terça-feira, 9 de março de 2010

Conheça as regras

Regulamento esportivo

Treinos Classificatórios
Com a proximidade da qualificação da Fórmula Indy em São Paulo, aqui está resumidamente o procedimento que é seguido nos circuitos de rua e nos mistos. Os treinos possuem três fases eliminatórias. São as seguintes:

Primeira qualificação: Os carros são divididos aleatoriamente em dois grupos. O grupo 1 vai à pista e abre os trabalhos para um período de vinte minutos. No fim desse tempo, o grupo 2 entra na pista para ficar vinte minutos igual ao grupo 1. Uma vez que ambos os grupos tenham concluída a primeira parte, apenas os seis pilotos mais rápidos de cada grupo ganham seu lugar para participar da segunda sessão. Os pilotos eliminados, por sua vez, ocupam da 13ª até a última posição.

Segunda qualificação: Após uma pausa de cinco minutos, todos os carros qualificados formam um único grupo e participam de um segmento com duração de quinze minutos. Os tempos estabelecidos durante a primeira parte são desconsiderados e os pilotos devem lutar mais uma vez para se classificar entre os seis mais rápidos. Quando se passarem esses minutos, os seis primeiros estão qualificados para participar do terceiro período denominado "Firestone Fast Six". Os pilotos eliminados, por sua vez, ocupam da 7ª até a 12ª posição no grid de acordo com seu tempo.

Terceira qualificação: Depois um intervalo de dez minutos, a parte final tem início. Os pilotos dispõem de somente dez minutos para definir a pole position. Este formato curto oferece muita emoção ao público. Como na parte 2, as voltas dos seis pilotos são retiradas e que todos terão de dar seu melhor para ganhar a pole position e o ponto de bonificação que vem junto com ela. Se algum competidor trocar o motor antes da largada, mas depois de iniciar as sessões de classificação, sofre punição indo largar na última posição.

Nos circuitos ovais existe sorteio da ordem dos pilotos que vão à pista para a cronometragem dos tempos. A soma de quatro voltas seguidas define a classificação. O piloto que conseguir completar quatro passagens consecutivas em menor tempo é o pole position.

Nas 500 milhas de Indianápolis, a mais tradicional corrida da Indy, a classificação é feita em quatro dias. Novamente, o que vale é o tempo somado em quatro voltas consecutivas dadas no circuito. Cada carro pode fazer três tentativas por dia, e há possibilidades de repescagem no decorrer dos treinos.

No primeiro dia, os onze melhores tempos ocupam as onze primeiras posições. As colocações a partir do 12º lugar ficam indefinidas. No segundo dia, os pilotos que não se classificaram no primeiro dia disputam as posições entre a 12ª e a 22ª. Uma vez que esses lugares são ocupados, haverá repescagem para este espaço do grid, da 12ª à 22ª posição, enquanto ainda houver tempo para que os pilotos tentem melhorar suas voltas.

No terceiro dia, o mesmo ocorre com as colocações entre o 22º e o último lugar. No quarto e último dia, com todas as posições já definidas, o que não conseguir se classificar anteriormente tentaria por meio da repescagem conseguir um lugar no grid. Se um piloto consegue um tempo melhor do que o de outro que já possui uma posição no grid, o recém-classificado ocupa a colocação que era do anterior, e faz com que os bólidos "de trás" regridam uma posição cada. Isso faz com que o carro que tinha o último tempo saia do grid. O piloto que estava em último e que perdeu a posição pode participar da repescagem novamente, se ainda houver tempo para isso.

Sistema de pontuação
Todos os pilotos que participam do fim de semana de corrida pontuam. Existe pontuação extra para quem liderar o maior número de voltas na corrida, que soma dois a mais, e para quem conseguir a pole, que ganha um de bonificação. Os pontos, que serão distribuídos na corrida de acordo com a colocação dos pilotos na classificação final, são os seguintes: 1º lugar: 50 pontos; 2º lugar: 40; 3º lugar: 35; 4º lugar: 32; 5º lugar: 30; 6º lugar: 28; 7º lugar: 26; 8º lugar: 24; 9º lugar: 22; 10º lugar: 20; 11º lugar: 19; 12º lugar: 18; 13º lugar: 17; 14º lugar: 16; 15º lugar: 15; 16º lugar: 14; 17º lugar: 13; 18º lugar: 12; 19º ao 24º lugar: 11; 25º para cima: 10.

Interrupção da corrida
Uma corrida é interrompida se chover em oval ou o diretor de prova, por conta de grave acidente, decidir por sua paralisação. Já as voltas sob bandeira amarela são válidas, embora as ultrapassagens sejam proibidas. Nessas voltas, todos os carros devem andar em fila indiana. Isso significa que as diferenças anteriores à bandeira amarela deixam de existir.

Pit stop
Ao contrário da Fórmula 1, onde os boxes são realmente garagens fechadas, na Indy eles são abertos (por causa do risco existente nas operações de reabastecimento) e chamados de "pit-lane". Ali, só podem permanecer as pessoas que estiverem vestindo macacões antichama – é por isso que, normalmente, as mulheres dos pilotos trajam essa vestimenta.

O pit stop dura entre 6 e 10 segundos, mas pode levar à vitória em uma corrida. Seis integrantes saltam a mureta no momento que o piloto surge no início do "pit lane", sempre em velocidade reduzida. Logo que o carro chega, o primeiro mecânico engata a mangueira do macaco hidráulico que suspende o carro. Com a outra mão, ele conecta o respiro de combustível, que aspira instantaneamente todo o ar que resta no tanque. Um segundo homem pressiona a mangueira do etanol no bocal do tanque. Durante cerca de oito segundos, quatro mecânicos trocam um pneu cada, e o tempo excedente é gasto para completar o abastecimento, cerca de 22 galões (ou 83,2 litros), e para fazer ajustes nas asas.

O piloto já acelera quando, do outro lado do muro do "pitlane", um integrante jogo um jato de água na lateral para tirar possíveis respingos de metanol. O piloto só pode pisar fundo quando cruzar a linha de saída, pois há sempre um fiscal conferindo a que velocidade cada carro entra e sai no corredor dos "pit stops". Caso o piloto tenha excedido o limite permitido - 60 mph -, o participante terá que parar para cumprir o "stop and go" (pare e siga). É uma punição em que o piloto entra no "pit lane", para o carro com travamento total das rodas e volta em seguida para a corrida.

Regulamento técnico

Chassi
Neste ano, continua com apenas uma fornecedora, a Dallara. Eles são feitos em fibra de carbono e alumínio em forma de colméia, kevlar (um tipo de fibra sintética) e outros materiais. Pesa cerca que 710 kg para circuitos ovais e pouco mais do que 739 kg em circuitos mistos e de rua, desconsiderando os pesos do combustível e do piloto. O comprimento mínimo do carro é de 4,76 m. A largura pode variar entre 1,96 m e 1,99 m. A altura dos bólidos é de aproximadamente 0,96 m. O tanque de combustível tem capacidade para 83,2 litros. É utilizado o etanol, que dá mais força ao motor do que a gasolina, e que tem uma temperatura de ignição muito maior. O tangue do carro é feito de "kevlar", assemelhando-se a uma esponja. Em caso de colisão, não derrama combustível na pista.

Mecânica
A caixa de câmbio é XTRAC e o carro tem seis marchas sequenciais para frente. Os motores, todos produzidos pela Honda, são de 3,5 litros, oito cilindros dispostos em forma de V, têm 32 válvulas e potência estimada em 650 hp. A injeção é eletrônica e o propulsor alcança, no máximo, 10.300 rpm. O peso só do motor é de 127 kg e a velocidade máxima atingida é estimada em 230 mph (cerca de 370 km/h).

Aerofólios
Três tipos de asas traseiras são utilizados nos bólidos, podendo variar de acordo com o circuito, dando menor ou maior pressão aerodinâmica ao carro. Para as 500 Milhas de Indianápolis, as asas têm apenas um nível. Para os outros ovais, o aerofólio tem uma asa grande e outra menor em cima. Nas outras pistas, dois pequenos níveis são acrescidos à parte traseira do carro. Isso depende do acerto aerodinâmico buscado para dar estabilidade aos bólidos, considerando as angulações das curvas.

Freios
Também diferem em função do tipo de circuito em que as etapas são disputadas. Nos ovais, cada freio tem rotores de carbono e quatro pistões, enquanto que os rotores dos componentes para os outros traçados são feitos de aço, com seis pistões. A pressão da frenagem para os dispositivos em circuitos de ruas e mistos é 30% maior do que para os ovais.

Pneus
A Firestone é a fornecedora exclusiva. O diâmetro máximo deve ser de 14 polegadas (traseiros) e 10 polegadas (dianteiros). Têm 35,5 cm de largura e vida útil de cerca de 160 km. Cada unidade pesa 10 kg, variando conforme o tipo: traseiro ou dianteiros, slick ou de chuva. A quantidade de jogos de pneus que cada equipe pode usar depende de onde a corrida é realizada. Nos circuitos de rua ou mistos, cada escuderia recebe oito jogos, que servem para os treinos de reconhecimento e de classificação e também para as corridas. Para as provas em ovais menores, sete jogos. Para etapas de até 482,8 km, os times ganham oito jogos, e para as de até 643,7 km, nove. Nas 500 milhas de Indianápolis, etapa cuja agenda é maior, os times podem utilizar até 35 jogos de pneus. Os pneus extra macios, implementados em 2009, foram confirmados para a temporada de 2010. Nos ovais não há prova sob chuva, por ser muito perigoso correr naquele tipo de pista com o piso molhado. Para conter despesas, não é permitido que as equipes utilizem aquecedores de pneus antes da largada e nos treinos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente explicação, à tempos venho tentando entender as regras; agora esta mais licito. Na próxima postagem é interessante que exemplifiquem as regras durante a corrida e a aplicação das bandeiras e suas cores.

Humberto...
Morro Agudo, São Paulo
BRASIL.