrapassagens escassas e difíceis. Isso são apenas detalhes. Watkins Glen continua sendo um circuito muito rápido e assustador, de deixar os cabelos em pé. Imperdível para quem gosta de automobilismo.

Tony Kanaan ainda não venceu nesse circuito, onde tem como melhor resultado o segundo lugar conquistado em 2005. Ele usa a vitória de Iowa como motivação para Glen. "Eu cheguei ao Iowa ouvindo que nunca havia vencido lá, mas mantive a cabeça tranquila e consegui mudar isso. Já acertei a bola algumas vezes na trave em Watkins Glen, mas sigo com a mesma força para tentar repetir a história de Iowa", comentou.

E a pista tem uma curiosidade interessante: Nas cinco edições realizadas, nunca o vencedor de Watkins Glen venceu o campeonato da Indy na mesma temporada. Nas duas últimas edições o australiano Ryan Briscoe obteve duas poles e uma vitória. O neozelandês Scott Dixon é outro favorito graças às três conquistas consecutivas entre 2005 e 2007. Justin Wilson é outro nome bem cotado. No ano passado, o inglês fez história ao conquistar a primeira vitória da equipe Dale Coyne. Nesta temporada em um carro mais eficiente, Wilson pode beneficiar da sua experiência e, especialmente, sua confiança para obter a primeira vitória de 2010.

Finalmente, teremos a estreia de outro britânico: Adam Carroll. O irlandês, ex-piloto de testes da BAR-Honda na Fórmula 1 fará sua estréia na competição na Andretti Autosport. Os especialistas o consideram um verdadeiro talento, ele tem todas as possibilidades de obter o melhor resultado em novatos nessa etapa. É com toda certeza um piloto a ser observado.

Confira a programação para o GP de Watkins Glen, nona etapa da temporada 2010 da Fórmula Indy (horários de Brasília):

Sexta-Feira (02/07)
16h30min - treino livre

Sábado (03/07)
10h05min - treino livre
14h15min - treino classificatório

Domingo (04/07)
11h05min - warm up
16h55min - GP de Watkins Glen (60 voltas)

Vencedor em 2009: Justin Wilson (ING)
Pole em 2009: Ryan Briscoe (AUS)

* com modificações.